Desabrocha a flor de Madalena
De um broto torto nasce um menino
Pés descalços correndo pelas ruas Grita a mãe “vem pra dentro Joãozinho”
Nas ruas de pedra eterniza a infância Joelho ralado, brincadeiras de criança
Toda inocência é corrompida Antes mesmo da esperança Segue forte o batidão
Dançam todos alienados Produtos da massa Caráter industrializado
Emaranhados fios douradas São conduzidos por mãos Sujas e puras
Determinam o futuro Das almas que habitam o mundo Joãozinho pequeno menino não é mais uma criança
Tão pouco visto como membro da sociedade Julgado sem emprego, Segue as margens dos perigos da cidade
Tem agora apenas 14 anos Já roubou? já matou?
Mas quem surrupiou o Futuro deste pobre menino?
A decadência se torna mórbida
As ruas não são mais eternizadas por brincadeiras Pah! Pah! Pah!
Escorre pelas ruas de pedra a vida colorida em vermelho sangue
Uma mulher grita de dor
A mesma dor com que deu a luz
Porém agora só há escuridão
Corpos retorcidos circulam registrando com seus aparelhos
Não podem perder um segundo
Ninguém se importa, estão surdos demais para enxergar
Quantos Pedros? Marias? Joãos? Pintarão as ruas de dor?
Eu me pergunto: Quantos anjos tortos perderam suas vidas para o Funk vermelho?