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Sorriso

Sorriso
Vitor Souza
set. 24 - 2 min de leitura
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Não a vi chegar; veio de sobressalto, puxando minha mão e dizendo:
- Foge comigo.
Dá pra acreditar nessa?
Nem precisei de palavras para que ela soubesse que sim. Meu sorriso falou por mim.
Com que dinheiro? Para onde? Fazer o que?
Uma pergunta maior que essas três se impôs: isso é verdade?
Dessa vez foi aquele sorriso singelo, aquele que as bochechas sobem e fazem os olhos se fecharem, aquele sorriso tão... tão... foi ele que me respondeu. E no âmago eu soube que não importam nenhuma das questões acima.
Dure uma vida ou dure 10 minutos, nada me faria esquecer aquele sol das 14h que caia sobre ela, fazendo que o cabelo gerasse algumas sombras sobre o rosto; também tinha aquela frequência cardíaca que definitivamente a impediria de doar sangue; e uma brisa leve, calma e gentil que passava por ali fez com que as sinapses na cachola criassem raízes absurdamente profundas.
Segurando sua mão, corri.
Sem peso do passado, sem perspectiva de futuro, sem ao menos perceber sol ou lua no céu, corri.
Ermo não estava, esmo não seguia. Nenhuma matemática possível teria a capacidade de dizer o quão grande era a certeza que eu tinha naquele momento.
É comum que mais um pequeno questionamento faça sombra nos dias de sol: será que me arrependerei?
Não. Não existia essa nuvem a pairar no meu céu. Era azul. Não muito claro. Não tão intenso. Era leve, quase que equivalente a brisa. Porém muito mais pesado do que minhas pernas a correrem.
Leve.
Não me arrependo.
Eu era guiado com gentileza. Não havia resquício de medo quanto ao desconhecido; aquele sorriso (aquele mesmo) iluminava o caminho, me preenchia de certeza.
“Não vale a pena sonhar.”


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