Memento Mori (Lembre-se de que você é mortal), 2020
Carla Pinheiro
Redoma de vidro, tecido, mica transparente, crânio de macaco da Amazônia e esqueleto de mariposa branca
28.5 x 28.5 x 28.5
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Atenção! ⚠️
Nenhum animal, mineral ou vegetal foi maltratado, explorado ou morto para a execução destas obras. Peças livres de crueldade. Todos os materiais naturais foram encontrados na Natureza já secos ou em estágio de descarte em pequenas proporções. O uso dos mesmos, portanto, não apresenta qualquer dano ecológico para os ecossistemas em que foram coletados.
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Diante de todo o descaso para com a Vida atualmente, em uma conjuntura planetária de necropolítica ecocída produtora de pandemias fulminantes, é fundamental atentar para o intrínseco valor da Vida. E não tem como valorizar a Vida sem lembrar-se de que ela acaba, de que a morte chega. Mais de 300 mil mortes só no Brasil. Um número triste, assustador. Mais de 1 milhão e meio de mortes no mundo. Estado de total calamidade pública planetária. Ou seres humanos mudam a maneira como vem vivendo e param de destruir a Natureza ou mais e mais pandemias surgirão matando milhões como reflexo da destruição que vem sendo feita aos ecossistemas. A consciência ecológica e a capacidade de simbiose é uma premissa basilar nesse processo.
Memento Mori (Lembre-se de que você é mortal) é uma obra que, às avessas e paradoxalmente busca atentar para o incalculável e milagroso valor da Vida. O que você faria agora se tivesse a consciência constante de que pode morrer a qualquer momento?
Qual é o valor que você daria à Amazônia, ao Cerrado, ao Pantanal, à Floresta Atlântica e todas as florestas se soubesse que destruí-las pode significar destruir a sua própria vida e o futuro de nossas crianças? Que valor daria a todos os animais, plantas, minerais e elementos da Natureza se acordasse para o fato de que é apenas mais um animal entre os mais de 8,7 milhões de espécies de seres vivos? O delírio antropocêntrico egológico da humanidade está desequilibrando inúmeros ecossistemas, extinguindo espécies inteiras, destruindo biomas gerando crimes ambientais, miséria e doenças. Pandemias são ocasionadas pela destruição da Natureza como bem já declarou a OMS e a ONU, e como bem já vem denunciando gerações de indígenas, ambientalistas, populações nativas e toda sorte de protetoras e protetores da Natureza. O garimpo, o agronegócio e a especulação imobiliária na Amazônia há mais de 500 anos tem gerado inúmeras doenças, chacinas, massacres, explorações, etnocídios, ecocídios e destruições ecológicas, humanas, sociais, ambientais e econômicas. O que ainda falta para brasileiras e brasileiros se engajarem mais pela proteção das nossas florestas do que por catedrais? Nossas florestas são as nossas catedrais planetárias e os povos indígenas, nativos que ecohabitam estes espaços em simbiose e equilíbrio natural são suas e seus guardiães.
"Há uma "guerra" injusta e descabida contra as nações indígenas brasileiras remanescentes na Amazônia. O que move esta guerra é a ganância por suas terras. Ela não ocorre no passado ou longe de nós. Ocorre bem aqui e agora.
Por que tanto silêncio?"
Eduardo Viveiros de Castro
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Simbiose IN corpórea - por uma ontologia de interalteridades é um projeto de filosofia e artes da artista Carla Pinheiro que foi contemplado pela Chamada Pública de Fomento às Artes de Niterói, o Edital N°007/2019, realização da Prefeitura de Niterói, Secretaria das Culturas de Niterói e Fundação de Arte de Niterói.
🎥 Foto: Rafael Salim