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Projeto: Periferia que Lê

Projeto: Periferia que Lê
Periferia que Lê
ago. 2 - 6 min de leitura
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O projeto Periferia que Lê foi idealizado pelo educador social e escritor Marcos de Sá, durante a quarentena. Trata-se de ações totalmente voluntárias com o objetivo principal de acessibilizar a literatura, através de leituras compartilhadas, saraus, palestra em sala de aula, entrega de livros e materiais educacionais, em comunidades e/ou locais escassos dela.

Nesse período de isolamento, não é possível realizar grande parte das ações planejadas, mas conseguimos criar nossa primeira geladeira literária com ajuda da comunidade (via mídias sociais) e estamos mantendo-a regularmente para que as pessoas que não tem poder aquisitivo de comprar livros possa ter acesso a eles. Além das oportunidades, vídeos e propostas que lançamos em nossas mídias sociais, como no instagram @periferiaquele

 

Como nasceu a ideia?

 

O projeto Periferia que Lê é uma extensão da Book Brasil que já mantém iniciativas como o Prêmio Book Brasil e o Leitor Book Brasil, valorizando e incentivando a literatura brasileira e a prática da leitura. Após a arrecadação e distribuição dos livros e materiais doados pelo projeto Prêmio Book Brasil ( @premiobookbrasil ), planejamos continuar com as ações de doar esses itens em outras instituições. Em março, tivemos mais de 150 crianças e adolescentes beneficiados com livros, lápis de cor, jogos educativos e outros itens educacionais que foram doados.

Quando o isolamento foi oficialmente decretado, as instituições fecharam suas portas, mas ainda recebíamos algumas doações enviadas por escritores de todo o Brasil. Os itens foram acumulando sem nenhuma finalidade, naquele momento, e em seguida tivemos o movimento ADIA ENEM em prol do adiamento das inscrições e provas, devido grande parte da população (principalmente das periferias) não ter condições básicas em casa para um bom aproveitamento nos estudos.

Foi nesse momento que surgiu o pensamento de fazer algo por nossa comunidade: “O que podemos fazer por nós mesmos?” Já que estávamos vivendo o impasse da aprovação do ministério da educação, que ainda não tinha acontecido. Foi pensada em várias estratégias para que os livros fossem disponibilizados, então, Marcos criou o instagram de apoio e informação, e convidou a comunidade a doar mais livros e a construir as geladeiras ou espaços literários.

Algumas pessoas abraçaram a causa e conseguimos uma geladeira velha, o serviço de pintura e ajuda na compra dos materiais e frete, e disponibilizamos muitos livros que foram doados pela comunidade. Apesar da geladeira não ser uma ideia inovadora, foi a ideia que funcionou nesse contexto, porém o projeto não se limita a ela. A proposta futura é criar um ponto cultural onde as pessoas possam fazer suas atividades escolares, ter acesso a internet e aos livros, principalmente em lugares onde não é habitual esse tipo de prática. Atualmente nossas ações estão sendo realizadas no Bom Jardim, uma das maiores periferias de Fortaleza(CE), mas convidamos pessoas de outras comunidades a estenderem essas ações em suas comunidades.

 

Por que fazer?

 

Diante da realidade literária no Brasil, onde grandes eventos e investimentos são realizados distantes das grandes periferias, esse projeto nasce com a intenção de chamar atenção à essa causa.  Rotuladas como ignorantes ou sem capacidade de ocupar espaços de destaque na sociedade, essas pessoas que são historicamente são invisibilizadas, apresentam dificuldade de se culturalizar mediante o combate diário por sobrevivência. Enquanto lutam por um prato de comida, é difícil pensar na aquisição de um livro, por exemplo.

Dentro das periferias, a arte é um grande respiro. Enquanto as mídias enfatizam as problemáticas territoriais, os crimes e a violência em geral, o povo periférico produz diferentes tipos de arte.  Apesar de todas as dificuldades geram, de forma genuína, na maioria das vezes sem apoio ou patrocínio, comunidades e grupos artísticos através de linguagens como: o teatro, a dança, a música, o circo e a literatura.

Além das questões citadas, o Periferia que Lê realiza atualmente ações como a coleta de livros para distribuir em pontos estratégicos, leituras compartilhadas, informações e dicas literárias (todos divulgados através do instagram @periferiaquele). Algumas ações estão temporariamente paralisadas em função do isolamento social, como:  a visita à escolas e instituições levando a roda de leitura, teatro e distribuição de livros paradidáticos (dependendo das doações); o projeto das geladeiras comunitárias, que apesar de não ser inovador, torna-se novidade pelo fato de atender parte da periferia que está impossibilitada de atravessar “territórios rivais”, e assim são impedidos de frequentarem os poucos centros culturais que resistem, e um canal digital que possibilite o envio de materiais educacionais como e-books, vídeos, jogos, e oportunidades aos jovens, no que diz respeito à literatura. A intenção do projeto é se expandir por todo o território nacional, através de voluntário(s) que se disponha a realizar essas práticas em suas comunidades ou circunvizinhança, que necessita desse tipo de ação.

Pensamos constantemente em novas estratégias, e para isso contamos com o apoio de todos, que voluntariamente possam agregar: doando, compartilhando, sugerindo, engajando, e/ou sendo beneficiado(a).

Apesar de ser recente, já recebemos feedbacks de mães dizendo que “os filhos nunca haviam ganhado antes um livro de presente” além do despertar do povo periférico para a cultura, o que muitas vezes é nos apresentado como algo inacessível.

Todas as ações citadas acima, assim como os projetos, são totalmente voluntárias e não contamos com apoio financeiro de nenhuma empresa ou patrocínio, a não ser das pessoas que vão surgindo e apoiando nossas causas.

 


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