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Uma Mãe que Chora em Silêncio

Uma Mãe que Chora em Silêncio
David Manoel Vidal
mai. 9 - 1 min de leitura
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A mãe natureza chora, em silêncio. Nas florestas, cicatrizes são deixadas, marcas de um incêndio. Sangra em carne viva, fuligem, carvão e cinzas. Seres desalmados a despedaçam, com machados e serrotes, abrem as pernas e a reviram do avesso, em busca de preciosos diamantes. Sofre a tortura, morde os lábios, tenta não gritar de dor, não por orgulho, mas por temor, do que a raiva fará se perder a cabeça.

A mãe natureza chora, em silêncio. Nas cidades escapamentos a sufocam, nuvens de poeira ao vento. O lixo se acumula, toneladas ao céu aberto, o chorume escorre, penetra a terra, tóxicos, dióxidos, de cor, cheiro e sabor desagradáveis. Sente calafrios, treme e agoniza em "shotes" de veneno.

A mãe natureza chora, em silêncio. Nos oceanos, terras líquidas, repletas em sal, conchas e peixes, resíduos plásticos tentam a tornar artificial; esgotos são empurrados goela abaixo, refrigerantes de fezes. Vira os olhos de nojo, fingindo estar tudo bem, com bravura, tenta não demonstrar o enjoo que sente.

Não deseja vingança, porque ela é mãe. Tolera, acredita e espera o melhor, por isso chora o silêncio, é capaz de perdoar o imperdoável, por amor que eles não têm, tal é o mundo e tais são os filhos. Qual será o futuro? Pergunto agora.

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