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Milton Santos: por uma outra Globalização

Milton Santos:  por uma outra Globalização
Kywan Freitas
mai. 25 - 6 min de leitura
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Autor: Kywan L. S. de Freitas Lopes


Estamos no início de uma década marcante para a história da humanidade. Até o dia 23 de maio de 2021, foram registradas 3.477.777 mortes por covid-19, no mundo. A cada minuto, cerca de 9 crianças morrem, no mundo, por desnutrição. Em janeiro de 2021, 12,8% dos brasileiros estavam em situação de extrema pobreza e esta taxa tende a aumentar.  De acordo com o INPE, somente na Amazônia legal brasileira foram desmatados 11.088 km² entre 01 de agosto de 2019 e 31 de julho de 2020, o que representa um aumento de 9,5% quando comparado com o ano anterior. Com o desmatamento exacerbado a qualidade do solo,  o clima, o abastecimento  hídrico, a vida da fauna e da flora estão ameaçados. Contudo, esse novo decênio não traz apenas acontecimentos tristes da década passada, nele se comemora o centenário de Milton Santos. Mas o que Milton Santos tem a ver com as questões mencionadas anteriormente? 

Milton Santos nasceu em Brotas, Macaúbas-BA, no dia 03 de maio de 1926. Graduou-se em Direito, mas sempre lecionou geografia. Foi preso durante a ditadura militar e depois de sua soltura trabalhou em universidades dos Estados Unidos,  Tanzânia, Canadá, África e Venezuela. Retornando ao Brasil, em 1977, foi professor na Universidade Federal do Rio de Janeiro e na Faculdade de Geografia da USP. Ao longo da vida, Milton recebeu importantes prêmios nacionais e internacionais, entre estes está o prêmio Vatrin Lud (1994), uma espécie de Prêmio Nobel da Geografia.  

Milton Santos faleceu em São Paulo, no dia 24 de junho de 2001. Todavia nos deixou uma vasta e rica coletânea de 30 livros e 400 artigos científicos, como por exemplo, “O trabalho do geógrafo no Terceiro Mundo” (1978), “A pobreza urbana”(1978), “Economia espacial: críticas e alternativas”(1978), “A urbanização desigual: a especificidade do fenômeno urbano em países subdesenvolvidos” (1980) e “Metamorfose do espaço habitado” (1988). Contudo, hoje queremos ressaltar o livro “ Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal”.

O livro “ Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal” teve a sua primeira publicação no ano de 2000 e, assim como a maioria dos trabalhos de Milton Santos, trata-se de uma crítica ao sistema  capitalista, mas precisamente à forma que acontece a globalização. 

De acordo com RODRIGUES, OLIVEIRA & FREITAS, a globalização é um processo heterogêneo, isto é,  envolve fenômenos de caráter político, social, econômico e cultural. Uma prova de que vivemos em uma época globalizada é que podemos estar em qualquer lugar do globo sem sair de casa. O processo de globalização ganhou impulso no final da década de 80 com “a expansão das empresas transnacionais, a internacionalização do capital financeiro, a descentralização dos processos produtivos, a revolução da informática e das telecomunicações”.(ALVAREZ,1999, p. 97)

Milton Santos dividiu o livro “Por uma nova globalização” em três partes. A primeira mostra a globalização como fábula. Nela é falado sobre “o processo de criação e instalação nos espaços nacionais pelos Estados, que são os responsáveis pela construção de normas para a reprodução do capital no território, e as contradições existentes neste processo”(FARIAS, 2013).  A segunda apresenta a globalização como perversidade, aborda  “a violência do dinheiro e da informação na busca da mais-valia universal” (FARIAS, 2013). 

Já na terceira parte, Milton Santos discursa sobre como a globalização pode ser. Nela Santos fala que o processo de globalização pode ser revertido e que a informação e o capital podem e devem ser utilizados para possibilitar o acesso a cultura, a minimização da violência e das desigualdades sociais e o desenvolvimento das cidades e da ciência, o que consequentemente afetaria o nosso padrão de consumo e mudaria a forma com que vemos o meio ambiente. 

 

Referência:

 

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