A terra é simples, sem frescura. Sem pompa. Basta seguir seus princípios, suas leis e o resto "naturalmente" segue seu curso. É uma questão de respeito.
Essa letra usa uma linguagem coloquial, cabocla e urbana, para demonstrar essa simplicidade.
Ainda não defini o que vai ser: Uma Letra – Um Poema – Uma Opereta (estou pensando em mais dois atos).
Estou com um dó
Um dó danado de mim, que estou só
Sei desatá quase todos os nó
Os nó que vocês criam sem dó
Uns nós sem sentido, outros difíceis serem entendidos, mas que nunca vêm só
Repito: sem sentido, que ficam entalados no gogó
Esse nó na garganta, que me faz engolir seco, como no sertão do Seridó
Discórdia que existe entre vocês só
O vasto universo é isento desse quiproquó
Não entende; às vezes até pensa ser algo tão fobó
De todo ele, aqui é o único que cria tanto forrobodó
Amar todos os iguais, aí é que está o ó
Existe desigualdade entre os iguais humanos só
No resto tudo caminha bem; todos trabalham pró
Até no mundo dos pássaros, como o Curió
O mundo das estrelas... deixou vós (que sois) o pó
Preciso me cuidar mais, ou vou parecer um coió
Lógico, ficar mais atenta, deixar de ser usada como mó
A continuar assim, me levarão também ao pó
Não é tarde, ainda, vou ficar a ló
Assim tenho um grande aliado e deixarei de estar só
Sou de todos vocês também, não só de Cabrobó
Se fazem isso com os seus, coitados daqueles do universo cafundó
Cuidem de mim, para depois outros conquistarem; mas não é um jogo de cró
E não importa se lá não tem água ou é um igapó
Senão, é melhor se destruírem aqui só
Do contrário, a destruição terá efeito dominó
O homem, enquanto ser humano é um ser só
Mas os opostos comprovam o quão adaptável é, do Esquimó
Que está lá do lado gelado, ao outro da mesma espécie, o Faraó
Que distante ficava, cujo sol candente escaldava sem dó
Se conseguem o pouco provável, como o caiapó
Se todos vieram do pó
Se todos voltarão ao pó
Por que o racismo velado, ró-ró?
Porque é crime? Oh, que dó!
Dó do racista, porque isso não passa de tró-ló-ló
A discriminação não é crime com o homem, só
É crime com Deus, o que é pió
E Dele não adianta velar, se cobrir com camadas de filó
Nem se esconder em Siló
Pois não escapará do Seu quitó
Me destruírem pelo aquecimento..., outro tró-ló-ló
Não vão conseguir, por mais força que juntem em um só
Mesmo fazendo catimbó
Mesmo todos juntos, não passam de um cotó
Até lá, já teriam se reduzido a pó
E para piorar, surge agora o tal terraplanismo; ô dó.
Querem convencer a mim? Duvideodó!
Sou verdadeiramente um ó!
(Sou e sempre serei um Ó)
Espere, vou entrar nesse desabafo: engana-se, você não está só
Onde foi que eu errei? Até eu estou com dó
Criei todos vocês, acreditei, será que me tornei um badó?
Será que errei unicamente só?