Na infância, ao observar a miséria
Entre crianças no interior do Maranhão,
O que nasceu foi o questionar dos motivos
Porque alguns comem mal.
Na adolescência, entre as histórias
Da revolução russa e comuna de Paris,
Preparei o crânio para atuar no mundo
De forma inquieta, desejando algo a mais.
Na juventude, nos corredores universitários,
A atuação no centro acadêmico,
Nas pesquisas sobre nossas mazelas
E o enfrentar de figuras que bajulavam feito
Moscas as entranhas da classe dominante.
No mundo adulto, as mãos atuando
No movimento sindical para garantir
Condições justas de trabalho.
Nunca suportei
O sujeito neutro, o tecnocrata
A serviço dos opressores.
O intelectual, o escritor
São pontes entre teoria e prática,
Conscientizadores das massas,
Construtores de novo tecido social.
Eles desafiam o status quo,
Rompem com o conformismo,
Estimulam o pensamento crítico,
Organizam a classe subalterna,
Impulsionam a transformação
Do coletivo e buscam com
Seu conhecimento
O despertar das pessoas.