Não sei e não peço
para que me entenda.
Este sentir estranho que me faz estar sozinho.
É um estado emocional
que vem do peito.
É uma liturgia da solidão.
Digo pra mim mesmo que é amor
mas o amor anda em silêncio.
Não quer conversa assim como eu
e ficamos a nos olhar
com olhos de coruja mas sem fome
nestas mudancas.
É perturbador este concerto
de uma nota só e o violão
com sons de trovão me dizem
que estou com raiva.
De mim.
De nós.
Do mundo.
Quero sair e deixar pra trás os rios que criei
e andar seguro em uma terra que não seja seca mas que tenha o colorido de seus olhos,
a beleza do teu sorriso,
a bondade que há dentro de teu peito.
E nosso olhar de coruja
seja faminto por viver o amor.
Paulo Marcos