Sou um irônico, um escandalizador pela palavra,
Enquanto velhos moralistas são contidos
E com vidas feito silenciosos cordeiros.
Sou um materialista, com os pés calcificados na realidade
Enquanto charlatães aprisionam
O mundo em ofensivas ilusões.
Sou um escritor capturado pela crueza dos fatos.
Calejado de romantismos aprendi que a critica
É o punhal contra os tolos e fúteis consolos.
Desde muito moço sou movido por uma eterna insatisfação.
Nas valiosas lições de meu pai
Ao observar a miséria nos rincões do Maranhão,
Vivenciando as injustiças em departamentos públicos,
Convivendo com pessoas condecoradas como
Gados de corte, úteis salsichas para banquete de hipócritas,
Desenvolvi a minha arte excluindo o conformismo.
A escrita está além do enfeitar,
Ela foi feita para gritar contra as injustiças do mundo.
As ideias devem exalar fúria contra as opressões,
Nada de frases feitas, de mero entretenimento.
Eu desejo sempre trazer reflexão às cabras que pastam,
Incomodar as hienas que acasalam no poder.
Causar incômodos, consequências,
Ser afiada faca contra toda servidão e cegueira.