Há em mim um vendaval de estações que alteram meus
Sentimentos sem que eu possa controlar.
A natureza causa tsunami em mim!
Há um turbilhão de emoções
E tudo ocorre pela simples presença
Do amor que inventei dentro de mim...
Esse amor arde, pulsa forte!
Ele grita baixinho
E baixinho
Sussurra
Te quero.
Esse amor que corre desgovernado
Sem rumo em direção ao vazio do nada
Grita alto
E forte
Diz
Aonde estás?
Você não ouve e eu nem sei quem és...
Mas você existe eu sei!
Sinto-te em algum lugar...
Povoas minha mente e me faz escrever sobre o amor,
Tomas meu corpo e me faz sentir calafrios por ti!
Quem és tu?
Aonde estás?
Por que não me ouves?
Sei que existe em algum lugar...
Estas num longínquo passado?
Ou estas escondido no presente?
Porventura me aguardas em um futuro distante?
Você existe eu sei, sinto-te em mim.
Vivi esse amor, ele pulsa forte buscando
Incessantemente as lembranças perdidas, escondidas
Em um dos recônditos de mim!
Tenho apenas pequenos lampejos nos meus sonhos
E carrego pequenos fragmentos do amor
Que contigo vivi...
Sinto esse amor vivo em mim, choro pela sua
Ausência física
E anoitece dentro de mim!
Entro em livrarias e te procuro nos corredores
Na esperança que nos
Encontremos escolhendo um livro na mesma prateleira.
Em cada voo, te procuro em cada poltrona,
Meus olhos percorrem os corredores, as janelas e até mesmo a cabine do
Piloto, mas não te vejo
E assim a tempestade se forma
E chove dentro de mim...
Nos parques, nas avenidas movimentadas observo
Os transeuntes com suas valises,
Olho em cada olhar na esperança de
Reconhece-lo
E mesmo assim não o vejo.
Olha até nos tristes olhares dos que dormem ao relento,
Mas não o encontro nem ali...
Os carros se movimentam nas avenidas,
Eles param nos semáforos,
Te busco em cada motorista e em cada passageiro,
Carros circulam, buzinam
E ainda assim não o vejo
E trovoa dentro de mim...
Não hei de me cansar em buscar-te.
Pesquiso nos artigos acadêmicos publicados recentemente,
Leio os nomes dos autores, os títulos,
Verifico as referências e dependendo do tema
Leio o artigo completo,
Ainda pensando em encontrar um pequeno fragmento de tua existência,
Vejo página a página,
As folhas desaparecem uma a uma,
Mesmo assim não o encontro
E um furacão se forma dentro de mim...
Será que estou em época errada, ou será que estou no local errado?
Te procuro tanto meu amor!
Os dias se passam, as noites chegam e vão embora, sinto sua falta,
Sinto sua lembrança e busco uma imagem que foge
Quando me aproximo,
Corro mais perto na tentativa de alcança-la
E ainda assim ela escapa deixando
Pequenos rastros do seu cheiro
E assim evapora dentro de mim...
Sei que existes!
Estas em algum lugar e eu não consigo encontra-lo,
Mas sei que existes,
Eu sei!
Outro dia cheguei a pensar que havia lhe encontrado entre os escritos dele,
Havia lido quase todas as obras,
Faltava-me apenas uma,
Eu a li e em meio aos delírios de querer te encontrar quase que
Me perdi entre o demasiado humano.
A dúvida ainda paira e muitas vezes
Olho sua imagem,
Seu altivo olhar...
Imaginei-me em outra dimensão amar-te,
Acolher-te, aconchegar-te,
Mas sabe aqueles calafrios que sentimos de amor,
De desejo,
De paixão
De tesão?
Eles não estavam ali com sua imagem
Nem tampouco em seus escritos.
Sinto um carinho e afeição imensos por ti,
Mas sei que não és tu!
A vida pregou-me uma peça, mais uma vez eu não o vi
E formou-se uma erupção dentro de mim...
Os dias se passam,
Os meses,
Os anos,
Me inscrevo em quase todos os concursos literários
Em busca de uma classificação para ver se você ali está,
Nos dias das premiações, olho em cada olhar,
Em cada lábio,
Percorro os salões na tentativa hercúlea de sentir seu aroma
Entre os participantes
E nada de sentir o frescor suave do seu aroma
Impregnado na memória do tempo
E assim, relampeja dentro de mim...
Ouço os grandes eruditos,
Ouço atentamente cada um deles,
Em cada peça,
Em cada nota,
Em cada acorde,
Sinto-te presente.
Corro, desesperadamente e te busco em cada minueto,
Em cada opus,
Em cada sonata,
Em cada valsa,
Em cada sinfonia
Em cada rapsódia,
Em cada ópera,
Em cada cantochão...
Todos eles, simplesmente todos eles sem exceção me tocam profundamente,
Mesmo assim eu não consigo encontra-lo!
E assim, uma orquestra se forma dentro de mim...
Aguardo-te amor meu!
Aguardo-te oh minha alma gêmea!
Sei que estás em algum lugar e hei de encontra-lo.
Pensar em ti me faz bem,
Pensar em nossa existência um dia juntos me robustece
De esperanças em poder reencontrá-lo!
Sinto o frescor suave de sua brisa límpida por perto
E assim amanhece dentro de mim...
Um vendaval de estações, entram em ebulição se misturam de tal forma
Que não consigo diferenciar,
Mas sinto que estás por perto!
A simples lembrança de sua existência
Enche meu olhar de um colorido
Arco íris,
Meu olhar se reveste de flores
E primavera-se dentro de mim...
O calor me aquece
Meus lábios se iluminam,
Faz o nascer do Sol em meu sorriso
E veraneia-se dentro de mim...
O frio por não encontrar-te em canto algum,
Judia do meu corpo,
Sinto medo de não encontra-lo!
Minha alma chora!
E inverna-se dentro de mim...
A esperança insiste em bater,
As folhas caem,
O frio porem suave, do frescor da brisa do seu cheiro
Me vem,
Te procuro,
Te desejo,
Te cultuo,
Te aqueço,
Te desnudo,
Me emudeço
E mesmo assim não te vejo.
E outona-se dentro de mim...
Grito escondida atrás da minha janela
Cadê você?
Aonde estas?
Porque não me ouves?
Anseio por ti!
Parece estar tão distante das mãos e tão perto do coração,
O peito quase explode de emoção e desejo de reencontrar-te!
Os olhos marejam, se fecham,
Os lábios se calam,
O ar se esconde
E chove dentro de mim...
Te sinto e não te vejo,
Te procuro e não te encontro,
Te busco e não te acho...
Um vendaval toma conta de mim
E assim sigo meus dias
Chorando
Baixinho,
Sussurrando e gemendo,
Morrendo
Aos
Poucos
Dentro
De
Mim.