Caminhos e tempos serão desejos.
Perdoados sejam
Os que não progrediram,
Felizes os que amaram,
Pois a eternidade,
Ficará em seus semblantes.
Meus tragos diários,
E fumos encobertos
Se fingem num eu submerso.
Assim o ventre dos réus
Ficaram no papel.
Marcharam os inocentes,
Puxando a flâmula do insucesso,
Da ignorância alheia,
E do vazio de muitos véus,
Corações e réus.
Sou eu a quem me escrevo,
Sou eu lamentando o descontento,
O alvoroço da alma penada!
Triste por ser feliz,
Porque poucos a têm,
Poucos os quais perjúrio
Invoca o sacrifício da vida,
Eterna; sublime e incerta.
Não esqueçam de mim.
Sejam pássaros,
Sejam tatuzinhos,
Pois meu amor condenado,
Salienta a alma dos que amo,
E para sempre serei desonrado.
Levarei o desejo eterno,
De permanecer com os que amo,
Sem estar de corpo e alma,
Porquanto desejo,
Estarei preso,
Como um eterno réu.