Meu encontro com o Coronavírus
Na noite passada, tive um sonho inusitado...
Eu estava numa espécie de laboratório. De repente comecei a encolher. Fui encolhendo, encolhendo; me transformei num inseto, depois numa pequena folha, em seguida num grão de areia e por fim, virei um vírus.
Eu me vi numa dimensão estranha convivendo com diversos microrganismos. Era muito engraçado saber-me microscópico e ser portador de uma consciência. Até que me deparei com um grandioso Corona. Dele emanava um fascinante poder e, surpreendentemente, não o temi; pelo contrário, senti-me seguro.
Estávamos frente a frente, de igual para igual. Eu sentia um enorme respeito pelo meu Irmão e lhe perguntei sobre o seu propósito nessa pandemia. Ao que ele me respondeu:
“Vim para libertar muitos espíritos das prisões dos seus corpos. Vim para mudar a Terra, mas ainda não serei o suficiente, pois muitos humanos ainda não acordarão depois que eu tiver passado. Sou apenas uma face de Deus a fim de elevar a raça humana a uma oitava maior na qual o materialismo, a tecnologia, a politicagem, a desonestidade, o abuso de poder, o dogmatismo e o egoísmo estarão em franco declínio.
Quem optar por aprender as lições que trago, infectando-se ou não; curando-se ou não; partindo ou ficando; cuidando de si e do próximo; ressignificando seus valores; dará um salto quântico. Quem resistir ao que eu tenho a ensinar, deverá encarar outros alertas.
Quando meu ciclo acabar – e ele vai se findar como tudo nessa realidade física e biológica – nada será como antes e espero que as coisas se tornem melhores do que um dia possam ter sido.
Eu sou a semente de uma nova revolução; a revolução do Espírito. Recolham-se em suas casas, sim; recolham-se dentro de si mesmos e sacudam a poeira que cobre sua alma. Livrem-se dos excessos, do supérfluo, do desnecessário, do fútil. Nada do que vocês consideram seguro o permanecerá e eu sou apenas a ponta do iceberg.
Procurem-se, ainda que seja virtualmente, perdoem-se, amem-se mesmo que não possam se tocar. Substituam seus prazeres, permitam-se ter outras prioridades, transcendam as religiões institucionalizadas e as políticas partidárias porque eu sou a nova Torre de Babel e vim para provar a ineficácia desses antissistemas.
O que torna as coisas mais difíceis para os seres humanos é que eles têm uma relação péssima com a Irmã Morte. Se soubessem quão realmente ela é boa e quão infantis são seus apegos materiais não causariam tanto alarde com tantos desencarnes.
Muitos que estão sendo recolhidos agora se renovarão e voltarão em outros corpos físicos para ajudarem a reconstruir o planeta dentro dos novos moldes que ele haverá de funcionar.
Preservem-se, cuidem-se. Essa também é uma grande oportunidade de aprendizado, mas quem escolheu ser tocado por mim ou para se curar permanecendo encarnado, ou para se curar através do desencarne, será tocado. A morte também é uma forma de cura. A Lei é inexorável e entendam de uma vez por todas, que pela força da causalidade, cada ser humano escolhe exatamente o que deseja viver – ainda que seja inconsciente disso quando encarnado.
Vim para pôr em xeque as ilusões relacionadas à fama, à fortuna, ao dinheiro, ao trabalho, à sexualidade irresponsável, à cegueira das paixões, à hierarquia social, à elite global e ao time de administradores do mundo. Vim para demonstrar que a escolha de uma maioria nem sempre significa a melhor opção. E que cada ato, por menor que seja, sempre terá consequências para serem arcadas.
Meu propósito, em suma, é fazer pela humanidade o que ela é ainda incapaz de fazer por si própria: ajudá-la a libertar-se. E eu lamento que isso tenha que ser através da dor, pois diante da involução da espécie, ainda é a linguagem mais eficaz para a aprendizagem da Lei. Quando a evolução for atingida, o sofrimento será desnecessário.”
- Que devo fazer com relação a você? – perguntei.
- Faça as pazes comigo – ele respondeu – e esteja aberto para o melhor que essa relação pode lhe proporcionar.
Sem medo, tornei-me Um com ele e constatei que a mesma energia vital que habita em mim, também está contida nele. Num átimo, passei por todos os estágios vividos antes de me tornar um vírus e me vi novamente humano.
Acordei hoje com uma sensação de desapego desse corpo físico tão grande, que experimentei uma liberdade sui generis. Limitei-me a sorrir e a encarar o dia, aberto para viver e continuar na minha lida. Sinto-me estranhamente em paz.
Antônio Aruanda – 30-03-2020
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