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Remar

Remar
Dennis De Oliveira Santos
out. 8 - 1 min de leitura
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Na vastidão das praias percorridas

Não encontro robusta bussola

Que ofereça segurança à dualidade do navegar.

Sem o olhar encantado de uma criação especial,

Vejo que o ser navegante se constrói diariamente,

Passo a passo em situações concretas diante do céu.

No vasto mar dos símbolos, leis, costumes, obrigações,

O bicho pensante é obrigado a suportar

As contingencias e em pesada ancora é livre para escolher...

Tomar decisões dentro dos limites impostos pelo tenebroso mar.

Não se sabe para onde navegar, só continua remando.

A vida aqui parece sórdido vendaval, o qual não perdoa quem permanece

Inerte em insalubres aguas... Esperando o mar a tudo transformar.

À deriva na noite, o remo não pode cessar.

Sem horizonte definido, sem futuro dourado, sem faróis de libertação,

Eu vou, me jogo no incerto, invento o fazer, refaço o agir.

E com os braços cansados sinto que remar é sofrer.

É ranger os dentes de raiva diante de duro trabalho.

É obrigar o crânio a se contentar com efêmeras alegrias,

Ser nauseado em uma embarcação que balança entre a derrota e o desengano.

No agir perante a tempestade entre vômitos, futilidades e agitações,

É necessário remar, fortificar coragem, mover, respirar para toda tragédia atravessar.

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