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Rayssa é leal! É skateboard brasileiro!

Rayssa é leal! É skateboard brasileiro!
Ingrid Franco Hoher
jul. 28 - 4 min de leitura
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Sempre fui apaixonada pelo skate feminino. A leveza de ser menina, a técnica misturada de forma única com a atitude irreverente do skate. O desejo por voltar a trick, se tornando um só com o skate, a mente, o tempo, a conexão, a velocidade, o erro, o aprendizado, a dor, o acerto, a humildade, e o novo!

No skate as possibilidades são mesmo infinitas! Cada um com a sua individualidade! Uma pluralidade que vai de encontro com o coletivo. A luta! A história, a marginalização. Somos marginais alados. Tivemos um grande professor, que levou o skate a diversas formas de visualização, seja no cinema ou nos palcos, ecoou e ainda ecoa através da sua música, e através do seu skate, da sua imagem! Sim, estou falando dele, nosso real original Gangsta brasileiro: o Chorão!

Qual o brasileiro, que não faria essa conexão? O fato é: chegamos nas olimpíadas! Parece uma boa legitimação, mas nem todos skatistas são atletas, mas o skate é um esporte, isso é inegável, um esporte das ruas, movimentos culturais, artísticos, o berço é enorme, a luta e resistência são profundas. Rayssa nos fez sorrir com alegria, Rayssa brinca. Brincando nos trouxe a alegria! Colocou a medalha em todos nós, até em quem não queria.

Somos. Rayssa é! Ela tem treze anos, chamou em grande estilo um flipão rock de front, tranquila. Ela nos deu o que o skate dá para ela. Ela brincou. Ela sorriu. Trouxe alegria. Esse poder social, nos mostra algo do simbólico que carrega em si. O seu poder e a ferramenta de autoestima e dignidade também ganharam medalha com a vitória do skate através da Rayssa. A ferramenta educativa é para todos nós.

Quando comecei a andar de skate, ainda uma menina também, por volta dos meus treze anos, me apaixonei perdidamente pela sensação que o skate trazia, o chão sob os pés, a mente focada em um aprendizado individual, mas que se comunicava tão bem com tudo a minha volta. O vício pela evolução, aprendizados constantes, eram mais que um combustível, abria-se uma nova forma de ver a vida. Encarar com resistência e paciência o momento do crescimento. Poucas meninas andavam naquela época, mas sempre apareciam meninas para olhar o skate na pista, ou pediam para dar uma voltinha. Elas estavam chegando, nós chegamos! E depois de tudo trouxemos uma medalha das olimpíadas, o skate feminino.

Alguns diziam que o skate nas Olimpíadas era como um circo. E não é que eu amo mesmo um circo? Uma chance de fugir do ordinário, do senso comum através de uma arte que faz despertar os sonhos mais simples e intensos, traz o amor. Um amor por uma causa, um sentimento de fazer parte de algo gigante, algo que não abraça qualquer um de volta, a verdade precisa ressoar.

O skate me proporcionou momentos únicos, que me tornaram quem eu sou hoje. Sou mesmo grata. Tenho sorte. Conheci todos meus ídolos, e os maiores deles, são os meus amigos! São leais. E querendo ou não, abriram as portas para a Rayssa. Todos nós skatistas no Brasil, também todos os apoiadores e entusiastas dessa cultura, desse movimento, e desse amor chamado Skateboard! Obrigahhh!!!

“Todo movimento da roda é uma arte” Chorão

 

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