A rua grita,
A cidade canta,
Os cantos têm cheiros,
As curvas contornos,
O centro tem gosto.
Nos alimentamos com todos os nossos sentidos,
Que cidade estamos ingerindo?
Os sentidos se misturam e recriam algo que é nosso.
A rua tem cheiro do que? Qual o gosto do centro?
Que música toca entre os asfaltos?
Você pode fechar os olhos,
Escolher não escutar,
Se fechar para sentir,
Mas mesmo sem querer, mesmo não parando,
Você se alimenta da cidade e ela se alimenta de você.
O ato de se nutrir é a ação de interiorizar o mundo,
De mastigá-lo,
Degluti-lo para assimilar tudo,
E depois transformar em composto húmico que voltará para as cidades,
Para as ruas, para nós.
Então eu pergunto mais uma vez:
A rua tem gosto do que?