Talvez, nesse mundo, pudéssemos viver todos em paz sem ter que criar discórdia ou inimizade por uma causa ou outra. Até parece que essa paz tão desejada possa ser alcançada em um lugar como esse, onde os interesses “falam” mais alto do que a dor do necessitado que vagueia pelas ruas sem ter destino certo. Engana-se quem acredita que determinada ação governamental, por exemplo, possa ser capaz de extinguir as injustiças praticadas corriqueiramente pelos “representantes” do povo ou até com o surgimento de soluções paliativas que no fim das contas não resolvem nada.
Enquanto uns tem, outros querem possuir algo que preencha o vazio do seu interior não só com bens materiais, mas também com o que lhes fazem bem. No entanto, não se pode negar a situação contrária daqueles que um dia já tiveram e hoje não possuem mais nada senão os lapsos memorialísticos dos tempos abundantes. Para estes desprovidos de posses, restam-lhes a esperança na mudança de sorte, na possibilidade de uma alegria iminente, no amanhecer de um novo dia.
Jornais e todo o aparato comunicativo de nossa época anunciam as mazelas, os infortúnios, os desamores enfrentados desde o mais humilde cidadão ao mais soberbo sofredor anunciando as diversas condições nas quais o indivíduo pode se encontrar. As voltas que o mundo dar pode ser capaz de estabelecer ou alterar as posições, conter o ego alheio, definir os percursos a serem seguidos; enfim, alternar nem sempre significa algo ruim, mas constrói a margem para melhorar.