Quando a pandemia começou, me senti em um filme de ficção cientifica apocalíptica. Eu e meus amigos da faculdade tínhamos falado “até segunda”, mas a segunda nunca veio. Pelo menos não em modo presencial. As aulas online duraram muito mais do que todos esperavam. O ritmo era diferente, a rotina era diferente tudo era diferente e tentar e acostumar com tudo isso em pouco tempo foi realmente um desafio.
Sempre fui uma pessoa calma ou que pelo menos tentasse controlar suficiente minhas emoções para a ansiedade não atacar. As semanas foram passando e meu corpo começou a dar sinais. Meu coração batia tão forte que em certos momentos não era capaz de acalma-lo, minhas pernas sofreram as consequências de ficar tanto tempo sentada com uma dormência e formigamento absurdo, meus pensamentos eram cheios de anseios e de preocupação com o futuro.
Mas foi minha alma, a tão falada alma que me mostrou a direção certa.
Abri a página de pesquisas rápidas e pesquisei por orações que pudessem me fazer sentir melhor. Não me considero uma pessoa religiosa. Não vou a igreja a um bom tempo, mas ir ou não a igreja não significa nada. Eu tenho minha fé e minhas crenças e naquele momento algo me disse que a saída para a minha paz interior seria orações e pensamentos positivos. A meditação não era tão fácil como muitos davam a entender e ficava mais complicado ainda quando via notícias de empresas falindo, indivíduos perdendo seus empregos, o número de casos no Brasil só crescendo e trazendo consequências drásticas.
Como eu poderia clamar desesperadamente pela paz interior do meu ser, sendo que o exterior, o mundo estava uma bagunça?
Peguei toda a minha energia e todas as minhas forças e comecei a rezar pelo universo. Pela proteção de meus conhecidos e desconhecidos. Com o tempo, as palavras saiam pela minha boca com a mesma leveza do ar. Palavras leves, limpas e de esperança.
A verdade é que se alguém me perguntar daqui 20 anos o que foi a pandemia, eu diria que foi um ano de altos e baixos, perdas e renascimento, celebrações e críticas e em meio a tudo isso todos estávamos juntos, lutando contra um inimigo invisível: o vírus.