Meu preto,
quando você chegar
te oferecerei frutas, flores, mel.
Limparei suas vestes,
farei uma boa comida,
cuidarei de ti.
Sendo dois
seremos um.
Quero mostrar pra você o que aprendi.
Contar histórias que passei quando estava em sua espera.
Os risos, os choros, os abraços, as desilusões,
tudo sabendo que estava mesmo me aprontando,
me ajeitando,
renascendo.
Pra mim, pra você, por nós,
guardei as boas palavras,
guardei boa água para nos saciar.
Ah, meu preto,
a minha casa tá toda arrumada,
venha logo me habitar.
Taís Espírito Santo, quarentena, na espera, 2020.
Foto: @aboya.8