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Cápsula do tempo

Cápsula do tempo
Érico Prado
ago. 1 - 1 min de leitura
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Minha Mãe.

Deusa Mãe

Meu verde e azul.

Minha paleta gigantesca.

São tantas possibilidades, infinitas cores e teores.

Meus ouvidos preenchidos, com suas músicas, toques instrumentais, naturais.

O bater de milhares de assas, pólens viajantes.

Sementes claras e escuras, que brotam vidas, até mesmo as raras e extintas.

Os brotos nascentes no rio.

Os brutos cavalos, selvagens animais.

O natural aroma florestal das flores.

Ó minha musa, deusa e mãe, escutais minhas palavras diante do sol que lhe abrange o verde que ainda lhe resta.

Ó minha mãe, deusa e musa, auscultastes e olhais tais palavras e orações ao fim da ascensão urbana tecnológica, onde avança sobre tuas terras.

Ó minha deusa, musa e mãe, inquiristes, vejais e escutais tais avanços de ignorâncias, implementadas e sustentadas no 'modelismo' geracional, populacional.

Que continua sem prever o fim teu.

Que continua prevendo o futuro ‘eu’.

Que avança sobre a própria espécie, e contempla o caos.

Aqui, agora, finalizo minha carta a ti e a todos os ‘eus’ do futuro. Espero que a cápsula do tempo aguente tempo suficiente para ser aberta por mãos e lida por olhos. Pois a primeira a ler esta carta é você.

A Terra.

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