ORIGENS
Nasci e me criei na Zona Rual de Vitória da Conquista, e lá tem uma influência muito forte do aboio, forró pé de serra e terno de Reis, coisa que está visível no meu disco. Resolvi mesclar com o rap, pois quando conheci o hip hop, mesmo residindo na zona rural, essa cultura me encheu os olhos pela questão da postura e atitude, conheci em meados de 2004.
Ouvi os primeiros sons no velho e atual estilo boom bap e fiquei logo deslumbrado. A partir daí, como eu trabalhava na roça, sempre levava um caderno e começava a fazer as primeiras rimas.
Quando mudei pra cidade, em Vitória da Conquista, tive o contato com uma galera que fazia rap, a Posse MalêsHuru, foi quando já me deram um suporte pra botar minhas rimas em pauta.
CORDEL UMBILICAL
Então, eu me amarro em literatura de cordel e já escrevi algumas, sabe aquela frase de Patativa “O nordeste é poesia”, o nordeste é o berço da poesia no Brasil, então resolvi fazer uma mescla, que alia a questão da identidade do cangaço, que é visto logo na capa do disco, e dá uma ideia do nascimento da poesia, do cordel no sertão nordestino. Essa foi minha fonte inspiradora.
OBSTÁCULOS
Nossos irmãos que fazem rap no Nordeste também têm que quebrar algumas barreiras, a principal: reconhecer os nossos. Isso ainda é uma barreira que nos impede de poder fazer algo no nordeste. Por isso escolhi vir pra São Paulo, sem contar a falta de estrutura. Temos que passar a consumir o produto interno bruto.
Assim podemos garantir uma evolução dentro da cena local. Imagina seu eu não precisasse vim pra Sampa, para fazer um disco ou até mesmo fazer show e produzir meus produtos? Imagina se isso tudo estivesse por lá, como ponto focal.
CANGAÇO NEGRO FALA DA NOSTALGIA NORDESTINA NO CLIPE “SAUDADE”
Em “Saudade”, o rapper mescla suas rimas ao canto de Evandro Vox e insere depoimentos de retirantes nordestinos na grande metrópole.