Toda a quentura da cama me atormenta.
Toda a quentura do mundo me atormenta.
Toda a quentura deste sol no Japão,
esta lua no horizonte do chão de nosso quarto
me atormenta e atrapalha.
Vês que eu já não consigo compor um só poema.
Vês que só a ideia de teu corpo entre os lençóis
destrói qualquer raciocínio sublime ou inspiração
que as estrelas pudessem me ceder nesta noite sacrossanta
e tormentosa; nenhum poema dito ou escrito,
apenas suor é espargido desta carne atribulada
em que a paz só é encontrada,
quando em contato com a tua,
já não resta mais nada a fazer.