Capsídeo lipoprotéico com RNA coroado, mas sem tréguas
Sem aclarações, chacinam, submergem o mundo, ditam as regras
Pessoas se isolam, numa liberdade fechada, escura, angustiante
Imposições necessárias, implicações catastróficas, degradantes
Nossos irmãos perecem distantes de um ar que não podem respirar
Muitos arrostam, guerreiros de branco perdem a vida, por amar
Quantos sofrerão, sem a verdade ou a consolação do suposto inevitável
Quanto vale uma vida diante da verdade e da escusa refutável?
Enquanto ataúdes se alinham lado a lado, numa fila de incertezas
Os reis continuam a aniquilação dos mortais, não efetiva realeza
Lágrimas escorrem daqueles que perderam, subitamente seus amados
E sem poder velar ou se despedirem, carregam o trauma dos indignados
Nesse ambiente sepulcral, alicerçados em traumas e imensas dores
Um outro rei, levanta seu cetro e dita o ritmo das mortes sem flores
Lados extremos? a guerra não quer parar, eliminando os soldados
Os reis festejam, de seus castelos e direções o resultado pleiteado
Enquanto os reis comemoram vitórias, sem entendimento dos inocentes
Famílias se desolam ao ver os caixões se enfileirando, ainda descrentes
Vírus, bactérias, seres orgânicos, ninguém chama para si a culpa pelos danos
Longe, uma senhora abre, ainda auspiciosa o ataúde, iniciando os prantos