Se a saudade fosse um brigadeiro
abriria mão da minha vontade de doce.
Ah se ela fosse meu violão...
Deixaria então de dedilhar em seu corpo curvilíneo e tocar nossa peculiar melodia.
Se esta danada fosse uma ilha,
longe deste caos e maldade
talvez até nadaria a sua procura,
mas se ela fosse um best seller
a poeira seria sua cobertura.
Se a saudade fosse a Primavera
me trancaria no quarto
e as janelas jamais seriam abertas
quando esta estação florida
e eu só desejando uma única flor
e tão colorida e eu anseando uma só cor chegasse.
Saudade, porque você consegue ser tão bela
e insuportável?
Talvez eu seja um tolo,
mas você sempre me diz que só veio
quando o som de uma saída pela porta
foi a batida solicitando a sua chegada.
Você é um incômodo que me deixou bipolar,
que me faz rir e chorar.
Que insiste em me fazer companhia
quando minha companhia ainda vive
dentro de mim.
Meu bem vai embora, vai!
Ela vai voltar!
Paulo Marcos