Quando a alma reluz através do silêncio.. Nada mais importa. O que quero dizer nesse silêncio? Nada a dizer. Nada a fazer. Só quero me entregar por completo. Me preparo então para mais uma morte do pequeno eu. Esse eu que se orgulha de coisas bobas. Esse eu que se vê separado. Esse eu que se compara o tempo todo, que se apega à dor, que anseia pelo futuro, que se culpa pelo passado. Esse eu que se nega, que se esconde Mas ainda assim quer ser mostrado.
Descarto mais uma vez tudo que não me serve mais. Porque sim, é fácil amar o belo e agradável. Mas seria fácil se amar por inteiro? Sim, é preciso ter coragem para se ver de verdade, ocupar e assumir cada espaço escuro, antes negligenciado. É preciso assumir o Ser. A beleza e a ferocidade.
Sim, o jogo é sério, mas podemos jogar com suavidade. Sem pressa podemos nos permitir Ser vividos. Podemos nos permitir Ser respirados pelo sopro divino. Esse é o caminho que nos conduz a unidade de amar e reconhecer o outro, mesmo com todas as falhas e diferenças, porque também me reconheço falha. Porque na verdade não existem diferenças.