Alguns blues de Muddy Waters e John Mayall
Quando tocam lá no fundo do ego,
Em um dia no repetitivo trabalho,
Nos isolados fones de ouvidos,
Me transportam para um trem,
Me convidam em lembranças
Para ir além do marasmo no cotidiano.
No cansaço diante do calor insuportável
Surge a lembrança do belo nos escombros do caos...
Há beleza naquilo que se coloca sentimentos,
O tesouro independente de qualquer raciocínio.
Um blues do The Doors convida o crânio
A se divertir, a degustar uma cerveja de manhã
Diante do futuro incerto e o fim que é sempre possível.
E eu cansado do mundo e suas voltas,
Sem saber para onde vou amanhã,
Chutando pedras no maçante oficio,
Sem promessas místicas, irei adiante.
Como um trem não pararei em nenhum trilho,
Não retroceder em hipótese alguma,
Deixar as pedras rolarem para não criarem limbo.
Ser confortável com aquilo que a estrada oferece, mas sempre buscando algo a mais, sem marcha à ré.