Não Ficarei conformado em rastejar
No solo prostrado ao pó entre beijos
Como lagarta presa aos fundamentos da lama
Não me deterei no chão do mundo sujo
Nesse repouso de obscuridades e agonias
Lugar de esconderijo de todo o desespero humano
Não rastejarei no chão cru das vaidades
No alimento desempregado da áspide cruel
Nos ferrolhos que prendem as cores do arco
Quero voar
Subir entre as copas e estrelas
Ter uma intimidade sobre o azul celestial
E quando estiver cansado de voar
Naufragar no descanso do néctar das rosas
Não quero mais ser larva
Quero ter um coração que sonha mais alto
Uma alma com asas de borboleta.
Clavio J. Jacinto