Uma das preocupações na sociedade portuguesa é como será o próximo ano letivo das suas crianças. E deles mesmos, no caso de serem professores. As opiniões dividem-se e existe um receio global do que possa vir a acontecer. Uma coisa é certa - a tecnologia veio para ficar, expandir, progredir, e provavelmente será a ferramenta de metade da população, nem que isso inclua as aulas à distância.
Mas preocupa-me a castração do processo de socialização, já que as escola é um deles. Sem passarmos por esse processo que, na vida, são basicamente três, corremos sérios riscos de nos tornarmos muito mais frios, distantes, egocêntricos, entre outras coisas. O distanciamento social não é algo temporário, assim que poderão preparar-se para ver crescer gerações de meninos e meninas com grandes conhecimentos a nível académico, mas faltar-lhes-à a componente sociológica, tão essencial como a biológica.
Assistimos a tempos de mudanças e não podemos fingir que o mundo é bucólico e que tudo é uma lição divina. Temos, sim, que nos preparar para fatos que estão para ficar, para evoluir, para se moldarem. E as crianças serão tão reféns quanto nós.