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É preciso ser humano

É preciso ser humano
Stéphany Lessa
out. 3 - 3 min de leitura
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O momento que estamos vivendo é como uma lupa que tem evidenciado uma situação que já existia. Quando a pandemia se iniciou, foi necessário adotarmos alguns novos costumes, como usar máscara, higienizar as mãos com álcool em gel, evitar contato com outras pessoas. E o grande detalhe, é que a forma de contaminação faz com que dependamos uns dos outros para nos mantermos seguros. Assim, os cuidados tomados por uma pessoa não são para protegê-la somente, mas para proteger os outros também. E quando as pessoas começaram a perceber que algumas não se cuidavam e não se importavam com a saúde das outras, ficaram revoltadas, surpresas, indignadas, decepcionadas. Mas eu sinceramente não me surpreendi. E assim volto ao início do texto. Isso não é nada que já não acontecia antes, mas de uma forma mais aparente, uma vez que se trata de uma pandemia, de uma situação mundial. Antes da pandemia, já existiam situações de pessoas dirigindo embriagadas colocando a vida das outras em risco, poluição e desmatamento, afetando a qualidade de vida das gerações atuais e futuras, maus tratos com idosos, sem pensar que é o futuro de todos. Por isso, a falta de cuidado das pessoas durante a pandemia não é de se admirar. É só um reflexo dos seres humanos que temos sido, de como a sociedade tem funcionado. É a nossa falta de percepção sobre como tudo está interligado, sobre como não estamos sozinhos nesse mundo, mas dependemos uns dos outros. A pandemia trouxe um desnudar das relações sociais que acabou por mostrar nosso egoísmo, ambição desenfreada, individualismo e imediatismo. Gerou um sentimento  de impotência que nos mostrou que não somos auto suficientes. Não dá para fazer compras no shopping se não tiverem seres humanos lá, uns trabalhando para os outros. O patrão não se sustenta sem seus funcionários, os funcionários sem os clientes e os clientes sem um patrão que pague o salário deles. Além disso, foi possível entender que os esforços de um só não garantem a segurança de todos. Uma pessoa tomando todos os cuidados possíveis não consegue garantir nem a si mesmo, se todo o restante não toma as devidas precauções. Espero que perdermos temporariamente o que temos de mais humano, as interações, os relacionamentos, possa nos ajudar a recuperar toda a humanidade potencial em nós. Que saibamos que para ser humano é preciso de seres humanos. É preciso cuidar do outro, olhar para o lado, estender a mão. É preciso abrirmos mão da criança mimada que há dentro de nós para entendermos que "o que eu quero", nunca pode ser maior do que é melhor, não só para mim mesmo, mas para todo o corpo do qual somos apenas membros, que de nada servem sozinhos.


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