Porque meu sorriso sempre parece forçado,

Porque meu choro parece comédia

e porque a sombra parece obstáculo.

Nem sempre à vontade,

Quase sempre insatisfeita,

Mas me diga a verdade:

Quem merece

escrever em pele

o que o sol reflete

o sorriso azul do dia

curiós e sábias 

dividindo o mesmo saber

a água folha do serrado

não tarda nascer

Sou escritora sim.

Não escrevo para o mundo, escrevo para mim.

Quero tirar da garganta este grito mudo,

Quero tirar do coração este sentimento vivo.

Quero tirar da cabeça este pensamento

Um dia

Te encontrei de coração aberto

Por entre afazeres do trabalho.

Sobre conversas do dia a dia,

Quando me contava problemas familiares

Enquanto abria feito baú meu cotidiano,

Eu e

Simplesmente seguir adiante

Sem olhar para trás.

Ser estrada de mão única,

Ser um trem que leve para muito longe,

Estacionar em paradas antes não visitadas.

Fitar o horizonte no mar

No silêncio da madrugada, na insônia que incomoda,

A cabeça, frágil na racionalidade e em rodopios surreais,

Encontra um obscuro ser em forma de corvo,

O animal do poeta louco americano.