Sabe aquela dor?
Que dói sem precisar sangrar.
Aquela que te machuca
Sem marcas físicas deixar?
É essa a que me devora,
Me consome por inteiro.
Tira a felicidade,
Coloca o desespero.
Me deixa calado em um canto
A todo tempo no pranto.
Sentindo as dores futuras
Vivendo em choros presentes,
Derramando lágrimas duras
De soluços indiferentes.
A dor que me permeia
Me derruba pelos cantos,
Me leva lá para baixo.
Depois some e eu fico
No fundo sem querer subir,
Pois é mais fácil a vida afundar
Do que a vida fluir.
E entre fácil e difícil
Eu escolhi facilitar,
Deixei a dor que me visitava
Ficar e me maltratar.
Agora é minha hóspede,
O meu corpo é seu novo lar,
Enquanto eu estiver triste
É onde ela habitará.