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Instinto Coletivo I

Instinto Coletivo I
Elcio Aldrin
dez. 26 - 3 min de leitura
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Em tempos de crise a humanidade das pessoas é posta em cheque quando recorremos a nossa consciência para decidir desde quem ajudar primeiro ou a quem pedir auxílio, até quem merece viver e quem deve morrer. Foi assim que aconteceu quando o nazismo alemão promoveu o holocausto e o governo dos Estados Unidos lançou as bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki, se repetiu no atentado do dia 11 de setembro de 2001 e seguiu com a primavera árabe e o levante do estado islâmico.

 

Através da atitude humana de algumas pessoas conscientes de seu papel no mundo conhecemos as histórias de Anne Frank e Françoise Frenkel, enquanto que muitas vozes foram silenciadas no espaço de um instante sob o efeito da Rosa de Hiroshima. Os conflitos deste século criaram uma nação de apátridas e revelaram a desumanidade dos governos nacionais ao fecharem suas fronteiras causando a morte de milhões seja tentando atravessar o Mar Mediterrâneo ou o Rio Grande na divisa entre Estados Unidos e México.

A pandemia que se abate sobre o planeta cessou conflitos entre países fazendo com que governos nacionais deixassem de lado diferenças históricas e atravessassem as fronteiras internacionais e intercontinentais para prestarem auxílio aos mais necessitados. Porém, também revelou como alguns governantes podem decidir sobre o destino das pessoas a ponto de provocarem a morte de centenas com medidas desastrosas que priorizam setores sociais sem a menor preocupação com o bem mais precioso de todos.

Por aqui, deu pra perceber que verdadeiras igrejas estão distribuindo refeições e cestas básicas nas periferias, as tão combatidas ONGs estão prestando assistência para aqueles que não receberam do governo, até o crime organizado atua onde o estado se omite orientando a população. Temos também artistas de renome acionando seus seguidores nas redes sociais para colaborarem, as lives solidárias se proliferam chamando a população para participar do jeito que pode e as ações sociais se disseminam pelo país afora.

Não estou aqui para julgar o governo, seja municipal, estadual ou federal. Você tire suas próprias conclusões sobre o comportamento que observa na atuação dos seus gestores diante desta crise. Meu convite é para refletir em como pode ajudar os outros a superarem este momento delicado mantendo a sanidade. O isolamento social é a solução para muitos, mas tem seus efeitos colaterais ainda mais quando a festa de aniversário ficou pra depois ou passamos o dia das mães longe delas.

Há pessoas que necessitam apenas serem lembradas como eu lembrei de você neste momento. Um “oi” meio sem graça, aquela desculpa pra puxar conversa, perguntar sobre a vida e o que realmente interessa. O instinto coletivo de humanidade sempre prevaleceu nos piores momentos, sejam as maiores crises da história ou os problemas da vida cotidiana. É essa sensação de coletividade que vem do desejo de ajudar ao próximo que vai fazer a diferença nos dias de hoje.


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