Eu estou farto, gasto, com o ego perturbado,
Exausto das horas decantadas em selfies,
Cansado das propagandas induzindo compras.
Com os olhos fechados para as bonanças miraculosas dos influencers,
Ouvidos que não suportam as historietas de pessoas de sucesso em redes sociais,
É sempre bom repetir a lição que aprendi
Nas ações de minha mãe e revi na carta epicurista:
Ser rico não é ter posses, mas ter poucas necessidades...
É gozar apenas dos prazeres que dão sustento a vida e a saúde.
E assim me contive na cotidiana sentença
De que tudo se veste na cor embolorada do dinheiro.
Me afastei das preocupações que derivam o gosto pelo poder.
Em pensamento ri das pequenas vaidades dos colegas no trabalho,
Afastei a busca de status sociais.
E os desejos que desaguaram foi degustar
Um vinho em ensolarada tarde na casa de meu pai... Afrouxar o coração na companhia noturna da esposa.
Quantos reais essas cenas valem?
É cabível de exposição em redes sociais?
São momentos que oferecem felicidade ímpar,
Não lambem o silêncio dos homens zumbis,
Instantes que passam intensos, inteiros,
Fantásticos, metafísicos
Por dentro da vida.