Odeio reis, todos devem
Sentir a pesada mão de Robespierre:
Serem guilhotinados em praça pública
Para contentamento da plebe.
Mas Pelé é exceção,
Um monarca sem mandonismo,
Sem escravidão e que fez um reino
De alegria aos milhões de torcedores.
No rolar da pelota,
Em amistosos e campeonatos,
Surgiram nobres jogadores como Garrincha, Maradona e Cruijff...
Mas nenhum tomou o trono de Edson Arantes.
Não o vi jogar,
Sou do tempo das piruetas de Ronaldinho Gaúcho
E arranques de Messi e Dener,
Mas em vídeos antigos embasbaquei
Com o antológico gol de chapéu
No marcador sueco em 1958.
Me impressionei com o lindo gol
Que não fez no goleiro Mazurkiewicz.
Futebolista da incrível marca de mil gols,
O gênio festejado no estadio Azteca
E num Brasil entristecido pelas opressões de Medici.
Passes, dribles, chutes, até o simples rolar
Da bola, em seus pés tomavam ares de mágico,
De um atacante sempre inventivo.
Apesar de péssimas escolhas fora de campo,
Te saúdo, rei, camisa 10 que conquistou tudo,
Trouxe a Jules Rimet, foi o atleta do século.
Pelé nunca perderá a majestade.