Quando um discípulo pediu ao mestre que lhe ensinasse uma lição, este se negou, mandando-lhe apenas que: “plantasse árvores”. Assim, no dia seguinte repetiu a cena, no outro, no outro, e no outro uma vez mais. Parecia não ter fim e o discípulo de saco cheio, resmungou com o outro aprendiz:
─ Plantar árvores, plantar árvores... Quantas árvores mais vou ter de plantar? Reclamou.
─ É verdade, não aguento mais. Já, já sou eu quem caiu plantado na terra e viro árvore. Repudiou o amigo.
O mestre ouvia atentamente, apesar de meditar tranquilo, se manteve sereno. A rotina se repetiu por algumas semanas mais, até todos os discípulos do templo se darem por vencidos, todos, sem exceção. Ao se negarem pela primeira vez a plantarem árvores, o mestre deu-lhes a tão esperada lição:
─ Quando todos os rios secarem, o ser humano aprenderá, que a água salgada não é doce, os desertos não são verdes e que a sombra vale ouro. No calor conhecerão o inferno e entenderão quão preciosa é a vida, a água e o fruto. As árvores fazem parte disso, assim como nós, e assim devemos; plantar o amor, adubar a paciência e florescer a compaixão. Caso contrário, será o fim dos tempos.
Nem preciso dizer que depois disso, nunca mais reclamaram de plantar árvores, a lição era tão grande quanto as florestas que haviam plantado. Mas, o mais interessante, eles pensavam agora no todo, não mais apenas em si mesmos, essa, essa era a tão valiosa lição, o presente do amanhã. A mensagem se espalhou ao redor do mundo, por vilas, cidades, países e outros continentes, por cartas e bocas, mas restava a dúvida, se os “outros” haviam aprendido a lição.