Dedo de prosa Autoria: Teleu
Acorda p'rece dia tão bonito, assim !
Levanta, vem brincar de poesia
Viaja nas palmeiras, nestes matos que te sobram
Não deixe o tempo definhar assim
A noite está esperando lua nova
O céu amanhaceu rouge-carmim
O sol sorrí na serra dando prova
Que o calor na vida é tudo em fim
Vem plantar uma semente dentro de você
Replantar o Pau-brasil, Ipê
Matita-perera, Sabiá, Bonito-lindo
Môno-carvoeriro tá pedindo
Cara-roxa quer chamar Tucano
Curió cantando quer lembrar
Maracanã, Arára-una, Jaguatirica, Banana-nanica
Macuco, Jacu-piranga, Pitanga dá no pé
Palmito,ouro branco. Uso de má fé
Madeira brasileira vai-se embora como nada
Deixando sem fronteira a passarada
O Índio já não é mais nem querido por aquí
Se perde na cidade e no sertão
Floresta já é pouca, nem Tupí nem Guaraní
Os ancestrais perdendo a razão
Canta violeiro, um dedo de prosa
Levanta a vóz, impinge uma canção
Enquanto a gente fina lá de cima goza
Invoca a fé que existe neste chão