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PRESA EM CASA E SUFOCADA POR FUMAÇA

PRESA EM CASA E SUFOCADA POR FUMAÇA
BRUNA LORENY DE OLIVEIRA
set. 29 - 2 min de leitura
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31 de dezembro de 2019, exatamente 00:00, pensei: 2020 vai ser meu ano! Estava com um trabalho bacana, fazendo mestrado e tinha conseguido fazer a viagem tão sonhada para o Chile. Lá em meados de março veio as várias notícias: PANDEMIA, MORTE, QUARENTENA! Tremi! Mal sabia que seriam (até agora) seis meses de puro isolamento. Terminei o mestrado com atraso, perdi o emprego, problemas em casa. Lágrimas. Choro. Solidão. Levantar da cama era uma verdadeira missão. Desanimo. O contar as moedinhas para o mercado. Meio quilo de carne, meia dúzia de tomates, 5 limões, uma cartela de quatro ovos, um chocolatinho: 46 reais e 64 centavos. Desanimo. Passei horas e horas olhando para a luz vermelha sem mexer um músculo sequer. O que fazer? Como ter esperança diante de tanta desgraça? 142.161 mortos no Brasil, alguns rostos conhecidos, outros não, pessoas que tinham um amor, uma mãe, um pai, um filho, ou foram o amor de alguém, tinham um gato, um cachorro ou um peixinho dourado. Que seja. Além da desgraça na saúde pública, queimadas, queimadas, passaram a boiada. Presa em casa sufocada pela fumaça do Pantanal. 41° graus, 13% de umidade. Me sinto presa num quadro expressionista de Edvard Munch, nada se movimenta, medo, angustia e solidão. Estou aos prantos com a Letrux. Já sem esperança para o resto de 2020 e, depois para 2021, 2022. Como boa Mato-grossense que sou, só me resta tomar um terérezinho em casa e não votar em candidato que defenda apenas sua religião, seu gênero e sua classe. A vida é uma bruta agonia   

 


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