Hoje, dei especial bom dia
à conselheira poesia
que tanto me ensina
sobre essa sina
que pensei detida
pela pandemia.
Responde-me em rima
enquanto me dita
o tempo preciso
para a minha vida
percorrer seus dias
em plena alegria.
Minha velha amiga,
essa querida poesia,
que me acompanha
desde a velha infância
e sempre me ensina
a ter nova esperança.
Diz-me num sussurro
que o sentido único
para a esperança
é o de esperar
feito uma criança
crente no que virá.
Ter calma e nobreza
e manter a clareza
de jamais duvidar
do que é certeza:
para o bem ou para o mal,
tudo sempre pode mudar.
Em rima clara, ela me fala
que eu manter a calma
é a minha única arma
para que a aflita alma
não finde em desatinar
de tanto esperar.
Faz-me uma carícia
que me alivia
dessa solidão
que a quarentena
traz-me ao coração
feito uma sentença
de condenação.
Rompe o isolamento,
aproxima amigos
no discernimento
de que é preciso
só saber esperar
para o perto reatar.
É mais do que alento,
é vero sentimento
de que será a poesia
que trará o novo dia
e, com ela, a reestrear,
a vida que souber esperar.