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O Passado Escravista e o Cotidiano Brasileiro

O Passado Escravista e o Cotidiano Brasileiro
Dennis De Oliveira Santos
mai. 29 - 2 min de leitura
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O passado escravista se faz presente no cotidiano do Brasil direta e indiretamente. A herança dessa fatídica relação social é um dos maiores alicerces que explica a gigantesca desigualdade econômica que assola o país.

As relações sociais gestadas no tempo da escravidão deixaram valores preconceituosos na mentalidade do povo brasileiro. Após o ano de 1888, já na sociedade de classes e no período democrático, a população ex-escrava não teve nenhum apoio do Estado ou da elite para melhorar suas condições de vida. Pelo contrário, nesse período prevaleceu a ideologia do embranquecimento – concepção que a elite escravocrata preferiu importar mão de obra europeia do que trabalhar com os negros locais.

Para a população local ficou a exclusão – baixa capacidade técnica por falta de estudos, morando nas áreas mais periféricas das cidades (gerando o problema das favelas) e convivendo com as piores condições de vida.

Nos séculos seguintes essa exclusão permaneceu com o chamado “racismo velado” ou “racismo à brasileira” – postura social na qual o brasileiro socialmente se assume tolerante, igualitário, mas na prática tem várias ações discriminatórias.

Vimos isso atualmente no papel subalterno das representações sociais do negro na mídia, geralmente enxergado em papeis mais secundários como motorista ou empregadas domésticas em programas televisivos. Se percebe isso nas piadas populares, nas quais o negro é muitas vezes associado a marginalidade. E até mesmo nos padrões de beleza - as mulheres negras sofrem resistências nos locais de trabalho em que patrões impõem restrições para o uso de penteados afros.

Seja de forma direta ou velada, os impactos da mentalidade colonialista de entender o negro como ser periférico permanece nas atuais relações sociais. A mentalidade local ainda carrega a concepção de que essa parcela da sociedade não deve ter acesso de forma digna aos direitos básicos. A carne mais barata do mercado é a carne negra.

20.09.2021



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