Um presidente da República precisa perceber
que:
Não é o todo poderoso que pode fazer tudo o
que quer;
No jogo democrático existem interesses e
poderes que eficazmente se contrapõem ao governo; não aceitar essa realidade é
contraproducente;
Determinados tipos de aliados, mesmo
querendo ajudar, criam mais problemas;
Ele mesmo (o presidente), por conta própria
(independentemente das ações de seus opositores), pode se derrotar;
A incerteza e a imprevisibilidade são
incompatíveis com muitas promessas e rígidos princípios; no fim, acaba fazendo
o que não prometeu e não fazendo o que prometeu;
Projetos e políticas públicas consistentes são
âncoras seguras na maré de empecilhos que um governo enfrenta;
Autoelogios e tentativa de ser estrela de
Hollywood são bem diferentes de capacidade de governar;
Achar que sempre está certo seguramente
trará problemas;
Governar ameaçando não gera bons fluídos;
Quem estimula o ódio, mais ódio colhe;
Falas bombásticas (às vezes cruéis) podem
cativar fiéis seguidores, mas causar repulsa em grande parte da população;
Construir é melhor que destruir;
Falar tanto em Deus, mas zombar de quem
sofre e afastar-se de quem tem direitos lesados; esse Deus (se existir),
seguramente não vai gostar;
Ter o domínio de ampla rede digital de
produção de fake news e criação de realidade paralela não garantem a
vitória nas urnas;
A boa relação com os demais países sempre gera
bons retornos;
É necessário ter sólido partido de
sustentação e não ficar pulando de galho em galho;
Brigar o tempo todo, como se estivesse em
campanha, tira forças que serão necessárias para efetivamente governar.
Por Cassiano Ricardo Martines Bovo.
Publicado originalmente no Linkedin, dia 30.11.22 às 17h55min.