Ela dormia, sonhava,
Enquanto eu respirava
O doce respiro seu.
Sonolento eu pensava
Que tudo o que me faltava
Tivera me dado Deus!
Lentamente eu deslizava
A palma na cor dourada
Dos fios sedosos seus.
Aos poucos ela acordava
E enquanto despertava
Sorria - assim como eu.
Eu dizia que a amava,
Sua bochecha roseava,
Brilhavam os olhos seus.
Eu tanto admirava
A vista que contemplava
Um palmo dos olhos meus.
O sono que ainda restava
Sumia enquanto falava
Do medo que tinha eu;
Do quanto eu temia a estada
Distante de minha amada
Do amor que é todinho meu.
Ela, gentil, me acalmava
Pois sabia o que preocupava
Alguém juvenil como eu.
Prometia e eu não duvidava
Que o amor que ela guardava
Seria pra sempre meu!
Eu, poeta, contemplava
E transformava em palavra
Mais um devaneio meu!
Ela, Poeta, sonhava
E o Poema materializava
Junto aos braços de Morfeu.