Nesta noite, reina uma paz ensurdecedora.
Não há chefe de Estado liderando matanças.
Não há assassinato de civis.
Não há bebês mortos por falta de oxigênio.
Não há armas yankees vendidas para picotarem
Feito papel mulheres grávidas.
Não há crianças buscando alimentos
Em rações de animais.
Não há faculdades e escolas em escombros.
Não há soldados espancando jovens.
Não há jornais silenciando uma matança
E pintando o responsável de terna vítima.
Não há caminhões de ajuda humanitária
Sendo bombardeados, impedidos de deslocarem.
Não, não, nada disso macula
As movimentadas ruas da Alemanha.
Não, não, não acontece tais selvagerias
No seio da alienada sociedade estadunidense.
Fácil é ignorar a dor do outro
E fazer da nossa ignorante paz um escudo,
Enquanto fechamos os olhos para a barbárie.
Mas na periferia do capitalismo,
Onde os indesejados pelas potências globais choram,
Desenrola o apocalipse das atrocidades.
É apartheid, é genocídio,
É barbárie, é colonialismo,
São as mortais realidades sangradas
Pelo povo de Gaza.
E imposto pelo ilegítimo e truculento
Estado de Israel.