Nos quintais do planeta as crianças são vendidas como mercadorias.
A revolta, o remorso, o medo, o desconhecido, o fel na boca,
Tudo enche o peito de raiva contra os pais que as trataram como vil objeto.
Uma larga ferida como posterior fruto de indizíveis traumas.
Nos quintais do planeta os homens aceitam o trabalho escravo.
O cansaço, a exploração, a pobreza, a humilhação,
Tudo sufoca o ânimo e coisifica os seres numa oca labuta.
Do horror de dias mortos ao envelhecimento precoce do corpo-máquina.
Nos quintais do planeta as multidões não tem acesso à água.
A sede, o desespero, a morte, o sentimento de ser cidadão de terceira classe,
Tudo traz ao cérebro o desejo de cerrar os olhos o quanto antes.
Nos quintais do planeta os poderes atulhados apenas de planos
Que em nada vencem a extensão de dias tão mórbidos.
A injustiça, a desigualdade, o mapa do lucro que
Assumem as proporções da terrível irracionalidade.
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Nos Quintais do Planeta
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