A partir da dor da nossa perda,em Janeiro deste ano,quando fomos surpreendidos com o silêncio gritante do nosso bebê,em uma consulta de pré-natal.
Nos dias seguintes, refletindo em um eloquente momento ,tentando entender, mas já entendendo os propósitos divinos,fiz este soneto:
Efêmero amor eterno
Tua luz não luziu na luz da terra,
teu silêncio ecoou a nossa dor,
mas a dor que sentimos não encerra
nosso ciclo de paz,luz e amor.
Deus é justo,sabemos que não erra,
é a força que faz nos recompor.
marcará lá no cimo dessa serra
o encontro entre a flor e o Beija-flor.
Um cordel luminoso nos ligava.
Tua mãe que já tanto te amava
disse à Deus:”me permita que ele entre.”
Disse Deus com sussurro brando e terno:
“Viverás um efêmero amor eterno
Pelo puro aconchego do teu ventre.”
Bandeira Junior