“Sobre mim:
o informe seria mais fácil se houvesse outro saber que não não saber
Seria menos prolixo se menos confuso
Ainda, seria mais engolível se menos ousado
E ousado não quer dizer egocentrado, veja bem
Talvez fosse um tanto mais rápido senão tão calmo
Mas um bom tiro de flecha vem com precisão do arqueiro
Talvez se fosse mais aquilo e menos aquele fosse mais alguma coisa
Alguma coisa não seria eu, portanto
Sigamos
(…)”
[trecho de “Ofá”, autoria Caju Mateus,
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De Ofá nasce a trilogia “Filho do Caçador”, dividida em “Flecha” (passado), “Arô” (presente) e “Vento” (futuro), sendo “Flecha” o primeiro da série de curtas no modo performático com base na bagagem vivenciada pelo artista, poeta e produtor musical, Caju Mateus.
Para a construção, o autor reúne elementos coletados na filosofia, música, artes visuais e audiovisual.
Tem como pilares primordiais: sua experiência na residência artística “Multitud” guiada por Tamara Cubas, artista uruguaia, ocorrida em Goiânia no ano de 2016 e sua caminhada espiritual que se inicia na Umbanda, dita como primeira religião naturalmente brasileira, onde bebe nas fontes do catolicismo, candomblé, espiritismo, jurema e demais cultos.
Em 2018 entra para o Ilê Axé Fará Imorá Odé, casa de Candomblé Ketu, multiplicando e aprofundando suas conexões, ressaltando sua construção poética permeada pela busca incessante de autoconhecimento em contato com a ancestralidade onde há alguns anos convive e no ano de 2021 renasce para o Orixá sendo Yawô de Oxóssi.
“Flecha” assume o risco do não saber e encara a com-fusão como parte do aprender.