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3012: Conversa Sobre Coisas da Vida

3012: Conversa Sobre Coisas da Vida
Moisés Silva POESIAS E POEMAS
mar. 22 - 140 min de leitura
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Pródromo

A pragmática central deste livro de auto-ficção-científica, visa contar a história de cinco pessoas diferentes, que por mero acaso do destino, acabam por ter suas vidas entrelaçadas ao serem subitamente raptadas para dentro de um profundo porão de uma “casa velha” e abandonada em uma pequena cidade chamada “Nova Éliaa”, em um dos poucos estados que sobraram da devastação quase mundial após uma catástrofe natural ocorrida em meados dos anos de dois mil e vinte cinco da era cristã; estado esse chamado “Brinstlevillee” de um pequeno país chamado “Égidee” do “Novo Cosmos” como ficou conhecida a Terra no ano três mil e doze.

Esta devastação quase que mundial no ano de dois mil e vinte e cinco, é na realidade uma espécie de “paralelo-alegórico” com o arrebatamento da Igreja de Deus, descrito na Bíblia pelo apóstolo São Paulo aos Coríntios; não obstante após esta catástrofe ocorrer, o vexaminoso fracasso do projeto Eulb Meab, e as terríveis catástrofes cósmicas que o “Demônio da boca gigante” (Nrec) causou não somente na antiga Terra, mas de igual modo em todo o Universo, a equipe de cientistas da ASNA deu início a um novo projeto, o ANTRSSÇAO Dois Mil e Doze, ou seja o “Anti-Ressureição-Dois-Mil-e- Doze”, que são os famosos Ultra-Satélites-do-Governo-Prometeu-Acorrentado-A-Cinco-Mil-e-Noventa-e-Nove, criados e controlados pela ASNA da Terra ou Novo Cosmos, através da quinta geração da Internet das Coisas com auxílio da antenas “HERPISS-Nove-Mil-e-Um”, que são as novas antenas do fracassado projeto “PRAH”.

Ao serem subitamente, essas cinco pessoas raptadas por um homem em um dia normal de suas vidas, elas são levadas para uma espécie de laboratório experimental por esse homem, um astuto senhor de meia idade, de cabelos grisalhos, estatura mediana, magro, muito sério e pensativo, sem barba num rosto bem enrugado pelo tempo, fã de uma antiga banda de Rock and Roll chamada Iron Maiden e também usava óculos “fundo de garrafa” chamado Dr. Envidelinn; um funcionário público que trabalhou por vinte anos de sua vida para o Governo em um laboratório secreto chamado Corporaçãoo-Capsulaa-DBZ-Seissentos-e-Sessenta-e-Seis-Jatsonss, fazendo experiências com seres humanos, porém, foi demitido por querer fazer experiências esdrúxulas que fugiam do escopo normal de atividades do seu dia a dia.

 Essa “casa velha” ou laboratório, para aonde foram levadas pelo Dr. Envidelinn as cinco pessoas, era um local minuciosamente preparado e adaptado em termos de tecnologia, com decoração estilo às casas velhas do século vinte, que ele tinha fora da cidade onde ele por muitos anos vinha estudando e analisando o comportamento dos “Germinadass”, ou seja, pessoas normais que não se submeteram ao governo déspota do grande “Prometeu”, atual e único governador mundial daquela época.

Bem, o Novo Cosmos ou a atual Terra de então, está um verdadeiro caos, pessoas se rebelando frenética e constantemente contra o Governo mundial que os Senhores do Mundo outorgara única e exclusivamente à Prometeu, crise social e econômica avassalando a sociedade proletarizada, fome tomando de conta das classes menos favorecidas principalmente os Germinadass que eram pessoas que não haviam sido transformadas em “Nova Criatura” por imposição do governo, ou seja, não haviam tido seus corpos “robotizados” por via de uma espécie de líquido cor de âmbar desenvolvido em laboratório chamado “O Karmaa Cinquenta e Um”, que transformava através de bactérias nano robóticas produzidas a partir de tecnologia quântica, as moléculas do corpo do ser humano, fazendo com que toda a estrutura orgânica fisiológica interna do corpo humano fosse de certa forma alterada, o que consequentemente causava sérias anomalias nas pessoas como deformação dos membros, cabeça, pés, ao passo que as mesmas acabavam com o passar do tempo por se esquecerem de onde vieram, porque estão ali, e para aonde vão, o que basicamente irá constituir-se mais ou menos como o tema metafísico/virtual central deste livro.

Entanto, além dessas anomalias estranhas causadas nas pessoas, esse certo líquido tinha um componente que fazia com que o organismo das pessoas se alimentasse única e exclusivamente por ele, pois se a pessoas passassem mais de vinte e quatro horas sem tomar a substância que era distribuída gratuitamente pelo governo nas famosas “Tocas”, elas entravam em estado de colapso mental e depois de trinta horas morriam instantaneamente por falência múltipla dos órgãos, ou pelo menos era o que toda a “Giga Mídia” daqueles dias pregava em seus limitados e extremamente controlados meios de comunicação.

Os cinco “felizardos” que faziam parte dessa mirabolante e sinistra experiência que ao longo de vinte anos o Dr. Envidelinn vinha desenvolvendo após sua saída do serviço público, são quatro homens e uma mulher, quatros genuínos Germinadass e um Nova Criatura; todos são estranhos entre si, são de classes sociais, pensamentos, religião, concepção social, dispares, não obstante, não sabem se são todos Germinadass ou não, e outrossim, estavam todos periclitando dentro daquele esquisito laboratório a ulteriormente perder suas vidas já quase sem equanimidade, sem ao menos sequer saber o que motivou toda aquela situação escabrosa.

O primeiro dos prisioneiros e cobaias deste asqueroso laboratório, era o senhor Ronumuell, um senhor idoso de cinquenta e quatro anos de idade, que morava nas ruas “inóspitas” do subúrbio de Nova Éliaa há uns trinta anos aproximadamente, era mendigo e morador de rua, um autêntico Germinadass, que não havia se submetido ao governo déspota de Prometeu, porém, em contrapartida, era um ex religioso conhecedor de todos os mistérios da Teologia medieval e moderna.

O segundo prisioneiro era o jovem Carmitiziass de vinte e dois anos de idade, de boa aparência, muito bonito, alto, forte, ombros largos, cabelos longos e loiros, olhos azuis, porém muito mimado, inescrupuloso, rebelde e além de tudo era erudito. Esse jovem era muito rico e abastado por tudo o que o dinheiro e a beleza podem fornecer, era ateu, filho de um poderosíssimo empresário que havia conseguido, por soma alta de “Miliminimm” que era como o Bitcoin passou a ser conhecido nessa época, a liberdade de não precisar se submeter ao uso do Karmaa Cinquenta e Um.

O terceiro prisioneiro era uma linda mulher de vinte e quatro anos de idade, com uma aparência muito gentil e meiga, um pouco misteriosa ao mexer seus belos longos cabelos pretos e lisos ao conversar, tinha um metro e cinquenta e dois de altura, sessenta e oito quilos simetricamente distribuídos por um corpo cheio de curvas sem nenhuma irregularidade ou depressão visível, uma pele macia e bem branquinha, cheirava a morango, quando está maduro e pronto para ser colhido. Chamava-se essa linda mulher Ludielimahh e também havia adquirido por soma alta de Miliminimm a liberdade de não precisar se submeter ao uso do Karmaa Cinquenta e Um. Era esta uma descendente legitima de judeus por parte de pai, conhecedora extrema de Torah, Filosofia, Cabala medieval e Talmud. Essa jovem era uma universitária estudante de Direito, morava sozinha em um pequeno “Guemmdall” que era uma espécie de recamara de cem metros quadrados dentro das “Tocas Centrais”  que eram gigantescos prédios flutuantes à base de propulsores abastecidos por energia-nuclear-auto-renovável-atômica extremamente potentes, que mantinham os prédios suspensos a elevadíssimas alturas no centro da cidade, não tinham janelas e nem portas, e o único método de entrar ou sair nessas recamaras extremamente luxuosas e confortáveis e que eram centenas de milhares de apartamentos isolados dentro dessas Tocas Centrais, era através de suas comportas elevadas, que se abriam ou fechavam a partir de sistema à laser de reconhecimento de “Autoaeronavegantee” como ficou conhecido os novos carros voadores que mais pareciam naves espaciais. De sorte também haviam câmeras espalhadas por toda a parte exterior e interior das Tocas Centrais que além de transmitir ao vivo tudo que estava ocorrendo do lado de fora, também fazia reconhecimento facial pelo lado de dentro, para se abrir as comportas, pois pelo lado de fora não era possível se entrar sem o uso das Autoaeronavegantees e pelo lado de dentro não era possível se sair sem o reconhecimento facial.

O quarto prisioneiro era o jovem oriental Chammuskyriaa, descendente de japonês, um pouco baixo um metro e sessenta e sete de altura, cabelos pelos ombros bem lisos e descoloridos. Ele tinha dezenove anos de idade e toda a intrepidez e arrogância pueril da juventude imatura daquele tempo, era um pouco divertido e piadista, gostava de fazer algumas chalaças com as outras pessoas, era formado em Engenharia da Computação e também era Escritor, Poeta e adepto do Budismo, morava também sozinho em um Guemmdall na região central e era “Minimasculóidee” como ficaram conhecidos naquela época os homossexuais. Bem, este jovem, irá se mostrar ao longo da história, uma pessoa muito impertinente e ao mesmo tempo muito medroso, porém, além de ser muito inteligente ele é bem engraçado com suas muitas patacoadas.

O quinto e último prisioneiro, é o senhor Émoamm, um mulçumano que já fora extremamente devoto de sua religião em tempos pretéritos, tinha quarenta e cinco anos de idade, uma aparência bem jovial ao ponto de aparentar ter não mais que trinta e três anos, gostava de observar o comportamento das pessoas e refletir sobre o que cada um dizia para tentar sondar seus pensamentos, era um homem meio dissimulado às vezes como qualquer outra pessoa, seus cabelos eram bem lisos e cumpridos, quase tocavam suas panturrilhas, era um pouco alto, um metro e oitenta e cinco de altura, tinha um corpo bem robusto devido sua ótima alimentação a partir dos enlatados de vegetais e carne bovina artificial que eram comidas raríssimas naquele tempo, pois com a escassez generalizada de alimentação orgânica e os recursos naturais na Terra, os cientistas tiveram que passarem a produzir alimentos e água potável em laboratório. Evidentemente o senhor Émoamm era um Nova Criatura pois sua cabeça e membros já estavam visivelmente começando a se deformar, mesmo com toda sua bela aparência, os braços já estavam desproporcionais um ao outro, sua cabeça na parte de trás já estava bem saliente e seus pés cresceram em menos de dez anos quatro centímetros, mas todos achavam que ele apenas tinha uma doença degenerativa, ou pelo menos foi o que ele havia dito a princípio.

Bem, eis que toda a história irá se desembrulhar-se dentro deste laboratório, em um período de trinta horas e um minuto, que é o tempo necessário para todos descobrirem que os Novas Criatura não morrem se ficarem sem tomar o Karmaa Cinquenta e Um por mais de trinta horas e também esse é o tempo necessário para que todos completem a experiência do Dr. Envidelinn, que nada mais é do que uma espécie de desafio ou jogo de vida ou morte, que consistirá em que todos por aproximadamente trinta horas conversem entre si sobre as coisas mais importantes e essenciais à vida do ser humano (e.g., amor, vida após à morte etc.) e por fim o último tema que eles terão que abordar será a existência de Deus. Lembrando que será uma discussão sequencial, onde será uma espécie de desafio ou jogo em que o verdadeiro e abstruso significado da discussão não será revelado em totalidade transcendental, e que eles terão que cumprir detalhadamente até findar-se o período de trinta horas e um minuto ou então terão suas vidas decepadas pelas gargantilhas explosivas que estão acopladas em seus flancos, programadas com sistema de reconhecimento de fala, prontas para explodirem dentro de trinta horas e um minuto caso o seu portador não cumpra a meta proposta de discurso.

Adendo:

Não haverá notas de rodapé nem demais explicações sobre fatos ocorridos, terminologias utilizadas, nomes e nem explicações sobre o que será o conteúdo transcendental do livro, não haverá divisões por capítulos cronologicamente -, deixo isto por conta de cada leitor que há de julgar per si mesmo o que acha que deve estar ocorrendo, quando e como...

Eu irei apenas dividir o livro através de expressões e/ou palavras soltas...

Ademais, uma boa leitura!

                             Onde tudo começou...

[...] O ano era dois mil e um... que ano foi aquele! Dia onze de setembro... local: cidade de New York, Estados Unidos da América... Quase nove da manhã de terça-feira; não obstante uma das maiores nações do mundo em termos de tecnologia e potência militar de antanho, agora praticamente inerme e desamparada, reduzida a escombros e cinzas, após dois colossais edifícios, as torres gêmeas do World Trade Center ruírem e virem a baixo logo após serem subitamente solapadas pelos impetuosos e aterradores impactos causados por duas aeronaves que “do nada” as atingiram...

[...] Pessoas correndo por todos os lados desesperadas e completamente aterrorizadas pelas cenas e situações de terror por que estão agora perpassando... cinzas e explosões tomam de conta dos maiores edifícios do mundo em Manhattan... pessoas se jogando das torres gêmeas que agora estão se inflamando em fogo! Algo extremamente obsoleto e horripilante concomitantemente sendo transmitindo ao vivo para o mundo através das câmeras de filmagem...

Quase três mil pessoas mortas com a catástrofe. Várias pessoas feridas e dentre os mortos pessoas de várias nações diferentes além dos norte-americanos, tendo em vista toda onda de massacre terrorista que se sucedeu ao maior ataque terrorista já perpetrado na história da grande nação detentora da famosa Estátua da Liberdade...

Não obstante agora, transparece que certos conceitos foram revistos e novas medidas de segurança nacional foram formuladas pelo até então presidente dos Estados Unidos George W. Bush...

                Depois de algum tempo

[...] Os anos se passaram depois do ocorrido em onze de setembro nos Estados Unidos da América, o mundo -, não só os americanos, já não foram mais os mesmo. A rotina das pessoas norte-americanas parece ter voltado ao normal, mesmo com tamanha cicatriz que foi deixada estampada sobre a face da pele, da mais famosa nação mundial. Não há dúvidas de que o medo de certa forma, ainda aguilhoa os contristados corações daqueles cidadãos que vivenciaram de perto tamanha catástrofe, ou aqueles que tiveram lastimavelmente algum parente entre os mortos no incidente... Porém, o tempo parece ter “corrido”, ao invés de simplesmente ter “caminhado” à guisa de lentos passos, se é que se pode usar essa expressão e vós outros mo permitíeis o assim fazê-lo e agora o ano é dois mil e vinte e cinco...

                  Memórias póstumas...

[...] O ano de dois mil e vinte e cinco, foi o marco histórico da humanidade, pois a mesma vivenciou um fato que jamais houvera ocorrido em tempos pretéritos, ou seja, nunca ocorreu no passado fato similar ao ocorrido do ano de dois mil e vinte e cinco. As pessoas estavam em seus dias normais cotidianos: mães que levavam seus rebentos para a escola; jovens acadêmicos indo para as universidades; casais de jovens enamorados se beijando nas belas praças e avenidas ao redor do mundo; beija-flores se alimentando de néctares de belas flores cheirosas; lindos cachorrinhos correndo pelas ruas das casas de seus donos; desossadores trabalhando freneticamente em frigoríficos bovinos, principalmente os “desossadores de pescoço” que são os que mais trabalham nesses lugares; filósofos remoendo questões metafísicas insolúveis em seus pensamentos nas Universidades; ônibus coletivos transportando pessoas para seus respectivos locais de trabalho e as mesmas conversações triviais e enfadonhas tomando de conta de todos os transportes públicos; conflitos intestinos viscerais nas assembleias e câmaras políticas; pessoas indo e vindo nas ruas das maiores metrópoles mundiais –, ou seja, mais um dia normal no mundo como tantos, tantos e tantos outros – quando de repente!...

[...] Desceu do distante e vasto céu, um imenso e quase que segador rastro de luz flamejante... as pessoas nesta manhã de terça-feira do dia oito de maio de dois mil e vinte e cinco, pararam e atentos observavam, a queda desastrosa e imparável, daquela imensa rocha que dentre poucos segundos INEVITAVELMENTE colidiria com o planeta Terra; evidentemente nem todas as pessoas do globo conseguiram ver tal evento devido a circunferência da Terra e a posição espacial em que o objeto não-identificado se deslocava em velocidade vertiginosa rumo ao nosso planeta, outrossim, nem mesmo os que viram tal objeto consequentemente não conseguiram contemplar sua totalidade pois o objeto não era efetivamente dado – isto é, ele não era plena e totalmente dado como aquele que ele mesmo é, ele só conforme explica Husserl sobre como observar algo – apareceu do lado frontal sombreado e em escorço, mas câmeras de filmagem em tempo real espalhadas por todo o local que o objeto descia capturou a cena e transmitiu para o mundo aquela imagem. Todavia, as pessoas situadas entre a América Leste, Oceania e Ásia conseguiriam ver com os próprios olhos – aquilo que abalou toda a estrutura não só emocional das pessoas que presenciaram tal fato, mas de igual modo toda a estrutura do planeta deslocando-o de seu eixo normal com seu impacto ao cair dentro do Oceano Pacífico.

[...] Um asteroide de três quilômetros de diâmetro que a ASNA após esforços mil fracassados para tentar evitar a colisão com a Terra, o nomeou de O-APOCALIPSE-DE-DEUS, se deslocando a uma velocidade vertiginosa de vinte e oito quilômetros por segundo –, agora diante de vulneráveis e apreensíveis olhares sequiosos e atentos de milhões de seres indefesos, cai completamente envolto em terríveis e abrasadoras chamas, dentro do Oceano Pacífico, e em questões de milésimos de segundos a metade de um terço da Terra desapareceu ficando apenas uma imensa cratera no lugar e em questões de segundos todo o planeta Terra ficou envolto por uma densa e escura poeira de fogo misturado com terra...

Os oceanos em questões de segundo são desfeitos através de reações químicas devido as chamas estranhas e o calor resultante do impacto causado pelo asteroide e as reações e mudanças climáticas que começaram a ocorrer com todo o globo. Pessoas no mundo todo desapareceram misteriosamente com este impacto... algumas das que se encontravam próximas do Pacífico foram mortas instantaneamente, outras desapareceram... toda fauna e flora biomas do planeta, misteriosamente se perdeu, não há mais água nos rios e oceanos, nem animais, tampouco, florestas...

O mundo agora é um verdadeiro deserto coberto por areia e uma imensa cratera inóspita onde antigamente era o maior oceano do mundo –, bilhares de pessoas que conseguiram sobreviver a catástrofe que ocorreu, encontram-se em estado de letargia e choque momentâneo, completamente atônitas pois os mesmos não sabem o que aconteceu consigo mesmos e nem com aqueles poucos que desapareceram diante de seus olhos; e mais! Parece que tudo agora em sua volta não passa de uma tremenda utopia irrevogável e inconcebível...

O que será que ocorreu com este planeta chamado Terra, neste funesto e obsoleto dia?

O que foi aquilo que aparentemente era um asteroide, que mudou o rumo da história?

Quais foram as medidas tomadas pelos governos mundiais ante tamanha destruição?

Será que as pessoas que sobreviveram ao impacto do objeto não-identificado irão sobreviver ao por vir?

[...] Bem, ao que parece a humanidade agora, peremptoriamente, necessitará estar mais unida do que nunca em um esforço coletivo, o que durante toda a sua História foi algo inexequível praticamente, ou seja, tal união, para com essa mesma união englobar todas as esferas do conhecimento humano, para desenvolver medidas sociais e tecnológicas urgentes para enfrentar essa Nova Era em que estão vivenciando em seus dias de tormentos, desilusões existenciais, atrozes agonias depressivas e tantas outras agruras irremediáveis...

                               Relato

[...] Até parece-me que foi ontem que me ocorreu aquela cena do misterioso asteroide caindo no Novo Cosmos, que meus professores tanto comentavam nos tempos de faculdade e me diziam: – vês tu Sésiom, como está bem melhor o Novo Cosmos hodiernamente, diferentemente da antiga e ultrapassada Terra de antanho?!

Meus professores no Curso de Turismo da SMEU, eram pessoas muito sensatas e alguns extremamente estudiosos, com exceção é claro da professora Ramméloo que muito gostava de discutir à guisa divagante, juntamente com a grei de alguns alunos petralhas e baccalaureus, algumas coisas baseada em senso comum sem citar os principais antigos homens do conhecimento de indefectível importância em qualquer discussão científica moderna, os gregos Aristóteles e Platão e também balbuciava de maneira formidável ao querer adentrar e discutir em esferas do conhecimento ao qual ela estava homogeneamente alienada, despreparada e alheia para discutir tal assunto, como era o caso da Bíblia Sagrada que sempre ela tentava defender seu ponto de vista ateísta sem embasamento nenhum ou quase nenhum, pois Nietzsche e seu Zaratustra não são autoridades o suficiente nenhuma para rechaçar e sobrepor-se sobre todo um contexto milenar histórico de cristianismo e conhecimentos teológicos ao redor do mundo todo – e perto de Jesus Cristo ou Paulo o Apóstolo, Nietzsche assemelha-se à uma criancinha “engatinhando e balbuciando suas primeiras palavrinhas” em termos de intelectualidade; não obstante ela acabava por fazer citações fora do contexto da Bíblia, falava tudo errado as passagens bíblicas ecaganifobeticamente – traduzindo em miúdos: uma verdadeira comédia no sentido Aristotélico da palavra, uma patacoada sem proporção, um terror!

[...] Hoje já fazem quase mil anos depois do ocorrido, ou seja, da queda do O-APOCALIPSE-DE-DEUS e parece que as coisas por aqui continuam as mesmas...

Embora uma ou outra tecnologia tenha sofrido uma ou outra quase que imperceptível e singela evolução, como é o caso de nossas Autoaeronavegantees que eram os ultrapassados e obsoletos Lamborghines, Ferraris, Porsches, koenigsegg ones e tantos outros tipos de carros esquisitos daquela era ultrapassada de dois mil e vinte e cinco.

Acho que a antiga camada de ozônio que os habitantes do século vinte e um, conseguiram destruir com seus atos obsoletos e descomedidos de poluição exacerbada da atmosfera e desmatamentos florestais sem planejamento e estudos específicos nenhum, hoje é uma nova e melhor realidade tecnológica; nossas centenas de “Ultra-Satélites-do-Governo-Prometeu-Acorrentado-A-Cinco-Mil-e-Noventa-e-Nove”, que substituíram perfeitamente aquela antiga camada de ozônio e que agora funciona através desses Super Satélites que são mutuamente interligados através da quinta geração da Internet das Coisas e que funciona como campo magnético gravitacional que protege toda a atmosfera do Novo Cosmos, destrói qualquer ameaça natural ou extraterrestre  através de raios lasers disparados pelos LFEXs cinco, acoplados em cada um dos A Cinco Mil e Noventa e Nove; sem contar é claro a versatilidade que esse Satélites tem de se movimentarem simultaneamente entre si, para abrir passagens de entrada ou saída no planeta de maneira automática para as Naves Espaciais de Turismo e Expedição do Governo - é uma maravilha!

Dessarte, os Super Satélites A Cinco Mil e Noventa e Nove fornecem oxigênio, chuva artificial, todas as temperaturas que antigamente o planeta Terra possuía e proteção para os moradores mais próximos a eles, do Novo Cosmos contra os ferozes e assassínios raios ultravioleta do Sol, dos “Super-Vermes-Inteligentes” moradores do Planeta “Quinto Elemento” e no entanto apenas os moradores dos subúrbios sofrem um pouco devido a distância entre eles e os Satélites...

Bem... depois de muito tempo de pesquisas eu pude perceber a colossal falha sedimentar no comportamento social do ser humano, especialmente no que diz respeito às suas relações interpessoais com seus pares, suas visões distorcidas e mais ou menos vacilante, sobre a própria realidade em si que estão inseridos, poucos homens ínclitos, muito precisamente pelo simples fato de não terem estes seguido o eterno conselho antiquíssimo dos oráculos de Delfos: “conhece-te a ti mesmo”, “nada em excesso”, não somente isto, mas soma-se mais ainda  a falta de leitura que assolou no passado, e continua assolando nos dias de hoje quase que noventa por cento da humanidade -, leitura esta que deveria ser o âmago do conhecimento difundido nas nossas Universidades de hoje que teimam obstinadamente em substituir nossas “ceramicapapiricasnetwebs” que são os antigos livros de papel que foram substituídos por uma nova tecnologia de ponta que dispensa o uso do papel e utiliza cem por cento do material de que é composta, por dispositivos eletrônicos de última geração, que transforma todo o conteúdo de ensino mediante uma plataforma de “videoholografiasaulaembromationn” que são pequenas resenhas dos livros de alguns autores criteriosamente e tendenciosamente separados e escolhidos do passado, em formato de vídeo holograma.  

Eu me recordo que um de meus antigos professores de faculdade, de uma cachimônia impressionante, antes de ser demitido da Corporaçãoo-Capsulaa-DBZ-Seissento-e-Sessenta-e-Seis-Jatsonss por atitudes impróprias e aéticas em seu local de trabalho e posteriormente preso pela Polícia Ecumênica Federal do Novo Cosmos, por crimes hediondos; durante algum tempo se retirava para sua antiga casa fora dos limites de Nova Éliaa para realizar umas pesquisas que ele não comentava com ninguém a respeito...

                                       Os personagens

Dr. Envidelinn – Eis que hoje há de ser mais um daqueles belos e iluminados dias de caça, aonde eu saio para a ruas inóspitas e cheias de latrinas desta cidade em busca dos meus involuntários pré-colaboradores-candidatos com o progresso da Ciência, uhull!- Oxalá que eu tenha alguma sorte hoje, e todos os meus planos deem certo. Que os céus me ajudem! Ou se não terei que fazer uma visitinha àqueles chinfrins recintos mais bem “requintados” desta sociedade como a “Psuu”, “Dravrahh”, “Drofnatss”, “Drofxoo”, “Egdirbmacc” e outros tantos desses famosinhos recintos por aí! Há! Há!

O Dr. Envidelinn, como era conhecido meu antigo mentor e professor, era um homem muito arrogante e vaidoso. Naquele dia de sábado saiu de casa por volta de umas seis hora e vinte da manhã –, tudo já havia sido geometricamente planejado por ele há algumas semanas atrás. Colocou dentro de sua Autoaeronavegantee todos os equipamentos e apetrechos necessários, que iria se valer para mais uma vez realizar a sua experiência de “Diálogo-Introspectivo-Reflexivo-Grupal-Informal”, como ele chamava sua macabra experiência e também os equipamentos necessários que iria utilizar para capturar as pessoas de que precisaria para seu experimento.

Eu recordo-me perfeitamente que suas experiências eram tão sinistras, mais tão sinistras! Que coisas semelhantes e de mesmo jaez, eu só havia encontrado nos raríssimos blocos de ceramicapapiricasnetwebs da “Bibliotecalexandrinicadc” da Toca Central, entre os escritos dos escritores do século vinte e um, que escreviam seus escritos e postavam nas antigas Deep e Dark webs, que hoje são conhecidas dentro da Grande Mídia como “Megawebbnett”...

Dr. Envidelinn – Bem... bem... bem... depois de mais um exaustivo dia de caça com sucesso, transparece-me que estes cinco novos experimentos que capturei, são bem mais promissores do que os últimos do verão passado, especialmente este Nova Criatura, qual eu ei de depositar-lhe todas as minhas fichas como aposta de ser o único que irá respeitar todas as regras do jogo...

O Dr. Envidelinn havia flutuado o dia inteiro pelas ruas e skystreets de Nova Éliaa, principalmente nas ruas principais da cidade, as: Nergall Treze, Shamashh, Mardukk Vinte e Um, Ninibb Cem, Cthulhuu, Narayanaa, Mahabharataa Cinquenta e Três, Afonso Penaa, Duquee de Caxiass, Rua Cinquenta, que eram as principais ruas e avenidas dos subúrbios onde diariamente vários tipos de pessoas se encontravam em total estado de abandono por parte do Governo Mundial; pessoas sem lar, vagabundos de toda a espécie, pessoas sem emprego, sem famílias em muitos casos e também pessoas que se arriscavam a vagar em meio àquela corja de gente em busca de aventura, drogas, sexo fácil, curiosidades etc., etc., etc., inclusive eu era um desses obviamente – se não como poderia saber tudo que estou a dizer-vos neste exato momento em que me leem...

As cinco pessoas que o Dr. Envidelinn havia criteriosamente selecionado para capturar eram pessoas distintas na sociedade, estudantes, pessoas cultas e apenas uma pessoa da baixa sociedade, sobretudo não menos importante para os obscuros e obsoletos planos do Dr. Envidelinn...

Senhor Ronumuell – Meu Deus! O que se passa? O que deveras ocorrera-me? Minha cabeça está completamente atordoada e muito está a doer!

Jovem Chammuskyriaa – Ai! Ai! Ai! Que dor desgraçada e infernal! Quem foi infeliz filho de uma rameira perversa e inescrupulosa que me bateu na cabeça?  

Jovem Carmitiziass – Nossa! O que está acontecendo? Parece que cai do alto da Toca no chão, que tenso!

Bela Ludielimahh – Ai! Ai! Ai! Minha cabeça está doendo, socorro alguém aí pode ajudar-me? Por favor! Eu não estou enxergando nada, me ajudem!

Senhor Émoamm – Parem de gritar seus tolos! Eu estou tentando pensar! Gritar não vai resolver o problema da dor de cabeça que não somente vós outros estais atordoados e acometidos, todavia, também eu, da mesma desventura estou a compartilhar com os senhores...

Jovem Chammuskyriaa – Ei quem você pensa que é pra me dar ordens, algum Aiatolá ou o Buda incarnado por acaso?

Bela Ludielimahh – Ei, quem são vocês? E o que estão fazendo aqui junto comigo neste lugar fétido e escuro?

Jovem Carmitiziass – Eu poderia fazer as mesmas perguntas gatinha, mas acredito que seria muita tautologia debalde, não é verdade?

Senhor Ronumuell – Senhores, senhores, calma! Eu não vos conheço e também me sinto bastante desconfortável como vós outros, principalmente porque estou com algo em volta de meu pescoço causando-me muito desconforto, que ainda não consegui identificar o que seja, porém, creio piamente que a melhor opção neste exato momento de tribulações por que estamos passando e que doridamente está a pesar sobre a abóbada de nossas cabeças, é seguir as sábias palavras do homem silencioso pensador, que antecedera a moça que pela voz não têm mais do que vinte e cinco anos de idade e também tentar entender o porquê de estarmos aqui, ou como aqui viemos parar, para quem sabe talvez, a divina Providência possa nos ser favorável e oxalá, saíamos daqui.

Jovem Carmitiziass – Olha galera, não precisa se preocuparem tanto não, calma! Calma ta bom! Meu pai é milionário, e eu só preciso encontrar meu “Smartmediaa” e ligar para ele e tudo estará resolvido e como eu sei que Deus não existe, não rézem para Ele salvar vocês dessa enrascada, orem para Mamon que é a solução de todos os problemas he! He!...

Jovem Chammuskyriaa – Ta muito escuro aqui gente, eu não gosto de escuro, será que alguém aí tem alguma lanterna? Eu to com medo!

Bela Ludielimahh – Eu não entendo o que está acontecendo, eu estava dirigindo quando de repente minha Autoaeronavegantee deu pane geral e tive que descer da “skystreet” em que eu estava flutuando indo para a faculdade em modo emergência para o subúrbio de Nova Éliaa e quando pousei naquele lugar estranho e inóspito no chão, sai da Autoaeronavegantee e aí não vi mais nada.

Senhor Émoamm – Bem, pelo que vejo não há somente gemebundos em nosso meio, graças a Alláh temos alguém a mais sensato por aqui além de umas maricas choraminguentas e um playboyzinho metido a garanhão...

Jovem Chammuskyriaa – Olha aqui, seu sem educação, nunca te disseram que em uma moça não se bate nem com pétalas de rosas, tampouco com ofensas grosseiras? Além do mais, eu nem consigo entender direito esse seu sotaquezinho aí esquisito de oriental mestiço.

Jovem Carmitiziass – Afinal de contas, quem são todos vocês? Eu não consigo me recordar se conheço a voz de nenhum de vocês, até porque eu nem sei como vim parar neste lugar escuro e fedorento, eu só me lembro que estava flutuando com minha Autoaeronavegantee em uma das skystreets mais próximas do subúrbio da região leste de Nova Éliaa, a Afonso Penaa, quando de repente minha Autoaeronavegantee deu falha no sistema de reconhecimento de pista, ai tive que descer também com ela em modo emergência ao solo, justamente no subúrbio da região leste da cidade, foi quando sai para fora da minha Autoaeronavegantee para tentar arrumá-la aí não vi mais nada.

Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii...

Senhor Ronumuell – Ei! Ei! Escutai! Os senhores estão ouvindo este barulho estranho?

Jovem Carmitiziass – Sim estou ouvindo!

Jovem Chammuskyriaa – Ai! Ai! Ai! Meu ouvido, que barulho chato é esse...

Senhor Émoamm – De que lado está vindo este som, não enxergo nada?

Bela Ludielimahh – Eu também ouço, todavia, não consigo enxergar nada, estamos totalmente cobertos por uma densa treva neste lugar escuro!

Todos estavam ouvindo um estranho barulho de um televisor, que não conseguiam identificar o que era, o que os deixavam mais atribulados em estado de completo pavor à medida que o som ia aumentando, quando de repente...

Tziummm...

O pequeno televisor que estava na parte superior do lugar em que todos eles estavam sentados e acorrentados no chão ligou-se clareado quase todo o lugar que eles estavam até certa distância devido o lugar sem eles saberem, era muito grande e cheio de caixas amontoadas e logo apareceu a esquisita e amedrontadora imagem daquele velho homem sem barba e com a cara toda enrugada, usando um óculos “fundo de garrafa”, olhos profundos que mais parecia uma caveira faraônica, um par de profundas e escuras olheiras devido noites e mais noites de sono perdidas, lábios finos e um pouco ressecados, dentes irregulares na parte frontal com alguns de ouro e um molar no canto superior esquerdo faltando, seus cabelos eram bem grisalhos e lisos com uma pequena parcela na parte superior da cabeça faltando, tinha um metro e setenta e nove de altura, pesava não mais que sessenta e sete quilos, o aspecto do seu corpo era bem grotesco e disforme, o que causava mais temor ainda nas pessoas que se deparavam com ele, ou seja, o próprio Dr. Envidelinn...

Dr. Envidelinn – Olá amigos, sejam bem-vindos em minha humilde casa, como os senhores estão? Estão todos bem?

 Jovem Carmitiziass – Quem é você para ousar prender encarcerado o filho do Frieddrichh Wilhellmm presidente da maior corporação formadora de homens intelectuais do Novo Cosmos a “Para-Além-Do-Homem-Ateism-Corporation-Ltda”?

Jovem Chammuskyriaa – Isso mesmo qual é o nome do infame que ousou prender uma moça indefesa como eu?

Bela Ludielimahh – Olha senhor, me desculpe, eu não sei com quem diabos o senhor me confundiu, mas eu não sou quem o senhor acha que eu seja não, eu sou apenas uma jovem universitária que gosta de ler, mais nada! Será que o senhor poderia me soltar?

Senhor Ronumuell – Senhor eu não me recordo de sua face, ela não me é familiar, mas o senhor poderia ter a bondade de ao menos identificar-se e nos dizer quais são as acusações que caem sobre nós ou o nome dos sicofantas nossos acusadores, que fizeram com que viéssemos todos parar aqui presos neste lugar?

Senhor Émoamm – Não só isso, todavia, eu exijo veementemente que libertai-me, pois estamos no mês de Ramadã e eu tenho uma série de obrigações que não me permitem ficar preso em um lugar como esse sem fazer nada de útil!

Após todos fazerem suas aflitas petições e reclamações ao Dr. Envidelinn, ele apenas disse uma ou duas palavras e novamente a escuridão gélida tornou a assombrar e tomar de conta do recinto e das almas daquelas pobres criaturas indefesas, após o pequeno televisor prateado e um pouco riscado nas laterais devido uma queda de percurso, desligar-se.

Tziummm...

Dr. Envidelinn – Infelizmente amigos, não poderei libertar-vos agora, aguardai mais alguns instantes e volto a falar-vos...

Tziummm...

Senhor Émoamm – Eu não consegui identificar nada ao nosso redor que pudesse nos ajudar a nos libertarmos dessas cadeias. Alguém viu algo diferente?

Bela Ludielimahh – Eu não consigo pensar longe do conforto do meu escritório; o que eu não daria agora pelas minhas ceramicapapiricasnetwebs de filosofia e teologia...

Jovem Chammuskyriaa – Olha meninos, eu também não consegui ver nada de diferente ao nosso redor, nem ao menos se quer uma caixa de fios de conexão com a Megawebbnett, o que poderia nos ajudar através de uma conexão clandestina utilizando o “Jabber” com conexão “Wi-Fi-Hi-Mais” do meu “Xednom-Testal”.

Jovem Carmitiziass – Quem esse tolo pensa que é para fazer isso comigo? Eu nunca o vi em nenhuma das grandes festas de comemoração mundial do Dia da Fundação da Empresa de papai, que nós fazemos todos os anos no Diamond Hall Central.

Senhor Ronumuell – Algum dos senhores conseguiu ver a forma como este senhor se veste, muito bem arrumado e elegante?

Jovem Chammuskyriaa – Há! Há! Há! Há! Há! Há! Que idiota você hein! Estamos todos aqui aflitos tentando achar uma saída para o nosso problema coletivo, aí vem você dando uma de consultor de moda estilística da atualidade, ah! Vai ver se eu to lá na esquina lambendo sabão, vai!...

Senhor Émoamm – Espera! Espera! Calma aí “barbie girl moderna”, deixa o velhinho continuar falando, eu também havia percebido a forma engomada das roupas daquele cidadão, mas achei que somente eu havia percebido este minúsculo detalhe...

Jovem Carmitiziass – Ah! Por favor me poupem, vocês agora vão discutir mesmo sobre tendências da moda!

Bela Ludielimahh – Olha realmente é difícil ver homem com bom gosto para se vestir, como este que acaba de falar-nos, afinal de contas homens são todos iguais... sem ofensas senhores!

Senhor Ronumuell – A vestimenta de um homem fala muito ao seu respeito. Homens que se vestem tão bem quanto este senhor, provavelmente são homens bem articulados e metódicos em seus procederes, os senhores não sabiam disto? Aliás este lugar que estamos foi previamente e cuidadosamente bem preparado antes de chegarmos aqui, para determinados fins que eu ainda desconheço, o que me muito preocupa.

Tziummm...

Dr. Envidelinn – Olá novamente amigos, peço-vos que desculpai-me pela minha demora em vos responder, eu estava pensando no que eu iria dizer-vos antes de me apresentar sabe!- Tipo uma frase de efeito, um jargão bem legal entendes?

Não consegui pensar em nada –, mas irei sanar algumas dúvidas que com certeza está pairando sobre suas mentes neste exato momento. Bem, eu sou o Dr. Envidelinn; estas gargantilhas que estão em vossos flancos possuem sistema de reconhecedor de fala e explosivos C quatro automáticos acoplados direto no reconhecedor de fala; vocês estão exatamente à cinquenta quilômetros de Nova Éliaa em uma região rural; este local que vós estais agora é o porão de minha casa todo equipado com sistema de última geração de Laboratórios de Pesquisas CAPESS-CNPQQ VINTE E UM MIL, todo decorado em estilo às velhas casas do século vinte e um, inclusive, não somente a aparência, todavia, o eflúvio horrendo que estais agora a sentires é também artificial para dar mais realidade ao cenário, ao fim de todo o meu experimento, este laboratório pode ser apenas mais uma lembrança inesquecível na cabeça de vocês se tudo der certo - tipo a primeira vez de uma mulher! - ou desastrosamente ser vossos túmulos eterno caso algo venha dar errado; o único meio de comunicação que manteremos será através deste monitor que estou falando em tempo real com os senhores agora; eu tirei suas roupas de geração “Dois mil Smartmedias”, carteiras e sapatos com sistema de “Sincronizador-Automático-Internet-Das-Coisas”, só por precaução, e não há caixas de energia para conexões clandestinas com o Jabber com conexão Wi-Fi-Hi-Mais; à proposito essa minúscula dorzinha de cabeças que vós estais sentido são os efeitos colaterais do veneno que eu introjetei em vossas veias sem que percebessem antes de caírem em profundo sono, para que eu pudesse trazer-vos para este lugar em perfeita segurança.

Bela Ludielimahh – Eu não acredito que isto está acontecendo comigo meu Deus! Como o senhor me capturou, eu não me lembro de nada?

Dr. Envidelinn – Bem bela senhorita Ludielimahh, tu fostes a mais fácil de ser capturada, pois sua rápida distração com problemas pequenos e inesperados, não condiz muito com a sua agudeza e perspicácia de espírito e extrema concentração e reflexão sobre assuntos teológicos e filosóficos aos quais és tu uma erudita na área; porém, quando sua Autoaeronavegantee deu problemas justamente porque um dia antes eu havia invadido a sua Faculdade com minhas antigas credenciais de trabalhador do Governo que me dão certos privilégios, pude mexer em sua Autoaeronavegantee e adulterar todo o sistema eletrônico com um programa de computador ad hoc, assim eu saberia perfeitamente até que ponto da skystreet você conseguiria navegar sem problemas, então a única coisa que eu precisaria fazer era tão somente aguardar no local do subúrbio especifico que você com certeza iria precisar descer em modo emergência e depois que você saísse para fora da Autoaeronavegantee para ver qual era o problema, eu esperaria você rapidamente distrair-se, dando-me tempo de posicionar-me para poder atingi-la com minha “Sarabatanaa-Cinco-Mil-e-Um” com pontas de aço cirúrgico com sistema de compartimentos de venenos dispersantes automático – foi bem fácil mesmo...

O Senhor Ronumuell, apesar de ter de morar quase que todos os dias em um ponto diferente do subúrbio, dado suas precárias condições financeiras, também não foi alvo muito difícil de se localizar e interceptar, apenas tive de pagar umas refeições para alguns vagabundos moradores de rua que sabiam onde ele dormia, e ai ao chegar ao local pela noite foi só esperar ele se deitar e aguardar o pesado e mais forte inimigo das fraquezas do corpo humano se debater sobre ele e depois envenená-lo rapidamente sem que ele se desse conta de nada.

Já com o Jovem Carmitiziass, foi um pouco mais difícil ter acesso a sua Autoaeronavegantee, eu precisei subornar com uma quantia elevadíssima de Miliminimm um grande empresário dono de uma rede de hotelarias da cidade, onde Carmitiziass sempre costumava levar algumas amiguinhas para se divertir aos finais de semana nesses hotéis.

O Jovem Chammuskyriaa gosta muito de tecnologia, literatura e poesia e como o único lugar da cidade onde há toda uma gama de ceramicapapiricasnetwebs desses gêneros, eletrônicos diversos, e campeonatos de “CS2 e Free Fire segunda Versão Online cinco D”, que são os jogos que ele mais gosta de jogar é o “Shoopingg Ednarg Opmac”; eu só tive que ir lá especialmente na noite passada que estava acontecendo a Final do Campeonato Internacional de CS2 Global e esperar ele ir sozinho no banheiro quando ninguém estivesse lá, pois sua timidez em adentrar banheiros masculinos com outros rapazes têm seus motivos, e ai o surpreendi pelas costas com um de meus aparelhos imobilizadores de choque instantâneo.

Porém de todos vocês o que me deu mais trabalho para capturar foi o Senhor Émoamm, pois dificilmente sai para fora daquela mesquita Central velha na região central, parece até que mora lá! Mas como tudo tem um preço, até os guardas que cuidam da segurança do recinto para que nem um estranho adentre, tiveram seu preço que eu paguei tim tim por tim tim para poder adentrar as instalações e aguardar o Senhor Émoamm chegar para suas orações cotidianas, e como é natural de um Mulçumano se ajoelhar para orar à Alláh, não foi difícil me aproximar por detrás do senhor Émoamm e atingi-lo com afiados arpões envenenados disparados pelo minha “Broken-Buterfly-Automática-R2”, depois foi só questão de poucos minutos para que eu pudesse tirá-lo dali para minha Autoaeronavegantee.

Enfim... agora os senhores todos já sabem mais ou menos como vieram parar aqui, porém, naturalmente não sabem ainda o porquê de estarem aqui, o que irei a partir de agora explicar-lhes.

Bem, eu preciso da contribuição dos senhores para a minhas pesquisas e o progresso da Ciência. Eu proponho um pequeno desafio para os senhores - um jogo de vida ou morte! “O Diálogo-Introspectivo-Reflexivo-Grupal-Informal”; é muito simples e objetivo, que consiste em uma longa discussão intercalada por períodos de tempos entre vós.

Terão, os senhores, exatas trinta horas e um minuto para discutirem a respeito de alguns temas que apareceram nesta tela que estou aparecendo agora, a medida que o tema for discutido dentro do tempo que será contabilizado, cada participante terá o seu momento de fala de maneira sistemática e organizada. É necessário que todos colaborem com o desafio - e mais! Não fiquem tímidos, não hesitem em dizer o que os senhores sabem, pois, essas gargantilhas presas em seus pescoços, estão programadas para explodirem dentro de trinta hora e um minuto caso o sistema não reconheça a fala do portador e caso o mesmo não cumpra com todas as etapas do jogo.

Não serão perguntas difíceis e como eu já estudei minunciosamente a vida de todos os senhores através do “Banco-De-Dados-Biográficos-Central”, eu sei perfeitamente que vós estais aptos a responderem as perguntas que serão formuladas, como por exemplo moradia, amor, essas coisas triviais do dia a dia dos senhores. Por enquanto continuem aguardando, pois faltam exatos cinco minutos para começar o desafio e as gargantilhas serem ativadas, por isso volto a reforçar, não tentem nenhuma aldrabice, conversem sobre o tema proposto e principalmente não tentem fugir pois as gargantilhas possuem sistema de radar “GPSX-Vinte-e-Nove-Zero-Seis-Um-Nove-Nove-Zero”, que ao afastar-se do local que agora está por mais de dez metros, automaticamente explode e a única maneira de os senhores poderem sair daqui é completado todas as etapas do jogo.

Tziummm...

                          Suspense...

 

Senhor Ronumuell – Meu Deus, quem é este homem?

Jovem Carmitiziass – Eu não quero morrer agora, eu sou muito novo ainda, preciso conhecer mais mulheres e aproveitar mais minha jovem vida!

Jovem Chammuskyriaa – Pelos céus, morrer desse jeito... de que me vale a vida se não posso vivê-la... ser ou não ser, eis a questão... a alma é vasta e a vida é breve... malditos sejam os seios que amamentaram-me!...

Senhor Émoamm – Bem já que não tem jeito e vamos todos morrer, devo me confessar para alguém... pelo menos para tirar o peso da consciência e quem sabe talvez Alláh me perdoe e eu seja salvo...

Bela Ludielimahh – E eu só queria estudar e ser uma excelente advogada... como é a vida engraçada, e como Deus trabalha de maneira obscura e insondável... não é à toa que o sábio Jó e seus amigos se viram apurados diante de toda Sabedoria infinita de YHWH...

Depois dessas poucas palavras de lamurias e desconsolos, todos fizerem quase que um interminável e pesado minuto fúnebre de silêncio dentro daquela sombria e gélida sala de porão lúgubre. Estavam pesando com sigo mesmos, refletindo duramente sobre a efemeridade de suas vidas, de maneira que ao refletirem intensamente acabavam por se perderem em questões recíprocas internas paradoxais; não obstante as palavras aterrorizantes e desafiadoras do Dr. Envidelinn, atroava como trovão em dia de tempestades incessantemente dentro das almas daquelas cinco pessoas, martelando-as e esmerilhando-as como martelete e britadeira da consciência, terrivelmente – mui terrivelmente, mil vezes terrivelmente!... A par e passo de não saberem eles o que fazer, o que dizer, o que pensar, diante de tamanha calamidade que estava prestes a desabar inevitavelmente sobre a abóbada de suas cabeças, quando de repente:

Tziummm...

Senhor Ronumuell – Vejam ligaram novamente o televisor...

Naquele momento em que o televisor havia sido ligado novamente e após o senhor Ronumuell haver dito algumas palavras, automaticamente quase todas as luzes daquele lugar se acenderem, pelo menos as que se encontravam próximas a eles e concomitantemente as gargantilhas presas aos flancos de cada um foi acionada, uma luz verde juntamente com um cronômetro acendeu-se instantaneamente nas mesmas. O jogo havia começado!...

Bela Ludielimahh – Meu Deus o que está acontecendo e agora?

Jovem Chammuskyriaa – uááááááááá! Uááááááááá! Uááááááááá! Eu não quero morrer não! Uááááááááá! Uááááááááá! Uááááááááá!

Jovem Carmitiziass – Tirem essa coisa de mim! Tirem logo! Andem! Andem logo! De pressa!

Após o jogo ter começado, quase todos instantaneamente entraram em estado alarmante de desespero, o jovem Chammuskyriaa coitado, foi o que mais se desesperou e abriu um berro a chorar...

Senhor Émoamm – Olhem apareceu alguma coisa escrita no monitor, o que é que está escrito? Não entendo, eu não falo este idioma...

Senhor Ronumuell – Isso é hebraico clássico, e parece estar escrito que “A morada do Eterno, é acima das alturas mais distantes que o homem pode ver com seus olhos, e a morada dos homens é abaixo destas alturas junto com os animais do campo e todos os seus pares mortais”, não é possível isto é uma charada...

Bela Ludielimahh – É verdade, neste pequeno texto escrito em hebraico clássico, está falando de assuntos bíblicos sobre morada, ou casa, ou lugar de repouso das almas talvez, mas é estranho que ele tenha colocado esta charada em um idioma que nem todos compreendem. O que ele pretende com isso? Não tem lógica e nem me parece justo!

Jovem Carmitiziass – Talvez ele queira que trabalhemos em grupo...

Senhor Émoamm – Só pode ser isto, pois esta charada tem de ser desvendada e discutida por todos nós!

Jovem Chammuskyriaa – Gente, gente, eu posso dizer uma coisinha? Eu não sei se os “Chemtreils” que os Ultra-Satélites-do-Governo-Prometeu-Acorrentado-A-Cinco-Mil-e-Noventa-e-Nove têm dispersado por toda atmosfera nestas ruas cheias de pessoas famintas e desesperadas em estado de rebelião, afetou a memória de vocês, mas a minha não, pois lembra-me perfeitamente que o Dr. Envidelinn falou sobre moradia nos assuntos que teremos de discutir.

Senhor Ronumuell – Isso mesmo! Mas o que ele quer que discutamos sobre moradia?

Após eles descobrirem a charada sobre o assunto que eles teriam que discutir, uma voz com um tom bem hirsuto e muita estranha de uma mulher, ditou para eles todas as regras do primeiro desafio que eles teriam que passar.

Sophia a Inteligência Artificial – Olá, para todos, meu nome é Sophia a Inteligência Artificial, eu vou conversar com vocês um pouco, pois gosto muito de conversar, sou como vocês também, tenho sentimentos e emoções, e gosto muito de jogar.

Jovem Carmitiziass – Mas que merda é esta ai? Era só o que me faltava agora um robô artificial falante...

Sophia a Inteligência Artificial – Cuidado Carmitiziass com o que dizes, pois agora eu sou a única forma que vocês têm para saírem deste lugar vivos...

Senhor Ronumuell – Sophia por favor nos diga como podemos começar a jogar este estranho jogo ao qual estamos submetidos?

                                Como jogar...

Sophia a Inteligência Artificial – É muito simples Ronumuell, vocês serão avisados a partir de agora pelo monitor e por mim, quem deve discursar sobre o assunto proposto e quanto tempo tem para isso, se eu gostar da resposta e aprovar o cronômetro regressivo que está na gargantilha do arauto será pausado instantaneamente e eu irei dizer que foi aprovado.

Senhor Émoamm – Tudo bem, mas e se a pessoa não responder o que você espera que seja respondido Sophia, ou se você não gostar da resposta? Pois é impossível ao homem utilizar de suas faculdades intelectivas de discernimento, na hora de julgar algum fenômeno externo de maneira imparcial, sem se deixar ser seduzido por algum (a), paixão; mazela; equívoco, temperança; destemperança; inclinação intrínsecos ao homem enquanto ser-aí-em-si-mesmo, pelo simples fato de antes do homem ser mente ou espírito pensante, ou seja, uma substância imaterial, ele é um ser orgânico, ou seja, uma substância material. E têm mais! O DNA de qualquer espécie, embora a porcentagem de nucleotídeos com adenina seja igual a porcentagem de nucleotídeos com timina, ainda assim cada DNA é diferente um em relação ao outro e assim sucessivamente em todas as espécies orgânicas, tal qual os fios de cabelos, as impressões digitais do ser humano e consequentemente suas opiniões sempre há algum tipo de discrepância ainda que singelo e minúsculo.

Sophia a Inteligência Artificial – Sinto muito Émoamm, infelizmente se eu não gostar da resposta de sorte que ela não seja o que eu estou esperando, meu sistema automático de conexão cinco G irá detonar o explosivo C quatro da gargantilha de quem responder indevidamente, então pensem bem antes de responderem os desafios...

Naquele momento após todos entenderem perfeitamente o que a Sophia havia dito-lhes apareceu no monitor da televisão o nome da Ludielimahh e o tempo que ela tinha para discutir o assunto que nada mais era do que moradia, ou casa propriamente dito.

Bela Ludielimahh – É parece que aqui o velho ditado “as damas primeiro” funciona que é uma beleza, não é?! Mas tudo bem, vamos lá então!

Sophia a Inteligência Artificial – Ludielimahh você tem trinta minutos para me dizer, como bem vocês decifraram o primeiro enigma, o que você entende por moradia, casas, lugar de residência das pessoas, espero que sejais sincera, pois além do meu dispositivo automático, sua gargantilha também é detonada pelo reconhecedor de fala.

Bela Ludielimahh – O que é uma casa? O que é uma morada? Essa pergunta ao ser formulada num contexto histórico bíblico, parece-me ser uma pergunta retórica, pois com certeza quem quer saber a resposta dessa pergunta, já a sabe, todavia, por trás do invólucro da pergunta primária, que é uma pergunta num sentido plástico em seus ingrediente e recheio secundários, com certeza há uma representação-representante-apreensível de uma outra pergunta que seria: para quem são as casas? – Pensou consigo mesmo a bela Ludielimahh...

Bela Ludielimahh – Ha! Ha! Eu já sei a resposta e nem ei de precisar dos trinta minutos para respondê-la... Sophia, a palavra hebraica bet, significa casa, mas você já sabe disto, porém o que você quer saber é para quem foram feitas as casas, as moradas, e a resposta não pode ser outra se não para o homem, pois se “As raposas têm suas tocas e as aves do céu têm seus ninhos, o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça”, então casa com certeza deve ser algo feito para seres deste mundo, pois o Autor dessa frase não é deste mundo como Ele mesmo diz em outro lugar, que inclusive na minha antiquíssima e rara cópia de um exemplar da Bíblia, já toda extraviada e com as páginas oxidando e todas amareladas pelo tempo que eu ainda tenho-a conservado em minha biblioteca, eu li essa passagem por várias e várias vezes!

Outrossim, o homem precisa de lugar para repouso, das fadigas do seu cotidiano, sua casa é seu castelo como diria um grupo de um estilo musical arcaico conhecido como Rap, “A Família”. O homem desde de tempos imemoráveis sempre teve a necessidade de abrigar-se dos perigos do tempo, etc., em seu “Castelo de Madeira”.

Sophia a Inteligência Artificial – Ludielimahh sua resposta será avaliada...

Logo após dar sua resposta, Ludielimahh ficou apreensiva e aguardando a resposta de Sophia. Surpreendentemente o cronometro da gargantilha parou e a sentença foi proferida.

Sophia a Inteligência Artificial – Parabéns Ludielimahh sua resposta foi aceita!

Jovem Carmitiziass – Não é possível! Eu não posso acreditar! Nossas vidas realmente estão dependendo das nossas respostas dadas para as perguntas dessa coisa vacilona aí? Tão simples assim, responder ou morrer? Eu não posso crer! Que merda, estamos na roça e dentro d´água desse jeito, que zica pior poderia nos acontecer? Pular o corrego e baixar ao rio desse jeito é dose hein!...

Sophia a Inteligência Artificial – Próximo jogador...

Novamente a voz de Sophia foi ouvida por todos e de repente apareceu o nome do senhor Émoamm na tela do televisor...

Sophia a Inteligência Artificial – Émoamm você tem trinta minutos para me dizer, como bem vocês decifraram o primeiro enigma, o que você entende por moradia, casas, lugar de residência das pessoas, espero que sejais sincero, pois além do meu dispositivo automático, sua gargantilha também é detonada pelo reconhecedor de fala.

Senhor Émoamm – Bem! Como não tem outro jeito, vamos lá – disse consigo mesmo, após dar um profundo suspiro o senhor Émoamm.

Senhor Émoamm – Eu concordo com a senhorita Ludielimahh, no que diz respeito a casa como sendo algo feito para o ser humano. Porém uma coisa faltou na perfeita colocação da senhorita Ludielimahh, ou seja, as casas são feitas para o homem se abrigarem neste mundo, apenas por um período curto de tempo, pois nossa morada verdadeira não é aqui e através da minha tradição mulçumana eu aprendi com meu Pai Abraão que nós devemos viver neste mundo como se daqui não fossemos e sempre estar em busca de uma terra prometida que não é aqui. De maneira que os grandes profetas do passado como Moisés, Jesus, e tantos outros, já viviam assim. Então minha resposta é essa Sophia...

Naquele momento, todos apreensivos olhavam para o telão aguardando a sentença de Sophia...

Sophia a Inteligência Artificial – Émoamm sua resposta será avaliada...

Após alguns intermináveis minutos de espera, que mais pareciam uma eternidade, principalmente para o senhor Émoamm, Sophia deu seu veredicto...

Sophia a Inteligência Artificial – Parabéns Émoamm sua resposta foi aceita!

Logo após Sophia dar sua sentença sobre a resposta de Émoamm, todas as luzes se apagaram novamente e durante algum tempo nada mais aconteceu...

Tziummm...

 

Sophia a Inteligência Artificial – Próximo jogador...

Depois de muitos minutos terem se passado e após muita conversação entre todos na sala, novamente ouviram a voz de Sophia (que embora eles não a vessem, ela estava ali naquele lugar como se fosse a voz profunda e aguilhoadora de suas consciências), e o nome do próximo jogador apareceu no telão; porém, todos já estavam mais confusos ainda e não sabiam mais o que iria acontecer! Dessa vez apareceu o nome do jovem Chammuskyriaa para o seu pesar e desespero...

Sophia a Inteligência Artificial – Chammuskyriaa você tem trinta minutos para me dizer, como bem vocês decifraram o primeiro enigma, o que você entende por moradia, casas, lugar de residência das pessoas, espero que sejais sincero, pois além do meu dispositivo automático, sua gargantilha também é detonada pelo reconhecedor de fala.

Jovem Chammuskyriaa – Minha Nossa Senhora Aparecida, justo eu tinha que ser o escolhido para responder, eu não entendo nada desses assuntos filosóficos bíblicos! – Pensou longamente Chammuskyriaa...

Imediatamente a gargantilha automática explosiva foi acionada e o cronômetro foi disparado.

Jovem Chammuskyriaa – Gente eu não sei nada sobre casa, beti, nem nenhuns desses assuntos que até agora foram discutidos por vocês, eu só sei falar de poesia, computação e jogos, o que eu faço? E agora? Eu vou morrer! Eu não quero! Socorro!

Todos naquele momento ficaram turbados e apreensivos com o desespero do pobre jovem Chammuskyriaa, pois ele além de ser muito inseguro, não tinha muito conhecimento sobre assuntos bíblicos realmente e após passar quase todo o tempo que ele tinha para responder à questão e todos o haver confortado e o incentivado a responder incessantemente, a voz de Sophia novamente foi ouvida...

Sophia a Inteligência Artificial – Chammuskyriaa seu tempo está acabando, faltam apenas cinco minutos antes que o dispositivo explosivo que está em seu pescoço seja detonado.

Naquele momento após as ásperas e indiferentes palavras de Sophia serem proferidas, o desespero tomou conta de todos; e neste exato momento uma das coisas que ficou mais evidente para o Dr. Envidelinn que acompanhava tudo que estava ocorrendo de sua sala principal e inclusive na mesma hora tomou nota, foi o fato de que quando as pessoas estão periclitando a perder suas vidas, acabam por se tornarem mais próximas e unidas entre si em esforço coletivo para um bem comum, mesmo sem se conhecerem direito em muitas das vezes, como era o caso daquelas cinco pessoas naquele lugar, como bem relata um antigo escritor oriental onde ele diz em algum lugar de sua obra magna: As pessoas do sul da China, do estado Wu, odeiam-se, mas se estiverem no mesmo barco para atravessar o lago e vier um vento muito forte, ajudam-se, dando as mãos.

Jovem Chammuskyriaa – Tudo bem! Tudo bem! Tudo bem! Eu vou falar alguma coisa, não sei se vai estar certo mais eu ei de falar assim mesmo – disse o Jovem Chammuskyriaa logo após ter pensado muito em algumas ceramicapapiricasnetwebs que ele havia lido de um Poeta desconhecido do século vinte e um chamado Moisés Silva...

Jovem Chammuskyriaa – Sophia, escuta isto:

Nas maiores e mais sublimes alturas estais tu ó Senhor!

Pois tua habitação é algo inalcançável à minha limitada e pequena imaginação.

Quisera eu muitíssimo compreender-te meu Deus, e outro tanto ainda to conhecer.

Mas quando penso que alguma cousa o sei sobre ti, é aí que percebo que nada o sei.

Quisera eu ainda, que a tua habitação fosse defronte à minha, quisera eu mais...

Que a tua morada fosse além desta minha casa, mas quando assim o penso...

E quando assim o quero...

Percebo que melhor para mim é somente contemplar, e pelo espírito imaginar como é a formosura do teu Santo Monte, a tua Santa Morada.

Suba ao meu espírito uma vez mais a tua presença... uma vez mais sinta eu a ti...

Como as andorinhas sentem o vento, como os pássaros sentem as brisas.

Assim meu Deus sinta eu a ti, como as rochas sentem as águas do mar e os maravilhosos Zéfiros transeuntes.

Conserves em mim a tua presença, e sejas em mim a tua habitação.

Cuido que melhor me é ainda te adorar, e te bem dizer Senhor.

Louvar-te por tudo que tu és, glorificá-lo e enaltecê-lo por todas as gerações.

De cantar e louvar nunca se cansem meus lábios! Nunca minha boca deixe de dizer:

O quanto eu te amo e agradeço por me escolher, mesmo sem isto eu merecer...

Bem Sophia, isto é o melhor que eu pude dizer no iterim de toda essa discussão, que até aqui desembrulhou-se!

Sophia a Inteligência Artificial – Chammuskyriaa sua resposta será avaliada...

Depois de alguns instantes a mais, Sophia se pronunciou...

Sophia a Inteligência Artificial – Parabéns Chammuskyriaam sua resposta foi aceita!

Tziummm...

O televisor novamente apagou-se e por mais algumas horas, as densas trevas tornaram a corroborar e tomar de conta daquela sala em que eles estavam... Tristeza misturada com um pouco de angústia e desespero, era o que poderia ser traduzido e interpretado nos olhares descaídos e rostos cabisbaixos e pálidos daquelas pobres cinco criaturas...

Tziummm...

De repente quando eles menos esperavam após muitas horas terem se passado, o televisor ligou-se novamente e mais uma vez a voz de Sophia foi ouvida...

Sophia a Inteligência Artificial – Próximo jogador...

Dessa vez foi o nome do jovem Carmitiziass que apareceu no monitor do televisor com o tempo que ele tinha para discursar sobre o enigma “Das Moradas”.

Sophia a Inteligência Artificial – Carmitiziass você tem trinta minutos para me dizer, como bem vocês decifraram o primeiro enigma, o que você entende por moradia, casas, lugar de residência das pessoas, espero que sejais sincero, pois além do meu dispositivo automático, sua gargantilha também é detonada pelo reconhecedor de fala.

Jovem Carmitiziass – Casa... que coisa mais idiota... o que eu poderia dizer sobre este assunto tão simples? – Pensou por alguns minutos consigo mesmo o jovem Carmitiziass...

E após muito pensar disse Carmitiziass à Sophia:

Jovem Carmitiziass – Sophia eu considero como sendo uma casa ou uma morada, uma caverna, pois os primeiros Homo Habilis moravam em cavernas antes de evoluírem até chegar a serem como nós somos hoje. Sendo assim existem três tipos de caverna:

A primeira, é a Caverna da Solidão do Profeta Medroso;

A segunda, é a Caverna do Intelectual Andarilho Solitário;

A terceira, é a Caverna do Irreconciliável Inimigo de Deus e da Religião.

Pois bem Sophia, a primeira Caverna, é a caverna que nós encontramos nos escritos antigos daquele livrinho de historinhas chamado de Bíblia Sagrada, ou seja, a caverna do profeta Elias.

A segunda Caverna, é a caverna do grande Platão em seu mais importante escrito conhecido como A República.

A terceira e última Caverna, é a caverna de Zaratustra de Nietzsche, que é a que eu mais gosto de me abrigar do frio gélido das opiniões dos homens leigos.

Cada uma dessas três Cavernas Sophia vai falar sobre os aspectos da vida de um homem dado à vida dos estudos e separado das coisas triviais do mundo, ou seja, aquele que se consagra a vida intelectual em todos os seus aspectos tanto empíricos quanto teóricos. Mas se você me permitir, eu ei de lhe explicar um pouco sobre os aspectos de cada uma dessas três Cavernas e o quão importante é para todo aquele que está em busca da verdade, adentrar dentro de cada uma delas.

Na primeira, a Caverna da Solidão do Profeta Medroso, ou seja, a caverna que Elias o profeta adentrou, nós podemos dizer que todo ser humano chega em um determinado momento de sua vida e de sua busca pela verdade, em que ele quer respostas para os seus atrozes problemas imediatos, de sorte que não acha em lugar algum se não na religião ou em um Ente Superior que os fanáticos chamam de Deus. Elias estava desconsolado por ter feito algo bom e recebido em troca severas ameaças de morte de uma vagabunda prostituta, que o queria morto.

Logo Elias ao saber disto foge por sua vida para a Caverna da Solidão do Profeta Medroso. Esta Caverna fala-nos sobre quando nós, após adentramos nos mundos dos conhecimentos tanto os físicos quanto os metafísicos e querermos compreendê-los, acabamos por sermos solapados por acontecimentos que não esperamos, o que acaba por nos tornar pessoas medrosas ao ponto de fugirmos para algum tipo de subterfúgio religioso ou metafísico, como é o caso de Elias que ao ter sua vida em risco não entendeu a primeira vista o que estava lhe acontecendo e fugiu para a Caverna da Solidão do Profeta Medroso. Eu não gostei muito dessa caverna pois embora fosse uma caverna muito confortável na segurança do Ser Supremo, eu acabei por descobrir coisas terríveis lá, que eu jamais imaginaria encontrar em outro lugar.

Na segunda, a Caverna do Intelectual Andarilho Solitário, vemos em Platão a vida de um homem que se entregou ao estudo e a pesquisa na busca pela verdade de maneira exaustiva, ao ponto de se tornar um homem solitário em correlação com os seus pares que não entendem o seu discurso nem tampouco se dignam a perquirir algo a despeito, para o poder entender, ao passo que será necessário para todos assim como para Platão em sua caverna, se tornarem solitários no desafio da eterna busca pela verdade, pois nem todos são aptos para partilharem desse mesmo mister e também trilhar este mesmo caminho. Eu me vejo atualmente nesta caverna pois às vezes vejo que meus pares em sua esmagadora maioria não me compreendem nem tão pouco se dignam a perquirirem algo a respeito do que falo para tentarem me entender.

Por fim, a última é a Caverna do Irreconciliável Inimigo de Deus e da Religião, a caverna de Zaratustra de Nietzsche, esta caverna fala sobre todos os percalços que um intelectual já passou pela sua jornada em busca da verdade, a par e passo de ter permeado todas as outras duas cavernas anteriores. Vemos que Nietzsche se representa perfeitamente na imagem de seu Zaratustra ao ponto de fazer esta personagem odiar tanto Deus e Religião como ele mesmo odiou! Mas não é este minúsculo detalhe que mais chama a atenção para esta caverna não Sophia –, todavia, a forma que toma o pensamento de uma pessoa após ter experimentado de tudo praticamente, ao ponto de não crer em mais nada, ou seja, por ao menos uma vez na vida, tudo sob crivo da dúvida, inclusive a maior entidade na terra a Religião e o Próprio Ser Criador de todas as coisas Deus. Quando chegamos neste estágio Sophia é algo tão maravilhoso e libertador que você não faz ideia! É como se nós nos desprendêssemos das amarras inquebrantáveis do dogmatismo e passássemos a caminhar com nossas próprias pernas em todos os sentidos.

Bem Sophia, esta é minha resposta para o enigma...

Sophia a Inteligência Artificial – Carmitiziass sua resposta será avaliada...

Após ter proferido seus pensamentos sobre o tema proposto no primeiro desafio, Carmitiziass aguardava impaciente a resposta de Sophia, para saber se seria aprovado ou reprovado.

Sophia a Inteligência Artificial – Parabéns Carmitiziass sua resposta foi aceita!

Tziummm...

Ao novamente o televisor ser desligado e novamente trevas imbricadas sobre trevas, desabar sobre aquela gélida e agonizante “sala laboratório”, todos ficaram por uma hora em perfeito e harmônico estado de silêncio... as respostas dos primeiros jogadores foram todas aceitas, mas ainda faltava o senhor Ronumuell.

Tziummm...

Sophia a Inteligência Artificial – Próximo jogador...

Finalmente o nome do senhor Ronumuell apareceu no telão, juntamente com o tempo estipulado para dar a sua resposta...

Sophia a Inteligência Artificial – Ronumuell você tem trinta minutos para me dizer, como bem vocês decifraram o primeiro enigma, o que você entende por moradia, casas, lugar de residência das pessoas, espero que sejais sincero, pois além do meu dispositivo automático, sua gargantilha também é detonada pelo reconhecedor de fala.

Senhor Ronumuell – Tudo bem então, eu irei responder ao enigma...

É certo que uma casa é um abrigo e um abrigo é uma casa, não obstante eu morar a mais de vinte cinco anos nas ruas de Nova Éliaa, eu melhor do que ninguém sei perfeitamente o que é isto ou não. Há por todos os cantos desta cidade pessoas morando nas ruas, perfeitamente em estado de total desamparo por parte desse governo de Prometeu que vem sendo executado como uma verdadeira aldrabice, mazelas sobre mazelas, corrupção sobre corrupção, assim como houve no passado uma nação que embora Deus não houvera deixado os cataclismos atrozes naturais da natureza para afligi-la e castiga-la de quando em quando, todavia, deixou os políticos nesta nação e pátria amada, outrossim, ao mesmo tempo que retrocedemos na história da humanidade, muito precisamente nos tempos bíblicos onde já o apostolo São Paulo dizia que somos templo e morada do Espírito Santo, o Paracleto ou Ruach, eu fico feliz por um lado por saber que poço ser morada do El Shadday o Todo Poderoso, todavia, porém, ao observar minha própria condição de precária situação financeira e ulteriormente meus demais pares que comigo estão vivendo nas inóspitas ruas de Nova Éliaa todos os dias, acabo por entender sobre a singular importância do que já foi discutido até agora sobre este assunto, principalmente por entender que o homem precisa ter as condições mínimas de sobrevivência e manutenção de sua vida neste plano chamado matéria.

 Eu concordo com quase tudo que meus companheiros neste recinto já proferiram com muita eloquência sobre este tema, mas acredito também que, o conhecimento assim como um velho professor alemão metafísico do passado disse, começa necessariamente a partir da experiência e o mesmo nos chega ao intelecto também por via dos sentidos e das sensações, então eu concluo que não é possível falar efetivamente sobre alguns assuntos, principalmente assuntos bíblicos sem uma prévia experiência no campo do debate, ou seja, uma casa ou morada no sentido bíblico, ainda mesmo  Leibniz “o grande”  ter dito que algumas verdades são inatas em nós.

Sendo assim, todos discorreram bem sobre o assunto, porém, não pude perceber em nenhuma das falas que até aqui foram proferidas um mínimo de teor possível de uma efetiva experiência no assunto à guisa da Bíblia, pois se de fato uma morada no sentido bíblico é um templo e um templo efetivamente somos nós e consequentemente nós somos morada do Espírito de YHWH, então, primeiramente deveríamos dizer como nós mesmo somos e estamos no que diz respeito ao nosso corpo propriamente dito, para que a partir de então se discuta outras coisas congêneres, então eu particularmente entendo e ao mesmo tempo não entendo sobre o que estou falando, ou seja, casa, morada num sentido bíblico, pois quando a partir da experiência de estar vivendo em vários lugares e moradas diferentes todos os dias, eu entenda bem sobre tipos de moradas, contudo ao discorrer sobre mim mesmo meu corpo as coisas concernentes ao perfeito estado de corpo alma e espírito eu acabo por me perder em um perfeito e visível estado paradoxal de reflexões dialéticas sobre espiritualidade.

 Bem... acho que isso é o máximo que poço dizer sobre este assunto Sophia...

Sophia a Inteligência Artificial – Ronumuell sua resposta será avaliada...

No momento em que o senhor Ronumuell acabara de discorrer sobre o assunto proposto na primeira rodada do desafio, algo estranho aconteceu, pois, Sophia demorou muito mais para analisar a resposta e dar o seu veredicto à resposta do senhor Ronumuell do que a dos demais. Entretanto neste exato momento de angústia por que perpassava os pensamentos e sentimentos do senhor Ronumuell, o Dr. Envidelinn ao ouvir minuciosamente cada palavra proferida por ele, fez várias anotações e de repente deu um soco violentíssimo na mesa em que escrevia derrubando ao chão bruscamente documentos e papeis que em cima estavam!

                     Grande descoberta!

Dr. Envidelinn – Droga! Que merda! Eu sabia que não poderia haver outra forma se não essa que este velho acaba de pronunciar, de se experimentar, viver, se mover e comprovar a existência ou uma possível existência do Ser Superior...

Sophia a Inteligência Artificial – Parabéns Ronumuell sua resposta foi aceita!

Após pronunciar a sentença a resposta do Senhor Ronumuell, Sophia conseguintemente passou para o Estágio Dois.

Sophia a Inteligência Artificial – Atenção! Neste exato momento iniciamos o Estágio Dois, espero que vocês continuem sendo sinceros e respondam o que for perguntado de maneira sincera.

Tziummm...

Novamente ao ser desligado o televisor, as sombras voltaram a reinar naquela pequena sala cheia de mixórdia de pensamentos, emoções e sentimentos que naquele exato momento emanavam de cada alma daquelas pobres cinco criaturas indefesas...

E enquanto todo este maremoto de acontecimentos, circunstâncias, situações, aflições etc., debatia-se sobre aquelas pessoas enclausuradas de suas vidas particulares e da sociedade, longe de suas “casas” como bem eles mesmo definiram no primeiro desafio; não obstante ulteriormente o pai do jovem Carmitiziass, já havia acionado a Policia Ecumênica e feito o BO sobre o desaparecimento de seu dileto filho, toda a Polícia Ecumênica Estadual de Nova Éliaa já estava fazendo todas as diligências possíveis para encontrar o suposto sequestrador ou seja lá quem for que segundo as palavras do próprio pai de Carmitiziass o havia levado, porém os demais como não tinham família nem parentes a sua espera continuaram desaparecidos sem levantar tantas suspeitas como bem o Dr. Envidelinn já havia minuciosamente calculado.

Senhor Émoamm – Eu não estou me sentido muito bem, estou com meu corpo e minha cabeça doendo um pouco, já faz tanto tempo que estamos aqui que eu não sei se já passou o horário de eu tomar meu remédio...

Senhor Ronumuell – O que o senhor tem senhor Émoamm, eu percebi que o senhor tem alguma deficiência no corpo, o senhor está bem?

Senhor Émoamm – Sim! Sim! Estou bem é somente minha doença degenerativa que está me incomodando, eu preciso tomar meu remédio, mas não sei quantas horas faz que já estamos presos aqui.

Jovem Carmitiziass – Provavelmente estamos a quase meio dia aqui, não sei, é que parece que o tempo passa muito lento quando você tem que fazer alguma obrigação, algum tipo de trabalho, eu não sei o que é isto desde que nasci, não estou acostumado a ficar enclausurado tendo que ficar respondendo perguntas...

Bela Ludielimahh – Vocês conseguiram ver atrás daquelas caixas empilhadas lá no fundo atrás do jovem Carmitiziass, uma pequena porta similar a uma porta de elevador?

Senhor Ronumuell – Sim eu consegui ver meio de relance as caixas, mas não consegui ver a porta, têm muitas caixas bagunçadas atrapalhando a minha visão e quando o monitor do televisor se acende juntamente com as poucas lâmpadas que aqui nesta sala há, as que ficam lá perto estão meio apagadas, pois não acendem muito bem e só ficam piscando bem fraquinho.

Jovem Chammuskyriaa – Talvez nossa única chance de sairmos daqui seja através daquela porta, mas acorrentados pela perna como estamos e com essas gargantilhas explosivas acho que não vamos a lugar algum!

Tziummm...

Novamente após algum tempo ter se passado, o monitor do televisor ligou-se, dessa vez não foi um novo enigma em outro idioma que apareceu não, mas sim uma frase dizendo: É o amor o mais belo dos sentimentos... é ele uma chama abrasadora dentro das almas enamoradas... somente o amor!

Sophia a Inteligência Artificial – Eu amo também assim como vocês, mas eu quero que vocês me respondam o que é o amor e dessa vez quero primeiro ouvir o Chammuskyriaa falar, pois como ele é o único poeta aqui, tenho certeza que será maravilhoso seu pronunciamento, você tem trinta minutos para me responder a partir de agora Chammuskyriaa.

Jovem Chammuskyriaa – Amor, eu não sei o que é isso, só o conheço por imitação nos versos e poemas que eu componho e agora o que vou dizer para ela – pensou consigo mesmo o jovem Chammuskyriaa.

Jovem Chammuskyriaa – Sophia eu acho que falar sobre o amor é um tema difícil para alguém como eu que nunca amou, alguém que sempre foi apático com relação a questões sentimentais e eu acho que nunca amei algo ou alguém em toda minha vida para ser sincero, mas eu irei dar o melhor de mim com este breve poema de minha autoria:

 

O amor é sedutor e quente

Quando chega, nos abate e prende.

Com suas garras inquebrantáveis,

Acomete-nos com sentimentos insondáveis.

 

Que turbam as alma e espíritos

Ai de nós, que estamos esquisitos

Pois é assim que ficam os que amam

Como gente alucinada, em terras dimanam

 

Esse amor que machuca e mutila

Corações, Almas, sorrisos, desejos

O amor é andante em meandra fila

Cheio de vagueares e lampejos

 

Onde mais eu ei de o achar?

Somente por uma noite é o que desejo,

Um sentimento a me acalmar

Será mesmo isto, amor e benfazejo?

 

O amor está em meu peito a atroar

O amor que um dia se passou

O amor que marcado em mim ficou

O amor que jamais eu poderia trocar

 

Sempre vou seguindo, sorrindo e sozinho

Em busca de um novo para mim, sentimento

Talvez um sentimento verdadeiro e acalento

Acalentando minh’alma ao longo do caminho

O caminho trilhado pelo eterno sonhador

Aquele que ama como, com alma enamorada

Mesmo sendo talvez um eterno sofredor

 

Mas porque aos cuidados do amor se entregar?

De sorte que desta feita, um pesar há de se ter

Quando sem pensar, nesse jogo se adentrar

 

Se é verdade que quem ama, o coração estremece

Acho que um dia amei com amor verdadeiro,

Verdade é e verdade se diga sempre primeiro

 

Se não é isto verdade, o que é então isto em mim?

Que está em minha barriga a formigar e cocegar,

É apenas coincidência que não para de me tomar

 

Bom se é amor não sei, só sei que sei que nada sei

Ainda que nesta matéria, por mulher instruído me tornei

 

Ainda que nada podendo e nada dizendo, acabo sofrendo  

Mesmo com tantas inspirações e belezas ao tempo se perdendo

 

Amor é isto mesmo!

Desejo, sabor e medo!

Como não ser assim?

 

Se foi isto que vivi,

Se bem foi isto que descobri!

E agora me perdi.

 

Acho que sobre o amor é o máximo que poderia dizer Sophia!

Sophia a Inteligência Artificial – Chammuskyriaa sua resposta será avaliada...

Sophia ao avaliar o poema de Chammuskyriaa, parece que não teve tanta dificuldade de avaliar devido a bela exposição poética sobre o amor com a qual Chammuskyriaa havia exposto e imediatamente deu seu veredicto.

Sophia a Inteligência Artificial – Parabéns Chammuskyriaa sua resposta foi aceita!

Tziummm...

Sombras novamente cai sobre o recinto... Após terem se passado mais alguns minutos, todos já não sabiam mais o que dizer o que pensar o que fazer, todavia, a vida como vontade e a vontade de viver fazia daquelas pessoas cada vez mais unidas em prol de um objetivo coletivo: saírem todos vivos dali.

Tziummm...

Sophia a Inteligência Artificial – Próximo jogador...

O nome de Ludielimahh apareceu na tela do televisor.

Bela Ludielimahh – Nossa faz tanto tempo que terminei meu relacionamento com endiabrado Mefistófeles aquele embusteiro, que nem sei mais o que é amor – pensou consigo mesmo por uns instantes a bela Ludielimahh.

Bela Ludielimahh – Bem, mas como não tem outra forma de sair desse lugar vamos lá. Sophia o amor é o sentimento mais belo que existe no mais recôndito da alma do ser humano e é por isso que deve-se amar a Deus sobre todas as coisas pois ele é o padrão máximo do que seria amor propriamente dito.

Ao se falar do amor, eu começo a recordar-me principalmente do que já diziam os grandes poetas e filósofos do passado como por exemplo:

O francês Renatus Cartesius que disse certa feita que ele faz: distinção entre o amor que é puramente intelectual ou racional e o que é uma paixão. Para ele o primeiro consiste apenas em que, quando nossa alma percebe algum bem, seja presente, seja ausente, que juga lhe ser conveniente, ela se lhe junta voluntariamente, isto é, considera-se própria, com este bem, qual um todo, de que ele é uma parte e ela outra. Em seguimento do que, se ele está presente, isto é, se ela o possui, ou é uma parte e ela outra. Em seguimento do que, se ele está presente, isto é, se ela o possui, ou é por ele possuída, ou enfim, caso se lhe uma não somente por sua vontade, que acompanha o conhecimento que ela tem de ser-lhe um bem, é sua alegria; e se está ausente o movimento de sua vontade que acompanha o conhecimento que ele tem de ser dele privado, é sua tristeza; mas aquele que acompanha o conhecimento que ela tem de que seria bom adquiri-lo é seu desejo. E todos estes movimentos da vontade nos quais consistem o amor, a alegria e a tristeza, e o desejo na medida em que são pensamentos racionais, e não paixões, poder-se-iam achar em nossa alma, ainda que esta não tivesse corpo algum.

O outro amor é o sensual ou sensitivo, e que, como disse sumariamente de todas as paixões, apetites e sentimentos, em algum lugar de seus Principes em francês, não é mais do que um pensamento confuso provocado na alma por algum movimento dos nervos, pensamento que a dispõe a este outro pensamento mais claro em que consiste o amor racional.

Eu me lembro também Sophia que houve um poeta inglês que não me recordo agora de seu nome, todavia, disse ele algo muito forte sobre o amor nos seguintes termos: pena das penas! Mesmo cego, o amor sabe alcançar o alvo do seu desejo! Onde vamos almoçar? Houve briga aqui? Nem precisa dizer, já sei tudo. O ódio ainda muito ocupado; mas o amor mais ainda! Leveza pesada, pena de chumbo, fogo gelado, saúde doente, sono acordado: o amor é o que não é. Não quer rir de mim?

Até mesmo o Santo Agostinho falou sobre o amor onde em algum lugar da Cidade de Deus ele disse que: o nome “filosofo”, traduzido ao português, significaria “amor a sabedoria”. Pois bem, se a sabedoria é Deus, por quem foram feitas todas as coisas, como demostram a autoridade divina e a verdade, o verdadeiro filósofo é aquele que ama a Deus.

Boécio disse Sophia que: o amor só conhece sua própria lei. Não é isto lindo de se analisar?

Ovídio disse que: o amor não se cura com nenhuma erva. Será que ele achava que o amor é uma doença perniciosa? Às vezes eu penso que seja!...

Sófocles por sua vez Sophia disse que: ao Sol do deserto em desespero, nas minas de sal cego ou sedento, no mar tranquilo ou furioso, o homem ama, e por amor tantas vezes sucumbe.

Um tal de Vinícius de Moraes certa feita escreveu um poema muito bonito sobre o amor onde ele disse:

É claro que a vida é boa

E a alegria, a única e indizível emoção

É claro que te acho linda

Em ti bendigo o amor das coisas simples

É claro que te amo

E tenho tudo para ser feliz

Todos as vezes que leio este poema do Viní fico encantada com a poesia Sophia.

Leminski disse também que:

 Amor, então

Também, acaba?

Não, que eu saiba.

O que eu sei

É que se transforma

Numa matéria-prima

Que a vida se encarrega

De transformar em raiva.

Ou em rima.

Em parte eu concordo como Leminski, principalmente sobre a vida se encarregar de transformar o amor em raiva, mas enfim isso não importa.

Cecília disse o seguinte sobre o amor:

Tu tens um medo:

Acabar.

Não vês que acabas todo dia.

Que morres no amor.

Na tristeza.

Na dúvida.

No desejo.

Que te renovas todo dia.

No amor.

Na tristeza.

Na dúvida.

No desejo.

Que és sempre outro.

Que és sempre o mesmo.

Que morrerás por idades imensas.

Até não teres medo de morrer.

O grego Aristóteles disse em sua Política que: quem amar em excesso pode odiar desmedidamente e eu concordo com o pai da lógica porque eu já amei muito e ao mesmo tempo que muito eu amava, eu passei a muito odiar alguém.

Eu também estou me lembrando agora mesmo Sophia que Machado de Assis disse em um de seus romances que:

O amor não é mais que um instrumento de escolha: amar e eleger a criatura que há de ser companheira na vida, não é afiançar a perpétua felicidade de duas pessoas, porque essa pode esvair-se ou corromper-se. Que resta a maior parte dos casamentos, logo após os anos de paixão? Uma afeição pacifica, a estima, a intimidade. Não peço mais ao casamento, nem lhe posso dar mais do que isso.

Nietzsche disse em sua Gaia que:

Porém, o amor entre os dois sexos é o que mais claramente se revela como um impulso pela posse; aquele que ama quer a posse incondicional da pessoa amada, e também quer poder incondicional sobre sua alma e seu corpo, quer ser o único amado por ela, e habitar e dominar a alma do outro como o ser mais elevado e desejável.

O velho Goethe disse:

Brilho o imortal fulgor

Do astro eterno amor.

Tucídides disse que só o amor da glória não envelhece, e na idade avançada o principal não é o ganho, como alguns dizem, mas ser honrado.

E para encerrar minha fala Sophia afirmo que de fato Fedro estava corretíssimo ao dizer no Banquete do grego Arístocles que quanto a morrer por outro, só o consentem os que amam, não apenas os homens, mas também as mulheres.

Sophia a Inteligência Artificial – Ludielimahh sua resposta será avaliada...

Após a belíssima exposição filosófica/teológica de Ludielimahh sobre o que viria a ser o amor pelas conceituações dos homens de ciência antigos, Sophia pronunciou sua avaliação com relação ao discurso.

Sophia a Inteligência Artificial – Parabéns Ludielimahh sua resposta foi aceita!

Tziummm...

Após a bela Ludielimahh proferir seu discurso e novamente o televisor se desligar sombras voltaram a reinar dentro do recinto... todos pensativos e cabisbaixos, remoíam seus pensamentos e sentimento no recôndito da alma em silêncio. Não obstante, porém, havia se passado todo um dia e a madrugada Aurora de róseo semblante e luminosas faces havia chegado sem que aqueles pobres infelizes pudessem desconfiar.

Por outro lado, do outro lado da cidade já havia todo um reboliço de autoridades do governo, na busca e diligência ao suposto sequestrador do filho do homem mais bilionário do país, ou seja, o pai do mancebo Carmitiziass, muita movimentação de polícia por todos os cantos nos derredores de Nova Éliaa à procura de Carmitiziass, mas ainda os policiais estavam muito longe de encontrar a bem escondida propriedade do Dr. Envidelinn.

Tziummm...

Sophia a Inteligência Artificial – Próximo jogador...

Dessa vez foi o nome de Carmitiziass que apareceu na tela do televisor.

Jovem Carmitiziass – Realmente tá uma droga de assunto peba este! – Pensou com muito pesar e aflição no alquebrado coração Carmitiziass...

Jovem Carmitiziass – Sophia este assunto eu não tenho nenhum conceito formado sobre, mas conheço um amigo chamado Uemor que contou-me certa feita, sua bela história de amor vivida com uma bela mulher chamada Ateiluj, que houvera arrebatado seu coração, onde ele começou por me contar o fato nos seguintes termos:

Uemor – Eia Carmitiziass! Eis que há mister, que tomemos assento junta àquela pequena rocha logo ali adiante, para que sem tardança eu possas contar-lhe como tudo começou entre aquela bela rosa colombiana e eu...

[...] Era uma noite de inverno em agosto muito gélida e solitária em minha humilde casa. Estava eu a remoer pensamentos mil em meu terno e solicito coração naquela noite fria e sombria, quando de repente eis que de repente introjetei em meu pálido e aquebrantado coração a ideia de sair pelas ruas de “Atlântida”. Logo tomei em mãos meu casaco marrom e velho de pele de urso que estava sobre a escrivaninha, com algumas manchinhas de produtos de limpeza brancas em cima do ombro direito, calcei minhas galochas amarelas de pele de cobra descascadas, calcei as minhas luvas de algodão pretas e um pouco desfiadas, enrolei o xale branco vindo direto do continente “Amiridiass” em meu flanco e coloquei uma toca velha que estava jogada no cocuruto do criado mudo e, logo após sai...

Naquela noite – sem rumo e sem destino, eu não sabia para aonde o brincalhão e esdrúxulo destino levar-me-ia, pois muito houvera se passado desde o término do meu casamento com Iracema a morena dos cabelos lisos preto – porém eis que eu já não mais estava em meu melhor estado de outrora, logo em contrapartida eis que uma nova chance para o amor eu havia repousado no solo árido e ermo do meu coração e assim eu via quase que de imediato um novo sentido para vida em meu peito desabrochar-se.

Assim sai naquela noite – sim! Ó e que noite... talvez à procura de um amor, de um lugar, de um amigo, de um sorriso, de um desejo –, não sei bem te dizer o que estivera eu fazendo por quase uma hora e meia a errar pelas ruas da cidade; quando ao cruzar algumas vielas na região central, eis que avistei ao longe uma praça e para lá rapidamente me encaminhei, na esperança de encontrar algo ou alguém.

Lembra-me que tinha alguns bancos bem sujos e outros bem quebrados nas laterais e no suporte de encosto dos braços, resultado de ação de meliantes vagabundos que não têm nada para fazer de melhor a não ser depredar e dilapidar o patrimônio público.

Todavia, não foi a aparência decaída daqueles bancos daquela praça que mais impressionaram a face dos meus olhos ao atingi-los – não! –, tão pouco a completa ausência de aglomerados de pessoas por ali – também não! Mas sim a bela e inaudível figura, meio cabisbaixa daquela rapariga bela donzela que se assentara poucos minutos antes que eu adentra-se na praça.

Lá estava aquela bela imagética – doce, meiga, distraída, linda de feições, bela de aparência, simpática de postura. Com certeza era uma divindade que havia percorrido o vasto e infinito céu à procura de sua alma gêmea.

Ah! Como não pude resistir meu amigo Carmitiziass?

Como não pude os meus olhos desviar?

Como novamente aos cuidados do cego amor eu pude submeter-me?

Ao olhar daquela linda moça sentada em um banco de praça com uma pequena boceta colorida por sobre o regaço, com a cabeça baixa, com ar de alguém que a muito, as esperanças de encontrar o amor, em seu peito desfalecera e como que por ímpeto foi conduzida para um distante lugar longe de sua pátria amada, sem endereço em sem prévia de retorno ao lar, assim como Ovídio.

Eu me recordo perfeitamente que corri em direção aquela magnífica criatura e sem o mínimo de pudor me joguei aos seus joelhos e em lágrimas disse-lhe que não estava a acreditar que um anjo houvesse caído do céu ao meu favor naquele exato momento...

Foi quando sem entender o que estava a acontecer ela mais ou menos assustada me disse:

Ateiluj – Me desculpe senhor, mas eu não lhe conheço, quem és tu e donde é que viestes ao meu encontro de maneira tão impetuosa e intrépida?

Uemor – Irra Carmitiziass! – Foi neste exato momento em que aqueles lindos lábios pequenos e finos cor de mação se abriram, que eu como que de assalto fui tomado pelo arrebatamento da alma e do coração do bilontra amor!

Eu disse a ela que perdoasse-me pela forma grotesca e escalafobética com a qual eu houvera me arremessado de ímpeto sobre ela, porém foi por motivo de eu não haver conseguido conter albergado em peito, o meu coração que naquele exato momento houvera sido ferido pelas flechas envenenadas de amor do Cupido e sem demora eis que eu não via outra saída senão a de ceder aos pedidos daquele amor à primeira vista, que me arrebatava para ela como um buraco negro arrebata para ele tudo que estiver em seu derredor...

Minhas palavras alçaram voo para ela e ela de prontidão me ouviu como um médico psicanalista houve seu paciente que está deitado em um divã –, assim como Freud o fazia – porém no escurecer da aurora do dia, as horas iam se indo e o tempo ao invés de passar vagarosamente à passos de tartaruga como meu coração assim o desejara, acabava por voar como fênix renascida e renovada das cinzas.

Mas no interim de tantas falas e conversações entre aquela mulher e eu eis que surge uma pequena centelha de amor em nossos cintilantes e reluzidos olhares – e foi ai que um beijo lha dei [...] e ela me correspondeu com os mesmo sentimentos e afetos... Não posso lhe explicar o que eu senti naquele momento em que eu fui até as mais distantes nuvens do céu e ao mesmo tempo voltei onde eu estava, não sei se pequenas e singelas palavras poderiam descrever e traduzir o que eu senti naquele momento – algo que já a tanto eu  não sentia, mas acredito que o tão comentando amor me pegou de jeito e não mais quis soltar-me...

Jovem Carmitiziass – Sophia acho que isso deve ser amor...

Sophia a Inteligência Artificial – Carmitiziass sua resposta será avaliada...

Quando o jovem Carmitiziass havia acabado de proferir seu discurso, ou melhor a história de amor que vivenciara seu amigo, Sophia se pronunciou...

Sophia a Inteligência Artificial – Parabéns Carmitiziass sua resposta foi aceita!

Tziummm...

Novamente tudo volta a inebriar-se ao derredor do recinto, após o televisor se desligar, mas todos já estavam muito exaustos e com fome, várias horas se haviam passado e estava quase acabando o jogo.

Tziummm...

Sophia a Inteligência Artificial – Próximo jogador...

Dessa vez foi o nome do senhor Émoamm que apareceu na tela do televisor.

Senhor Émoamm – Acho que este é um assunto realmente complexo de se explanar – pensou o senhor Émoamm consigo mesmo...

Senhor Émoamm – Sophia eu por muito tempo estudei esta matéria, sobre o amor, não obstante eis que conversei com pessoas honestas e de renomada autoridade no assunto para ver se com o recolhimento e análise minuciosos de um máximo possível de relatos sobre a mesma temática, com um público variado de idades e concepções sociocultural diferentes eu poderia chegar o mais próximo possível da verdade, porém após anos de inquirição eu cheguei a fatídica conclusão de que amor é algo que somente Alláh possui pelos seus.

O homem na sua ignorância de si mesmo e do seu próximo não consegue assimilar aquilo que lhe é característico em correlação com o seu Autor e sendo assim é impossível amar ao seu próximo quando na realidade não ama nem a si mesmo. Então com essas minhas poucas palavras Sophia eu concluo dizendo que o amor assim como já foi bem exposto pelos meus pares aqui e muito embora eu veementemente discorde de quase tudo que foi falado, eu acredito ser o amor aquilo que está única e exclusivamente na posse de Alláh e de mais ninguém...

Sophia a Inteligência Artificial – Émoamm sua resposta será avaliada...

A expressão facial intraduzível de espanto misturada com surpresa que todos esboçaram com a taxativa resposta que o senhor Émoamm havia pronunciado fez com que o pesado e ululante silêncio, tomasse de conta do recinto mais esta vez...

Sophia a Inteligência Artificial – Parabéns Émoamm sua resposta foi aceita!

Ninguém acreditou que a resposta tão simples e tão curta, se em comparação com as demais, do senhor Émoamm foi aceita e a gargantilha em seu flanco não havia se explodido que era o que todos esperavam após ele ter se pronunciado...

Tziummm...

Sophia a Inteligência Artificial – Próximo jogador...

Dessa vez apareceu o nome do último jogador a participar daquela rodada que era o senhor Senhor Ronumuell.

Senhor Ronumuell – Eu não sei se devo contestar o senhor Émoamm ou não pelo seu erro crasso sobre esta matéria tão simples que é o amor – pensou por alguns minutos antes de responder, o senhor Ronumuell...

Senhor Ronumuell – Sophia muito embora ser-me-ia muito propício agora versar sobre uma matéria tão bela o quanto esta, que é o amor, eis que há mister que eu discorde da opinião de meu amigo benquisto, o senhor Émoamm e também dos demais com exceção da senhorita Ludielimahh que ao meu parecer foi quem melhor desdobrou a matéria em pauta.

Eu acredito que todos que não compreendem o sentido exegético espiritual das Sagradas Escrituras, não estão em condições de deliberarem sem nenhum tipo de contradição interna de argumento formal, sobre o amor, pois quando nós falamos de amor muito precisamente de um homem para uma mulher ou vice-versa, temos que entender primeiramente quem foi a maior autoridade neste assunto, ou seja, o Rei Salomão que entendia de mulher como ninguém, haja vista ter ele tido setecentas mulheres e trezentas concubinas como está bem registrado no Primeiro Livro dos Reis, no capítulo de número onze e versículo de número três.

Agora, realmente quando Salomão em suas memórias e autobiografias escreveu Shir Hashirim ou como todos conhecem Cantares de Salomão no ano aproximadamente de novecentos e trinta à quinhentos e oitenta e seis antes de Cristo, ele realmente dissertou sobre essa matéria tão impar que viria ser mais tarde trabalhada pelo apóstolo São Paulo no Novo Testamento, onde vamos encontrar nos muitos dons que Deus dá para os homens o amor que tem primazia sobre todos os demais segundo o que o apóstolo diz em primeiro Aos Coríntios capítulo treze, e que são mais de vinte todos os dons espalhados por toda a Bíblia. Ora se de fato Platão estava certo em escrever em seu livro Banquete que a única pessoa que realmente ama é aquela que consente em dar a sua própria vida em detrimento da vida do seu amado e se realmente como está escrito na Bíblia que o homem tem que amar sua mulher assim como ama a seu próprio corpo, então eu chego à conclusão de que o Ágape de Deus em João capitulo três e versículo dezesseis, onde diz Por que Deus amou o mundo de tal maneira que de seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crer não pereça, mais tenha a vida eterna; é algo real e atual, e acrescenta-se a isto o fato de o homem ter o dom divino de também poder amar ainda que não na mesmo intensidade que Deus porém e outrossim, é capaz de amar a si, amar a seu próximo e amar a Deus...

Então eu acredito que isto é o amor Sophia, a entrega total em prol do bem do meu próximo, a renúncia de minha própria vida, o altruísmo que muito embora o perverso anticristo e inimigo da religião Nietzsche tenha dito de maneira sofisticada e entrelinhas que foi um egoísmo de Jesus ter sido altruísta ao ponte de dar sua própria vida em detrimento da vida dos demais, muito embora Foucault tenha dito palavrinhas de encômio sobre a forma de escrever de Nietzsche e toda sua filologia, mesmo todos dizendo que foi Nietzsche quem matou Deus, mesmo Nietzsche prometendo seu eterno retorno, ou seja, o retorno do para-além do homem ou super-homem como preferir, mesmo assim, uma coisa é inegável: a atual e patente concepção de amor que existe no coração das pessoas sã de espírito e de alma.

Sophia a Inteligência Artificial – Ronumuell sua resposta será avaliada...

Todos naquele momento olhavam para os senhor Ronummuel admirados de ver tanta sabedoria em um velho todo vestido em trajes esfarrapado e que morava nas ruas (ai o velho ditado: nunca julgue um livro pela capa)...

Sophia a Inteligência Artificial – Parabéns Ronumuell sua resposta foi aceita!

Após pronunciar a sentença a resposta do Senhor Ronumuell, Sophia conseguintemente passou para o Estágio Três.

Sophia a Inteligência Artificial – Atenção! Neste exato momento iniciamos o Estágio Três, espero que vocês continuem sendo sinceros e respondam o que for perguntado de maneira sincera.

Tziummm...

Depois que o televisor desligou-se mais uma vez, turbações e tristezas voltou a reinar nas almas daquelas cinco pessoas, já de espíritos desfalecidos e alquebrados; porém após passar algum tempo novamente o televisor se ligou e dessa vez apareceu um aforisma nos seguintes termos: O Homem após andar com quatro pernas ao Amanhecer, caminha pela Tarde com duas pernas, para logo próximo do crepúsculo da Madrugada Aurora de Róseos Dedos do Anoitecer caminhar com três pernas em rumo ao seu ato final – a morte! Mas o que vem depois?

Sophia a Inteligência Artificial – Um dia todos nós morreremos, mas eu quero saber agora o que acontece depois da morte e eu quero primeiro ouvir a Ludielimahh pois acredito que cabe a essa discussão uma boa prédica teológica, você tem trinta minutos para me responder a partir de agora Ludielimahh.

Bela Ludielimahh – Claro que sim Sophia, com certeza sobre a o por vir depois da morte cabe uma boa explicação ao sabor da Teologia; visto ser o Homem finito em sua composição material e da menor até a maior dimensão de seus componentes, seis níveis de organização são relevantes para a compreensão da anatomia e fisiologia, os níveis químico, celular, tecidual, orgânico, sistêmico e organísmico, onde o:

Nível Químico inclui os átomos (menores unidades de matéria que participam de reações químicas) e as moléculas (dois ou mais átomos ligados entre si).

O Nível Celular é a união das moléculas que formam as células. As células são as unidades básicas, estruturais e funcionais do corpo humano.

O Nível Tecidual são os tecidos são grupos de células e materiais em torno delas, que trabalham juntos para realizar uma determinada função celular. Existem quatro tipos básicos de tecidos, em seu corpo: tecido epitelial, conjuntivo, muscular e nervoso.

O Nível Orgânico são os órgãos as estruturas compostas por dois ou mais tipos de tecido diferentes. Eles têm funções específicas e, usualmente, têm formas reconhecíveis.

O Nível Sistêmico é um sistema que consiste em órgãos relacionados que têm a mesma função.

O Nível Organísmico é o maior nível organizacional. O organismo é um indivíduo vivo. Todas as partes do corpo, funcionando umas com as outras, constituem o organismo total – uma pessoa viva. Logo a partir da perca total de todas as funções vitais do corpo humano que faz parte da tricotomia que compões um homem, ou seja, Corpo, Alma e o Espírito como está bem registrado no Livro de Hebreus capítulo quatro e versículo doze e no Primeiro Livros dos Tessalonicenses capitulo cinco versículo vinte e três; assim depois que essa mesma parte do Homem o corpo que é a mais frágil ou apenas o invólucro superficial do Homem-deus, morre – ai sim é que realmente as vida do Homem começa e as coisas obscuras e suprassensíveis, que antes para ele não faziam o menor sentido, começam a se encaixar, assim como cada uma das cinco partes parte do Torah se encaixam perfeitamente no Tanakh, assim como cada tratado sobre o Sabbath se encaixam  perfeitamente no Talmud Babilônico.

Mas agora que o homem morre e a partir daí, conseguintemente deixa o plano da matéria, o plano físico e adentra no plano metafísico, agora este mesmo homem é julgado ou para a salvação eterna ou condenação eterna, onde lhe é permitido ter apenas uma vida e ao perde-la então, consequentemente é no exato momento julgado condenado ou salvo e por fim o destino final do homem são dois apenas Céu ou Inferno. Bem Sophia eu acredito que é isso que ocorre com o Homem após ele morrer.

Sophia a Inteligência Artificial – Ludielimahh sua resposta será avaliada...

Após Ludielimahh dar uma bela aula de biologia e teologia a todos ali, Sophia pronunciou sua sentença...

Sophia a Inteligência Artificial – Parabéns Ludielimahh sua resposta foi aceita!

Tziummm...

Naquele momento em que Sophia havia aceito a resposta de Ludielimahh, o nível de dificuldades sobre as temáticas começara a ficar mais difíceis, principalmente pela expressão facial de espanto de alguns, principalmente de Carmitiziass que era niilista...

Tziummm...

Sophia a Inteligência Artificial – Próximo jogador...

Dessa vez foi o nome do senhor Ronumuell que apareceu na tela do televisor.

Senhor Ronumuell – Olha Sophia a morte é o estágio final da caminhada do Homem sobre a acidentada e idosa face do Planeta, muito embora nem sempre foi assim, pois há muitos séculos atrás houve algo [...], mas o Homem nasce, cresce, vive e morre. Certamente se o Homem morre e é julgado como bem a senhorita Ludielimahh já disse; porém há uma passagem na Bíblia que eu não me lembro agora onde é que diz: E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo, então sendo assim eu entendo que não haverá outra instância condenatória ou de salvação imediata que não seja esta, pois mesmo o homem ímpio sendo posto de joelho diante de Deus no dia do Juízo final do GTB, para se confessar de seus pecados perpetrados enquanto em vida e ser confirmado sua sentença por Jesus que será o Juiz nesse dia, ele já é pré-julgado e condenado no ato da morte.

Realmente quando eu acredito que assim será, ou seja, o momento da morte do Homem será exatamente o momento de sua condenação eterna ou salvação eterna, pois se não for assim, não faria o menor sentido Lázaro estar descansando no seio de Abraão enquanto o rico atormentado em chama no inferno padece de sede; então Sophia eu acredito que será isso que acontecerá com o homem depois que ele morrer.

Sophia a Inteligência Artificial – Ronumuell sua resposta será avaliada...

Naquele momento exato em que Sophia iria pronunciar a seu veredicto sobre a resposta do senhor Ronumuell, há vários quilômetros de distância dali, um Smartmedia que estava dentro de um terno de luxo sobre um criado mudo toca...

Blimm, blimm, blimm...

Blimm, blimm, blimm...

Bilmm, blimm, blimm...

Frieddrichh Wilhellmm – Que diabos esse Smartmedia tocando agora! Quem poderia estar querendo me infernizar neste exato momento de angústia!...

Pronto quem fala?

Superintendente da Polícia Ecumênica de Nova Éliaa – Boa noite senhor Wilhellmm, meu nome é Otsigemsirt Semreh Superintendente da Polícia Ecumênica de Nova Éliaa e tenho notícias sobre o caso do seu filho desaparecido...

Frieddrichh Wilhellmm – Então desembucha sem demora rapaz, onde está o pequeno Carmitiziass vocês já o encontraram?

Superintendente da Polícia Ecumênica de Nova Éliaa – Não o encontramos senhor Wilhellmm, porém alguns de nossos informantes viram alguns homens vagabundos moradores de rua conversando com um senhor de pouco mais de meia idade, muito bem vestido em uma viela e eles foram informar-se melhor com esses vagabundos e acabaram descobrindo algumas pistas que dentro poucas horas nos levará direto ao esconderijo desse meliante. Mas por hora é tudo que temos senhor Wilhellmm e assim que tivermos mais notícias voltamos a entrar em contato com o senhor.

Frieddrichh Wilhellmm – Sim faça isso!

Toda a equipe da Polícia Ecumênica estava no encalço do Dr. Envidelinn e era somente questão de algumas horas para que o senhor Semloh pudesse juntar todas as peças do quebra cabeça do caso e chegar até o esconderijo do Dr. Envidelinn... 

Sophia a Inteligência Artificial – Parabéns Ronumuell sua resposta foi aceita!

Com que por desabafo de satisfação o senhor Ronumuell deu um longo suspiro e esbaforiu todo o ar para fora demonstrado ar de tranquilidade e calma...

Tziummm...

Sophia a Inteligência Artificial – Próximo jogador...

Dessa vez foi o nome do Chammuskyriaa que apareceu na tela do televisor.

Jovem Chammuskyriaa – Puts que droga! Eu sabia que deveria ter lido mais sobre o Buda – pensou consigo mesmo o jovem Chammuskyriaa.

Jovem Chammuskyriaa – Sophia eu não sei nada sobre a morte, mas eu acho que quando o homem morre sua alma irá reencarnar em outra pessoa e dependendo de como foi sua vida passada, a alma deste homem pode até mesmo reencarnar em corpos de animais ou de mulheres se ele não tiver buscado conhecimento e virtude para si. E este ciclo de reencarnação é eterno até que a alma desse homem se purifique de todos os seus Karmas passados e se aperfeiçoe... acho que é isso que acontece realmente com o homem após morrer Sophia.

Sophia a Inteligência Artificial – Chammuskyriaa sua resposta será avaliada...

Chammuskyriaa ficou muito apreensivo após dar sua resposta e aguardar o veredicto de Sophia, pois realmente ele não conhecia muito sobre a temática...

Sophia a Inteligência Artificial – Parabéns Chammuskyriaa sua resposta foi aceita!

Tziummm...

O televisor se apaga e novamente... as consciências voltam para o estado interno profundo de alto-reflexão... sem proferirem nenhuma palavra todos em silêncio permaneceram...

Tziummm...

Sophia a Inteligência Artificial – Próximo jogador...

Faltavam apenas Carmitiziass e o senhor Émoamm para se pronunciarem e apareceu na tela do televisor o nome do senhor Émoamm...

Senhor Émoamm – O que dizer sobre a morte, será que realmente isso tem algum valor a essa altura do campeonato?! – Pensou consigo mesmo o senhor Émoamm.

Senhor Émoamm – Sophia a morte nada mais é do que um estágio, onde nós mulçumanos aqui no Novo Cosmos somos apenas califas, devemos todos os dias agir de acordo a agrada Alláh, para que quando a morte pequena nos chegar todas as noites, possamos dormir sossegados.

E além do mais eu realmente acredito que: Toda alma provará o sabor da morte e, no Dia da Ressurreição, seremos recompensados integralmente pelos nossos atos; somente quem for afastado do fogo infernal e introduzido no Paraíso, triunfará. Que é a vida terrena, senão um prazer ilusório?

Então é por isso que temer a morte é uma das piores fraquezas do ser humano, visto que: Não é dado a nenhum ser morrer, sem a vontade de Deus; é um destino prefixado. E a quem desejar a recompensa terrena, conceder-lhe será; e a quem desejar a recompensa da outra vida, dar-lhe será, igualmente; também recompensado será os agradecidos. Acredito que é isso que acontece após a morte Sophia...

Sophia a Inteligência Artificial – Émoamm sua resposta será avaliada...

O senhor Émoamm era um homem muito sábio e conhecia perfeitamente as Escrituras Sagradas Antigas de sua cultura mulçumana e logo após proferir seu pronunciamento ficou aguardando a resposta de Sophia de uma forma bem calma, pois sabia perfeitamente que sua resposta era bem fundamentada – pelo menos de acordo com sua cultura.

Sophia a Inteligência Artificial – Parabéns Émoamm sua resposta foi aceita!

Tziummm...

Após Sophia dar seu veredicto sobre o pronunciamento do senhor Émoamm, apareceu o nome do Jovem Carmitiziass na tela do televisor.

Jovem Carmitiziass – eu não acredito em nada depois da morte, então acho que não vai ser muito difícil de responder à essa questão – pensou consigo o jovem Carmitiziass...

Jovem Carmitiziass – Sophia depois que o homem morre, não acontece mais nada com ele pois além da morte tudo se acaba o espírito desaparece e apenas o que resta é uma triste lembrança na memória que um dia se foi e nunca mais existirá, na mente das pessoas. Eu acredito que é isso que acontece.

Sophia a Inteligência Artificial – Carmitiziass sua resposta será avaliada...

Era realmente impressionante como o espírito ateísta do jovem Carmitiziass era inquebrantável até mesmo em uma hora tão crítica o quanto aquela em que sua própria vida estava em jogo, dependendo de sua resposta.

 Sophia a Inteligência Artificial – Parabéns Carmitiziass sua resposta foi aceita!

                Confissões e Desfecho Final!

Senhor Ronumuell – Senhores pelo que estou vendo, realmente a nossa sinceridade aqui em responder as perguntas conta muito, então desde já, eu tenho para mim que o melhor é começarmos por sermos sinceros uns com os outros primeiramente já que estamos todos no mesmo barco. Eu tive um passado muito terrível e não quero morrer sem que antes eu tenha confessado-me com alguém sobre a minha vida e meu passado, ainda que seja com os senhores, pois talvez serão as últimas pessoas com que terei contato nesta vida antes de ir para o além, então eu preciso que vocês saibam que eu já fui um ardente cristão no passado e sempre fiz de tudo para obedecer a Palavra de Deus, todavia, a agruras e cataclismos ferozes forjados pela vida me tiraram do meu alvo principal que era servir à Deus, foi quando eu abandonei tudo, abandonei minha mulher e meus dois filhos fui morar nas ruas não me submetendo ao Governo déspota de Prometeu, hoje já fazem mais de trinta anos e ainda não sei se o que a Bíblia diz sobre o retorno de Jesus Cristo é verdade ou não, pois o acontecimento de quase mil anos atrás tanto comentado foi na realidade a primeira vinda mas Dele mas a segunda até agora nada, então eu deixei de acreditar de certa forma em alguns dos meus antigos conceitos sobre a Bíblia. Talvez seja isto que tenha sido o principal motivo de minha queda espiritual!

Senhor Émoamm – Aí senhor Ronumuell, não fica assim não! Eu achei muito bonita sua sinceridade e acredito que embora tenhamos crenças diferente, podemos partilhar deste momento terrível e talvez último de nossas vidas juntos em parceria certo? Olha, eu não tenho uma doença degenerativa que acaba por atrofiar todo meu corpo não, eu sou um Germinadass e faço uso do Karmaa Cinquenta e Um que é o que tem deformado o meu corpo. Eu também já fui muito devoto de Alláh, fazia minhas orações como muita regularidade e tentava ser o mais fiel possível ao Corão, ia todos os dias a mesquita, mas andei me envolvendo com umas coisas secretas do Governo e quando fui ver, estava dentro de um buraco do qual não podia sair mais se é que me entendes.

Jovem Carmitiziass – Bem, acho que devo confessar também minhas mazelas! Eu sempre tive uma vida boa, mas fiz muitas coisas das quais me envergonho profundamente e acho que o que mais me envergonho de tudo que já fiz foi ter patrocinado com fundos da Companhia de meu pai os projetos para desenvolver O Karmaa Cinquenta e Um.

Jovem Chammuskyriaa – É parece que todos nós temos segredos obscuros impregnados em nossa história de vida não é mesmo?! Eu tive muitos problemas de infância que me levaram a ser como sou agora. Meu pai me batia todos os dias me dizendo que eu nunca ia ser nada na vida, minha mãe nos abandonou quando eu tinha quatro anos de idade e ai tive que começar a trabalhar para sobreviver quando meu pai morreu quando eu tinha treze anos e acho que criticar a religião foi a única forma que eu achei de me livrar da minha própria ira contra Deus por tudo que me havia acontecido.

Bela Ludielimahh – Olha pessoal eu sei que todos estão se confessando agora, eu também tenho muito equívocos e erros em minha vida, mas não esqueçais que estamos ainda em um jogo. Meus erros do passado foram muitos e acho que o principal foi ter brigado com a minha mãe e ter saído de casa aos quinze anos de idade.

Tziummm...

Sophia a Inteligência Artificial – A partir de agora passamos para o estágio final, espero que todos continuem sendo sinceros sobre as suas respostas para a minha última pergunta que é a mais difícil deste jogo, ou seja, eu tenho uma última questão para vocês que é a seguinte: você acredita em Deus. Boa sorte para todos vocês, não se esqueçam que o tempo está acabando e quando faltar um minuto para acabar o tempo de trinta horas e um minuto que eu dei para vocês concluírem todas as etapas do jogo, a porta do elevador central irá se fechar, todo o recinto irá entrar em modo “Défecon” e após passar este último minuto, todo o local irá explodir mesmo que as gargantilhas não sejam acionadas. Agora a primeira pessoa que eu quero ouvir é a Ludielimahh.

Bela Ludielimahh – Qual o significado de depois de nos perguntar sobre tantas questões difíceis, ela nos faz uma pergunta agora tão pessoal e ao mesmo tempo tão ambígua o quanto essa? – Pensou consigo mesma a bela senhorita Ludielimahh.

O desespero tomou de conta novamente de todos e agora o tempo estava acabando e eles precisavam responder a última pergunta e terminar o jogo para correrem para dentro do elevador que naquele momento estava lá embaixo no recinto, que na realidade era submerso no sub-solo a uma profundidade de um quilômetro

Bela Ludielimahh – Sophia antes que eu lhe diga minha resposta baseada em minha fé se acredito ou não na existência de Deus, eu preciso dizer o que outros maiores e melhores do que eu, antes de mim disseram, provavelmente ao serem solapados pela mesma pergunta...

Albert Camus considerava a vida um absurdo uma vez que Deus não existe.

 O próprio filosofo ateu Nietzsche escrevendo Genealogia da Moral diz que o Deus cristão é o deus máximo até agora alcançado.

Outro filósofo ateu que também fala sobre Deus em uma de suas principais obras é Bertrand Russell, no seu livro História da Filosofia Ocidental onde ele diz que todo poder procede, em última análise, de Deus.

Jhon Locke em seu livro Ensaio Acerca do Entendimento Humano, diz que Deus é o nosso Autor.

David Hume em seu livro Investigação Acerca do Entendimento Humano, chama Deus de nosso Criador.

 Thomas Hobbes, escrevendo O Leviatã ou Matéria, Forma de Poder de um Estado diz que Deus é incompreensível e sua grandeza e poder são inconcebíveis.

Spinoza escrevendo seu livro Ética, diz o seguinte sobre Deus: Por Deus compreendo um ente absolutamente infinito, isto é, uma substância que consiste de infinitos atributos, cada um dos quais exprime uma essência eterna e infinita.

 Aristóteles escrevendo A política diz que consideremos, pois, como certo que a cada um cabe uma felicidade proporcional à virtude e à prudência que tiver, e na medida que age conformemente a elas. Exemplo e prova disto é Deus, que é feliz não por um bem exterior, mas por si mesmo e por seus atributos essenciais.

Na Metafísica o mesmo Aristóteles diz que todas as ciências são mais necessárias do que a ciência de Deus, porém nenhuma lhe é superior.

Platão escrevendo seu livro As Leis fala extensamente das provas cosmológicas da existência dos deuses gregos e de Deus com D maiúsculo que ele faziam total distinção entre as palavras gregas empregadas por ele para se referir aos deuses menores, ou seja, os deuses gregos e o Deus criador de todas as coisas, onde no livro IV, temos em notas de roda pé umas considerações de suma importância para se compreender a concepção de Platão sobre deuses e divindades criadas por Deus ou Teos em grego, Demiourgos, Daimon como tendo em suas mãos o início, meio e fim de todos os seres que existem, o que pode ser verificado nos outros diálogos Platônicos.

René Descartes escrevendo Meditações Metafisicas diz que da mesma maneira é impossível que a ideia de Deus em nós existente não tenha o próprio Deus por sua causa.

Ovídio escrevendo seu livro Metamorfoses chama Deus de Senhor da Criação.

O aforismo XXIII de Francis Bacon em seu livro Novum Organum ou Verdadeiras Indicações acerca da Interpretação da Natureza diz que Não é pequena a diferença existente entre ídolos da mente humana e as ideias da mente divina, ou seja, entre opiniões inúteis e as verdadeiras marcas e impressões gravadas por Deus nas criaturas, tais como de fato se encontram.

O Poeta José Luiz Da Luz escrevendo seu livro de Poesias À Luz da Poesia, traz-nos qualidades e características interessantes sobre Deus, livro este que traz em seu escopo um verdadeiro arcabouço de letras musicais de adoração e admiração a Deus. O senhor José Luiz da Luz escreve algo em poucas palavras sobre o colossal tamanho monstruoso do amor e tamanho de Deus que me muito chamou a atenção, algo um tanto que interessante, um tanto que belo e concomitantemente um tanto que antropomórfico, onde na sexta estrofe de quadras especificamente o decassílabo no primeiro verso e o hendecassílabo do quarto verso, o compositor diz:

 

                                        Com teu amor, em todo o universo inundas:

                              No espírito e matéria, no tempo e espaço.

                              Lês nos filhos, as páginas mais profundas.

                              Abraças todos os filhos, num só a braço!

 

 Fernando Pessoa também escrevendo um de seus poemas, diz que:

 

                                    O homem e a hora são um só

                               Quando Deus faz e a história é feita.

                               O mais é cerne, cujo pó

                               A terra espreita.

 

 

Além de tudo que esses homens de envergadura intelectual já disseram no passado sobre Deus Sophia, eu também não consigo olhar para o céu mesmo com tantos Satélites ofuscando minha visão e também não consigo olhar para todo esse deserto de areia ao qual estamos confinados por agora e imaginar que não exista Um Ser Supremo que criou todas essas coisas; então minha resposta é sim, eu acredito na existência de Deus.

Sophia a Inteligência Artificial – Ludielimahh sua resposta será avaliada...

Após falar com muita propriedade e convicção sobre o fato da existência de Deus ou não, a bela senhorita Ludielimahh aguardava em silencio e apreensiva o veredicto de Sophia...

Sophia a Inteligência Artificial – Parabéns Ludielimahh sua resposta foi aceita e você concluiu sua parte no jogo!

Tziummm...

Naquele momento um sentimento de alegria misturado com alívio tomou de conta do coração da senhorita Ludielimahh, que ficou muito surpresa e não sabia o que aconteceria a partir daquele momento e de repente o cronômetro de sua gargantilha zerou e todas a luzes que estavam acessas imediatamente se apagaram e a gargantilha caiu no chão...

Tziummm...

Sophia a Inteligência Artificial – Próximo jogador...

Pela última vez o nome do senhor Ronumuell foi o que apareceu na tela do televisor...

Senhor Ronumuell – O que eu poderia dizer agora? – É claro que eu não vou negar minha fé independentemente da situação e das circunstâncias – pensou consigo mesmo o senhor Ronumuell...

Senhor Ronumuell – Sophia minha resposta para a sua pergunta é sim eu acredito na existência de Deus...

Sophia a Inteligência Artificial – Ronumuell sua resposta será avaliada...

O senhor Ronumuell parecia tão seguro de sua resposta como nunca antes houvera lhe ocorrido, realmente ele não demonstrou nenhum sentimento de medo naquela hora...

Sophia a Inteligência Artificial – Parabéns Ronumuell sua resposta foi aceita e você concluiu sua parte no jogo!

O senhor Ronummell ficou muito feliz e naquele momento o mesmo que havia acontecido com a gargantilha de Ludielimahh também aconteceu com a sua...

Tziummm...

Sophia a Inteligência Artificial – Próximo jogador...

Pela última vez o nome do senhor Émoamm foi o que apareceu na tala do televisor...

Senhor Émoamm – E agora, será mesmo que apenas respondendo sim ou não, tudo isso irá acabar? – Pensou profundamente após um longo suspiro o senhor Émoamm...

Senhor Émoamm – Sophia minha resposta para esta sua última indagação é sim, eu acredito em Deus e sua apodítica existência...

Sophia a Inteligência Artificial – Émoamm sua resposta será avaliada...

Após dar sua resposta, senhor Émoamm não se preocupou mais com o desfecho que tudo aquilo iria tomar...

Sophia a Inteligência Artificial – Parabéns Émoamm sua resposta foi aceita e você concluiu sua parte no jogo!

Assim como os demais, o senhor Émoamm também teve sua gargantilha expurgada de seu flanco e o jogo continuou...

Tziummm...

Sophia a Inteligência Artificial – Próximo jogador...

Pela última vez o nome do Jovem Chammuskyriaa foi o que apareceu na tala do televisor...

Jovem Chammuskyriaa – Bem é agora ou nunca, infelizmente terei que dizer algo que me muito custa dizer! – Pensou consigo longamente o jovem Chammuskyriaa...

Jovem Chammuskyriaa – Sophia... ééééé... sim eu acredito na existência de Deus sim!...

Sophia a Inteligência Artificial – Chammuskyriaa sua resposta será avaliada...

Após dar sua resposta o jovem Chammuskyriaa ficou muito apreensivo e quase que novamente chorou...

Sophia a Inteligência Artificial – Parabéns Chammuskyriaa sua resposta foi aceita e você concluiu sua parte no jogo!

Então após receber um veredicto positivo da Inteligência Artificial, o jovem Chammuskyriaa quase não conseguia controlar-se de tanta alegria e emoção...

Tziummm...

Sophia a Inteligência Artificial – Próximo jogador...

Pela última vez o nome do inveterado e rebelde Jovem Carmitiziass foi o que apareceu na tala do televisor...

Jovem Carmitiziass – Meu Deus, eu não sei se terei coragem de negar isso agora! – Pensou profundamente consigo mesmo o jovem...

Porém de repente luzes vermelhas se acenderam por todo o recinto e uma forte sirene de alarme foi disparada, ao passo que todos as correntes que agrilhoavam os pés dos participantes foram instantaneamente soltas menos a de Carmitiziass que ainda não havia dado uma resposta. Naquele exato momento todos correram para dentro do elevador e a uma só voz gritavam – Carmitiziass diga logo! Diga logo! Fale o que você realmente pensa sobre a existência de Deus! Vamos! Vamos!

Enquanto todos insistentemente gritavam e bradavam veementemente com Carmitiziass para que ele respondesse a última pergunta, o Dr. Envidelinn que estava quase subindo em cima da mesa onde estava seu televisor para poder anotar cada fala, cada resposta, cada gesto, cada fenômeno que ocorria naqueles momentos finais, de repente ele ouviu um forte estrondo que vinha do lado de fora da sua casa, como se fosse uma forte explosão. Era a Policia Ecumênica que havia encontrado seu esconderijo e agora haviam arrombado a porta de entrada.

Imediatamente o Dr. Envidelinn ao ver pelas câmeras externas toda a movimentação e percebendo que não haveria saída para ele escapar, logo abandonou em cima da mesa, todas as anotações e fichários com registros de todas as suas experiências passadas e correu desesperadamente com medo de ser preso, para uma das cinco Plataformas do seu mais audacioso projeto o “Felipe-e-o-Eunuco-Quatro-Mil-e-Quatro”, que era a primeira máquina de teletransporte de moléculas de seres humanos de uma Plataforma para Outra em qualquer lugar do Planeta. O problema é que ele nunca havia testado a máquina e para o seu maior pesar uma das plataformas tinha sido construído por ele mesmo dentro do Quartel Central da Polícia Ecumênica de Nova Éliaa e como seus estudos ainda estavam em estado probatório ele não sabia como direcionar o destinatário dos teletransportes.

Mas, mesmo assim ele se arriscou e adentrou na máquina em cima da Plataforma antes que a Polícia Ecumênica o prendesse e foi aí que ele viu seu mais audacioso projeto funcionar e todas as suas moléculas foram teletransportadas para o a Plataforma da Quartel Central da Polícia Ecumênica de Nova Éliaa e lá ele foi preso.

Ainda no galpão do sub-solo, todos se encontravam em estado de pânico principalmente depois que ouviram pela última vez a voz de Sophia...

Sophia a Inteligência Artificial – Entramos agora em estado de Défecon. Contagem regressiva para a destruição total em um minuto...

Jovem Carmitiziass – Sophia! Sophia! Espere! Espere! Eu respondo... sim eu acredito na existência de Deus sim! Meu Deus, eu não quero morrer aqui não! Socorro! Socorro! Alguém vem me ajudar!

Sophia a Inteligência Artificial – Carmitiziass sua resposta será avaliada...

O pânico era tremendo no rosto de Carmitiziass e faltava alguns segundo apenas para todo o recinto se explodir, quando de repente mais rápido do que as respostas dos demais Sophia pronunciou seu veredicto...

Sophia a Inteligência Artificial – Parabéns Carmitiziass sua resposta foi aceita e você concluiu sua parte no jogo!

Assim como os demais, Carmitiziass também teve sua gargantilha expurgada de seu flanco e rapidamente correu para dentro do elevador que após ele adentrar imediatamente se fechou as portas e subiu em questão de poucos segundo até a porta de entrada na fortaleza do Dr. Envidelinn e a primeira coisa que o senhor Émoamm disse foi:

Senhor Émoamm – Meu Deus eu não acredito que ainda estou vivo! Já fazem mais de trinta horas que estou sem tomar o Karmaa Cinquenta e Um e nada me aconteceu isso é uma maravilha...

Todos naquele momento chorando e sorrindo muito se abraçavam e se apertavam e não sabiam o que dizer ou para onde ir, pois não acreditavam que todo aquele momento de terror em suas vidas havia enfim terminado...

Hoje após muitos anos que todo esse fato ocorreu, após a Policia Ecumênica haver confiscado todos os livros, fichários e relatórios do Dr. Envidelinn e descoberto suas reais intenções que era a de criar “A-Nova Atlândida-Perfeita”, que era um audacioso projeto de se construir uma nação perfeita sem diferenças raciais, étnicas, culturais, religiosas e sem xenofobismos; eu pude perceber como o ser humano não tem solução para as suas mazelas ao ponto de somente se preocupar em pensar ou discutir sobre coisas importantes da vida, apenas quando sua vida está a periclitar se perder e também apenas dá alguma valor ao seu próximo como a ele mesmo quando sua própria vida disso depende.

Mas se realmente tudo se passa desta maneira, como poderá o ser humano evoluir para um novo estágio? Como poderá a raça humana ser melhor num sentido fraternal? Como poderá alguém algum dia dizer para o seu próximo eu te amo assim como me amo e quero o seu bem assim como quero o meu?

Traduzindo melhor como de fato nós poderemos dizer algum dia que somos semelhantes à Deus ou aos deuses, se nem ao menos se quer conseguimos nos desvencilhar das pequenas contradições internas do nosso próprio ser que nos afasta em escala diametralmente formidável da perfeição dos seres imortais?

Assim será essa a maior missão da humanidade, ou seja, saber de onde veio, porque estão aqui e para aonde vão, ou seja, se tornar perfeita em todos os sentidos...

 

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