Eu tenho sentido o pulsar da vida em minhas veias,
Vejo que universo lá fora é muito vasto.
Eu tenho sido um homem triste, um ser limitado.
Eu desejo ver o mundo com meus próprios olhos,
Quebrar os grilhões da fé e do senso comum com o peso da razão.
Mas no tamanho e ignorância de um inseto me sinto
Quando a vida se apequena no colo dos homens de batina.
Dia após dia, os dogmas vigentes são paredes que espremem
A riqueza do conhecimento numa grotesca ilusão...
Os crânios limitados pelas amarras dos líderes religiosos.
As igrejas são donzelas de ferro a deceparem mentes,
Ávidos estômagos a estrangularem novos horizontes.
Em que andar da dignidade humana estarei quando divulgar
Ao mundo saberes que contradizem o misticismo?
No subsolo das ultrapassadas ideias?
São tantas pseudociências, excessos de propagandas,
Falseamentos da História e tolices afins,
Que a ignorância é a mãe dos acéfalos adestrados...
A opinião pública desmiolada por imprecisas crenças pessoais.
Além das religiões, em plena era high tech,
A argumentação pública é dama de ideias traiçoeiras,
Parideira de irracionalismos, gestora de trivialidades do senso comum.
Mergulhados num mar quase infinito de informações virtuais,
Os jovens ruminam correntes de opiniões tão
Válidas quanto às lendas medievais.
Uma massa moldada pelo emocionalismo midiático,
A pulsação de corações numa obscura caverna erigida por coloridos smartphones.
Na ausência da lâmina que separa o joio do trigo, de uma sólida navalha de Ockham,
As pessoas se divertem com fofos vídeos enquanto mendigos morrem nas esquinas.
Nos braços da bestialidade os fatos foram usurpados, manipulados por grandes corporações.
Se regressa ao lugar da ignorância ao reconstruir um palácio emaranhado de boçalidades.