Relato de uma filha
Se ao menos soubéssemos que o nosso tempo com a primeira família é breve, faríamos de tudo para serem os melhores momentos de todos. Tão gostoso ser criança e saber que é bem protegido, saber que se tem irmão por perto, para compartilhar e brincar com o mundo da imaginação. Todos ali sentados na mesa falando ao mesmo tempo por causa da empolgação.
Acreditar em coelhinho da páscoa, e ver a beleza em desenho para colorir. Ser a única menina em meio a dois meninos, e se dividir entre bonecas e vídeo game para se divertir. Ser a mais velha mais parecer a mais nova, quando se trata de caçar confusão.
Já fomos 5, pai, mãe, eu e dois irmãos.
Lembro - me do quanto gostava, sinto ainda aquela sensação. Casa cheia, muita falação. Minha mãe gritava, meu pai brigava e eu e meus irmãos saiamos nos tapas, agora eu sei que não tinha razão. Tínhamos o momento de músicos, mãe ouvindo, pai e irmãos tocando e eu cantando. Também o momento televisão, todos assistindo juntos, revesavamos a programação.
Era tudo tão gostoso mas mesmo assim eu não via a hora de crescer, achava que seria tudo ainda melhor, mesmo quando ouvia que responsabilidades eu ia ter.
Não queria me separar da minha família, 5 era meu número da sorte, hoje eu sei que pena ter que crescer.
Hoje vivo das lembranças, amo meus irmãos, tenho minha mãe querida, mas ja não tenho meu pai não.
Pai zeloso e cuidadoso, se dedicou aos filhos com todo o coração. Ensinou que o que temos de valor o nome, a família, a paz e a harmonia. Aprendi a diferença de luxo e de conforto, e que dentro de nós temos um tesouro, um coração, ele nos mostra quando erramos para corrigir então.
Minha mãe é meu exemplo de força e fé, mulher guerreira para o que der e vier.
Vivi 22 anos com minha família querida, que me ensinaram o que temos de valor na vida, cada um segue seu rumo, com seu segundo lar, mais que passa adiante o que aprendemos na infância.
Deus, família, esperança.