Não terra, não chores por alguém que não merece
Que a destrói, desmata, polui e à todos entristece
Terra querida, areia amada, planeta da paixão
Muitos por ti lutarão num único compasso do coração
Terra amada, quão justo e pleno seria o nosso mundo
Se as desigualdades fossem enterradas bem a fundo
Se à todos fossem dadas as mesmas chances
Se muitos não tivessem a cultura fora do alcance
Quiçá te entendesse quando as feridas a destroem
Quando as queimadas se intensificam e nada constroem
Quando a poluição devasta a vida na sua diversidade
Quando a serra corra as árvores de intensa idade
Como seria íntegro todo esse imenso mundo
Se a morte fosse apenas um passagem de fundo
Se as doenças parassem de retirar vidas amadas
Se todas as diversidades fosse tratadas com dignidade
Minha terra amada, a hora da verdade enfim chegará
Muitos que a atacavam passarão de pronto a te amar
E nas matas, onde muitas vidas foram exterminadas
Viverá a certeza na lembrança das pessoas arruinadas