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Ronda o espírito do mal

Ronda o espírito do mal
Tiago Bode
jun. 11 - 2 min de leitura
0110

ronda o espírito do mal

 

estamos sangrando,

à mercê de leões

despidos de coragem

mas em trajes completos 

de agressividade e passadas mancas,

de suas sempre precisas

patas de algodão

beneficiado em petróleo,

financiando aquela ilusão

de limpeza, eles dizem,

e de que basta

rugir feito um leão

pra afastar os mais famintos

e o medo que provocam,

falling down in the deep city,

e eles do outro lado, pedindo 

enquanto acumulamos 

insônias, gastrites

e gordura nas artérias e arteriais

de um estado (ato-falho)

de coisas longe de serem veniais,

longe de serem abrigo,

e no qual queremos,

na verdade, demandamos

enxergar templos

(e possibilidades de infinito…)

 

e a bem dizer da verdade,

cada vez mais circunscritos 

às suas imutabilidades,

ou às cegueiras coletivas seculares:

paranoias persecutórias

e devaneios de que basta 

acreditar no poderio dos mitos

e tudo se resolve 

 

neuras onde todos se apoiam,

world wild web,

pra seguir sobrevivendo, Oxalá

na constância dessa eterna black friday

comprando, e o nosso o poder comprar

justifica essa cota de humanicidade, 

uma filhadaputice com a qual se nasce,

ou vai se adquirindo até a velhice,

assim como problemas pulmonares,

florestas queimadas, cânceres, água podre

depressões, microplástico e achaques, 

síndromes de uma perversa apatia

destilando uma quase velada,

porém imensa

vontade de eugenia 

e incúria com o mundo,

a qualquer instante,

contra todos 

acima de tudo 

 

ainda assim, in god we trust

esperando que nosso way off life

sobreviva imortal, como uma Hydra

ou uma água-viva Turritopsis.

 

no melhor dos casos,

estamos (f…) urdidos 

e ainda haverá, é certo

parcos motivos 

para sorrirmos…(?) 

- antes da completa senescência

de uma espécie socialmente organizada,

seres da mais alta sapiência -

ou, irmos de um gozo a outro,

cada vez mais sucintos,

e indiVIPdualizados,

afligindo-se ou ajudando 

a cada novo golpe

autocrata nas costas, 

e do próprio ego: 

más escolhas e apostas…

 

só resta aquela centelha de especulação

anúncio de desgraça que,

franca e ultimamente,

ainda choca, coisa e tal,

porém, semi envolta em mistério,

segue cortina de voil

encobrindo e transformando 

tudo quanto é pó e cristal

em ouro (em leis e voos escusos,

fake news e votos da Carochinha 

que), viram cinema, pizza e adubo,

tudo é auto anestesiar-se.

e por algum motivo,

talvez a ameaça de libertar-se,

é sempre depois do horário 

e sempre depois do acontecido.

estarrecidos, muitos choram,

esturricados, muitos apoiam    

porém, com mais esclarecimento

e um pouco menos de sorte

conseguimos amaciar a carne

(colher livros, plantar uma árvore),

no intervalo entre as pancadas,

ou pouco antes da morte.

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